sábado, 11 de fevereiro de 2012

A INTEGRAÇÃO DO ALINHAMENTO ENERGÉTICO (Fogo Sagrado) COM AS OUTRAS TERAPIAS

Nestes quase dez anos em que venho, primeiro com Monica Oliveira e depois com Gabriela Carvalho, formando terapeutas de Alinhamento Energético no Brasil e na Europa, muitos profissionais ligados a saúde de uma forma geral - tais como médicos, psicólogos, massoterapeutas e acupunturistas, fisioterapeutas, instrutores de Yoga, consteladores, reikianos, astrólogos e tarólogos, e terapeutas em geral - foram nossos alunos e foram formados e certificados por nós.

Acredito que a maneira como o Aloysio formatou este trabalho (e depois como Monica o aprimorou) - com abertura, flexibilidade, ecumenismo, ecletismo e universalismo – tornou possível a que esta técnica terapêutica pudesse ser integrada com qualquer outro instrumento de cura, na medida em que Alinhamento Energético é essencialmente a captação sensitiva (e o posterior encaminhamento para transmutação) de conteúdos psico-emocionais em desequilíbrio (corpos energéticos) e a volta destes conteúdos curados (o corpo em Luz) com a senha.

E para isso não se depende de rituais nem determinadas condições externas e nem de doutrinas específicas, não é necessariamente preciso nem falar, e na verdade, nem é absolutamente fundamental que o cliente esteja presente para o trabalho funcionar com eficiência.

E também não é preciso que alguém deixe de lado seu caminho, abandone sua religião, sua ideologia, filosofia ou sua linha terapêutica para aprender a ser terapeuta ou para ser cliente de Alinhamento Energético.

E o feed back que recebemos dos terapeutas formados foi (e é) sempre no sentido da potencialização, do upgrade que seus trabalhos tiveram após o aprendizado do Alinhamento Energético.

Exatamente da mesma forma como aconteceu com nosso trabalho, como por exemplo, durante uma sessão de Renascimento quando vamos silenciosamente encaminhando os corpos energéticos que vão literalmente se descolando do cliente através da respiração terapêutica. Isto otimiza muito o trabalho de limpeza e reequilíbrio promovido pela respiração.

Ou ainda quando estamos em um atendimento de Alinhamento Energetico e as vezes aparece uma questão familiar complexa, muitas vezes nós damos um stop, pegamos a mesinha e os bonecos, montamos uma constelação, fazemos o que tem que ser feito e depois retomamos com as canalizações.

Já aconteceu algumas vezes do cliente mostrar a gravação da sua consulta para seu psicoterapeuta e este ligar para marcar uma consulta interessado em conhecer melhor o trabalho.

Ou às vezes o psicoterapeuta recomenda ao seu ciente fazer Alinhamento Energético.

E ainda outras vezes acontece também do psicoterapeuta vir junto com o cliente no seu atendimento e ficar tomando notas sentado em um canto.

Já ouvi mais de uma vez este comentário de psicoterapeuta de cliente presente no atendimento, ao final da sessão: “hoje avançamos muito na terapia”.

Realmente é impressionante o efeito “levantador de lebres” do Alinhamento Energético - como é também, aliás, as Constelações Sistêmicas – além do profundo efeito transmutador e reequilibrador.

E das coisas que realmente mais me chamaram a atenção na terapia do Alinhamento Energético após a minha inserção nele - que foi primeiramente como cliente - eu poderia destacar:

A capacidade que o sexto sentido tem de acessar a dimensão inconsciente do psiquismo através da canalização, a capacidade que a canalização tem, através do sexto sentido, de literalmente desinstalar as memórias e registros (corpos energéticos) dolorosos e auto limitadores, o processo de encaminhamento destes conteúdos à dimensão auto reguladora e a atuação da Egrégora (Guardiões, Seres de Luz) no processo, a volta dos conteúdos curados para serem “reinstalados” no sistema do cliente (Corpo em Luz), e a função e o efeito da senha.

Confesso que no inicio da minha história nesse trabalho a maioria dos quesitos que citei acima me pareciam um tanto fantásticos demais prá funcionarem como me diziam que funcionavam.

E aí meus amigos, posso dizer que eu só estou até hoje (e cada vez mais) nessa jornada porque funcionou (e funciona) muito comigo. E hoje, quase dez anos como terapeuta sensitivo trabalhando muito, no mínimo tenho uma boa amostragem e uma boa estatística no meu acervo de experiências e vivências.

Me lembro muito de vários clientes médiuns espíritas - do Kardecismo e da Umbanda – no final da consulta comentarem : “lembra daquilo que você falou na explicação no início da sessão, que quando os meus conteúdos estivessem sendo expressos através do canalizador, eles estavam sendo removidos do meu psiquismo? Eu os senti saindo!“ Ouvimos isso diversas vezes.

E por falar em médiuns de Umbanda, foi maravilhoso poder há alguns anos atrás, compartilhar este trabalho com os membros de uma casa de Umbanda no Rio de Janeiro, e ensinar aos médiuns, muitos deles muito experientes, a canalizarem corpos energéticos. Hoje, esta casa de Umbanda além do tradicional trabalho de atendimento com cura e desobcessão, também oferece atendimentos com Alinhamento Energético porque sabem que se não se tratarem as causas, os efeitos (principalmente doenças e obcessores) voltam.

Fico especialmente gratificado quando consigo despertar os médiuns espíritas e umbandistas para o fato de que o sexto sentido também pode funcionar como terapia, como ferramenta transmutadora das energias psico emocionais em desequilibrio, que são, na maior parte das vezes, o que determina a qualidade da nossa saúde, a qualidade da nossa vida afetiva e profissional e se temos ou não obcessores.

A “tecnologia” que eu citei no parágrafo grifado lá em cima, que foi percebida pelo Aloysio junto aos pajés e reformatada por ele - com suporte e direção da Egrégora - para ser realizada sem rituais em consultório na cidade, é a espinha dorsal, o “espírito da coisa” deste trabalho, e até onde posso perceber, é também de alguma forma, a de todos os trabalhos que estão nesta mesma vertente sistêmica/holística/sensitiva (como Constelações Sistêmicas, Resgate de Alma, Psicotranse, Tetha Healing, Frequencias de Brilho, EMF, Apometria e outras tantas terapias quânticas que vem em sua maioria - direta ou indiretamente - do Xamanismo e/ou são canalizadas dos povos das estrelas).

Um outro indicativo que nos forneceu um interessante feed-back sobre a integração do Alinhamento com outras terapias, foi quando começamos a receber como alunos no curso de formação (no Rio e em São Paulo) algumas terapeutas consteladoras. E no final do curso ouvimos de quase todas : “Nossa, depois do Alinhamento minha constelação nunca mais foi a mesma. Parece que turbinou!”

Pois é, parece que quando perguntavam ao Bert Hellinger - o terapeuta alemão criador das Constelações Familiares - como aquele trabalho dele funcionava, ele respondia que não sabia, não queria saber (e não reconhecia nenhuma tentativa de explicação) e só lhe interessava o fato de que funcionava.

Talvez pela sua condição de ex-padre tivesse sido difícil para ele entrar em certos campos complicados para os cristãos – como reencarnação, mediunidade, outras dimensões, etc. Então ele incorporou no seu trabalho de psicoterapeuta a “tecnologia” zulu (xamanismo do bom!!!) que ele aprendeu quando foi missionário na Äfrica, e não quis entrar nos intestinos da coisa.

Mas pode ser que agora, como ele recentemente se ligou a um índio mexicano – Tatacachora – que diz ser o D. Juan dos livros do Carlos Castaneda, pode ser que talvez ele queira agora explorar os bastidores do seu trabalho.

Quando você trabalha consciente de que sua terapia é sensitiva, de que você é apenas um canal e que está tendo proteção, suporte e direcionamento de uma Egrégora (que é quem de fato faz o trabalho), de uma equipe na outra dimensão – como ocorre com todos os trabalhos espirituais, religiosos, terapêuticos, artísticos, educacionais, médicos, científicos, etc. – o trânsito e o fluxo da energia e das transmutações e curas parece ficar bem mais otimizado e bem mais aprofundado.

Quando falo em Egrégora, falo de inteligências universais, de níveis de consciências expandidas e elevadas que trabalham na hierarquia cósmica no sentido de nos ajudar a abrir acesso a estas mesmas freqüências de equilíbrio, luz e perfeição que existem dentro de todos nós. São os facilitadores da consciência da Unidade. E não vejo porque isso tenha que ser visto necessariamente de uma forma religiosa, mística ou esotérica, embora não tenha, claro, nada contra.

Muitos facilitadores de Constelações não gostam (e frequentemente não deixam) que o representante fale muito durante uma Constelação, porque em geral tem receio de que o que está sendo expresso seja um produto da mente do representante e não uma fala do representado.

O que o facilitador talvez não saiba (talvez porque Hellinger não tenha feito questão de saber) é que neste momento, nesta situação tão especial, profunda e multidimensional que é uma Constelação, o que está acontecendo é que, na grande maioria das vezes, o representante está canalizando um conteúdo psicoemocional do seu representado (ou de algum ancestral do representado) justamente para que esta expressão verbal canalizada possa desinstalar com mais eficiência o material em questão e encaminhá-lo para a Ordem do Amor para transmutação e reequilíbrio.

E isso é uma das coisas que mais impressionou as nossas alunas consteladoras cariocas e paulistas.

Agora, ao invés de reprimir a expressão verbal do representante, a facilitadora – que agora sabe que o representante está canalizando (ou no mínimo, tem mais subsídios para perceber se é canalização ou é criação da mente do representante) - faz a dirigência e encaminha o(s) corpo(s) energético(s).

Aliás, vamos falar aqui também do ato de encaminhar. Outra “tecnologia” impressionante !

O código que o Aloysio estabeleceu na matriz do seu trabalho e ensinou - de estalar os dedos e falar (ou pensar) “eu te encaminho ao Ministério de Cristo” - abre uma incrível “banda larga” de acesso as outras dimensões (“rompe dimensão“ como ele gostava de dizer) para otimizar a transmutação da energia.

E é impressionante como os representantes, ao serem dirigidos quando canalizam um corpo energético durante uma Constelação, sentem a mudança da freqüência quando se acopla um Guardião no campo ou quando se mostra uma tela mental, e finalmente depois quando se encaminha.

E quando você pode no final, trazer Corpos em Luz e senha na Constelação também é maravilhoso!

Não poderia deixar também de citar aqui o quanto foi importante para mim ter visto o filme “Quem somos nós?” especialmente a parte daquele neuro fisiologista que dá uma aula de como o cérebro estrutura suas redes neurais (o hardware) com seus hormônios e neurotransmissores, para “rodar” os “sofwares emocionais” que vamos instalando ao longo da vida, em função de como vamos vivendo as experiências e exercícios evolutivos que são (co)atraídos por nós.

Acredito que o Aloysio teria adorado ver como a ciência já explica neurofisiologicamente o que acontece com o cérebro no processo da transmutação de energia psicoemocional através da via da canalização com o uso da ferramenta do sexto sentido.

Quando o canalizador está expressando mediunicamente os conteúdos psicoemocionais do cliente, estes conteúdos são desinstalados do seu sistema psíquico e seu cérebro começa o processo de desconstrução do hardware que dava suporte ao velho software que foi removido pela canalização.

Quando o canalizador dá passagem ao Corpo em Luz com a senha e isto é reincorporado (reinstalado) ao cliente, o cérebro dele começa a construir um novo hardware para rodar o novo software que está sendo instalado.

Como cérebro não é computador que você desliga da tomada, troca o chip queimado, liga na tomada, dá boot e usa, os neurônios precisam de um tempo biológico para desconstruir e reconstruir as sinapses neuronais.

Dependendo do que foi tratado em um atendimento, o trauma pode ter raízes profundas que forjaram um poderoso hardware que pode ficar, mesmo sem a presença do velho software, gerando ainda alguma memória residual durante algum tempo, o que pode fazer com que o cliente - especialmente nestes tempos tão acelerados e tão automatizados - reconstrua o que foi limpo e reequilibrado no atendimento.

Por isso a senha é tão importante no processo. A senha tira a mente (e as emoções) da freqüência do que está se desconstruindo, colocando-a na freqüência do que está se (re)enraizando no cérebro e no complexo psíquico.

ERNANI FORNARI
www.alinhamento-energetico.com

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A RESSONÂNCIA, o jogo multidimensional dos espelhos

A RESSONÂNCIA
O jogo multidimensional dos espelhos

Hermes Trimegistro com seu “o que está em cima é como o que está embaixo e o que está embaixo é como o que está em cima” parece expressar, entre outras coisas, o mesmo postulado – que é muito oriental e ao mesmo tempo modernamente quântico – que reza que o mundo externo é só um reflexo do mundo interno (entendendo-se como externo a impermanente relatividade da existência, e como interno a mente e a Consciência).
O externo é uma construção feita pelo interno.
E a ressonância (juntamente com a sincronicidade) é uma das formas como se expressa a Unidade na diversidade, de como se movimenta inteligentemente a Consciência absoluta que existe no âmago da aparente dualidade.
Ressonância é o retorno que o externo nos dá através do espelhamento que ele faz para nós internamente.
Aprendemos desde sempre, que Deus criou o mundo em 7 dias, fez tudo certo mas um tal de Adão resolveu comer maçã, foi expulso do paraíso, e agora Deus está no paraíso de onde ele arbitra nossas vidas, e nós aqui penando nesse mal necessário que é essa pecaminosa vida material de onde devemos nos esforçar muito para sair logo.
Ainda há o agravante de que existe um anjo que resolveu querer se igualar a Deus, caiu e virou Satanás, e desde então vem se esforçando bastante para botar areia no projeto divino e nos lançar eternamente no sofrimento.
Parece um tanto absurdo, mas isso é levado a sério!
Isto ajudou a imprimir em nossa cultura ao longo dos últimos dois milênios, entre outras coisas, a crença coletiva de que o externo, o mundo material palpáve é que é o real, o conceito de que a realidade é só aquilo que os 5 sentidos e a mente racional apreendem, e a crença de que pensar é o produto mais elaborado e sofisticado que o ser humano (que por sua vez, é o ser top de linha da Criação) produz.
E em cima desta base, deste paradigma, construiu-se toda uma cultura. A nossa cultura ocidental européia, branca, greco-cristã-judaica, capitalista e de pensamento cartesiano e mecanicista.
Aprendemos que somos pecadores e culpados de nascença, sentimentos que até hoje permeiam profundamente nossas relações internas e interpessoais.
Então quando me ensinam que eu nada sou, aonde vou – automaticamente - buscar ser? Fora de mim, claro.
Aí, como não suporto meus buracos internos,vou lançando “tentáculos” energéticos e os vou ancorando em coisas e/ou pessoas na tentativa de me preencher.
Sabe aquele papo “meu amor, não consigo viver sem você”, “o que vai ser de mim quando eu me aposentar ?”, “E quando meus filhos saírem de casa? “ e “Se roubarem meu carro? “...
Pois é, aprendemos que não temos nada verdadeiramente bom dentro e aí ficamos dependendo dos meios externos para nos nutrir. E quando estes meios faltam ficamos mal. Ficamos vazios de novo, porque tentar se preencher do externo é como tentar se preencher de vento.
E aí entram em ação quatro personagens “mitológicos” que moram em nós, em nosso psiquismo que vão buscar compensar esse vazio todo: o mendigo, a prostituta, o vampiro e o escravo.
O mendigo é o pedinte. É a nossa baixa auto estima, nossa menos valia, nosso vitimismo, nossos sentimentos de culpa, nossa falta de amor e respeito próprio. É o nosso coitadinho. É o que compara desfavoravelmente para si (“o jardim do vizinho é mais bonito”). É o perseguido e o injustiçado.
A prostituta é a que cede seu tempo, seu ouvido, seu dinheiro, sua casa, seu trabalho, seu direito de dizer sim e não quando quiser, seu direito de merecer e receber, e muitas vezes cede até seu sexo, esperando receber em troca o retorno que venha suprir suas profundas demandas e carências internas. É o nosso “bonzinho”.
O vampiro é o que suga, o que recebe mais do que dá, o que se sente sempre no prejuízo, o que lança sua ancora no porto que aceitar suprir duas demandas, porque morre de medo de perder o pouco que pensa (e que sente) que tem. É nosso lado desesperado, inseguro.
O escravo é quem vive o “ruim com você, pior sem você”, “não consigo viver com você nem sem você”, “estamos juntos por causa dos filhos (ou porque temos um negócio, ou um imóvel)”, “detesto meu trabalho, gostava muito de teatro mas fiz concurso público para ter estabilidade financdeira”, ou mesmo quem é preso a vícios e hábitos não saudáveis. Muitas vezes o escravidão é o ganho secundário (por exemplo, “isto me faz sofrer mas me garante a sua atenção”).
E nós pensamos honestamente que quando, por exemplo, nos apaixonamos, o amor nos chega através do outro. E se o outro se vai, o amor se vai com ele.
Na verdade, precisamos do outro não para nos trazer o amor que não tínhamos, mas para que experienciemos através dele o nosso próprio amor (e o outro idem).
Por isso, por exemplo, distorcemos a função original dos mitos produzidos pelas diversas civilizações - como os deuses das diversas mitologias, os orishás, anjos, santos, animais de poder - que deveriam ser para nós os espelhos arquetípicos que nos refletem a perfeição interna que essencialmente somos mas que não acessamos.
Mas acabamos fazendo com eles idolatria, barganhas, esperando que estes Seres de Luz possam nos dar aquilo que pensamos que não temos, quando sua função é justamente nos ajudar a perceber que já somos e temos quem e o que buscamos ser e ter.
O que as culturas antigas e a moderna psicologia – especialmente as escolas transpessoais – estão propondo é a idéia de que o que quer que seja Deus para cada um, está dentro do ser humano como Consciência eterna.
Então eu não preciso mais de um Deus pessoal em algum Paraíso arbitrando de lá a minha vida, me punindo e me recompensando.
Deus está dentro de mim trabalhando comigo pela minha própria expansão e autorealização.
E o que quer que seja o Mal, ele é em síntese, toda a minha resistência em romper a inércia dos meus controles e das minhas defesas, e mudar para crescer.
Ele, o Mal, também é todos os obstáculos e bloqueios que coloco para que eu não veja quem Eu Sou verdadeiramente, e então assim tenha que superar estes obstáculos e bloqueios e aprender com os exercícios evolutivos para poder conquistar a experiência da liberdade da Consciência eterna.
E esse Deus, esse Eu Superior, essa Presença Divina, ou como O quiserem chamar, age de “dentro” de mim atraindo todas as experiências - vindas através de pessoas, coisas ou de eventos - que eu como humano, evolutivamente, kármicamente, preciso exercitar e aprender para transpor estes obstáculos e resistências que eu mesmo, consciente e inconscientemente, coloco no meu processo de expansão e autorealização.
Sou sempre co-criador e co-responsável pelo meu destino e pela qualidade dele.
E o que a ressonância e a sincronicidade estão mostrando o tempo todo é, trocando em miúdos, que todos e tudo somos Um em todos os níveis, e que o Universo está sempre se auto-regulando, sempre buscando a homeostase, e está sempre se comunicando conosco através de todos os reinos da Natureza e das multidimensões.
Acredito que a sincronicidade e a ressonância são dois aspectos da lei do karma e que são a própria Inteligência em ação no(s) sistema(s).
Compartilhamos todos a mesma Consciência Eterna. Compartilhamos o mesmo inconsciente humano (dr.C.G.Jung não falou do inconsciente coletivo?). Compartilhamos as mesmas emoções e sentimentos enquanto Humanidade. E segundo a moderna Física das Conexões, literalmente compartilhamos a mesma matéria já que trocamos átomos o tempo todo com o meio.
Segundo F. Capra, as interconexões entre as “coisas” tem até mais importância do que as “coisas” que se interconectam, porque estas “coisas” não existem como coisas inter-separadas, mas pensam, sentem, agem e vivem como se fossem entidades separadas, e precisam, através das interconexões, re-experienciar sua condição real de Ser uno com todo o Universo.
E as interconexões existem para provocar o exercício de expor a sombra (que é quem fomenta e mantém a crença da separatividade e a perpetuação do sofrimento) para poder ressignificá-la e trabalhar na direção em que vai todo o movimento universal, que é a busca do estado original de Unidade.
É muito interessante como muita gente fala sobre os relacionamentos que “a paixão é uma coisa maravilhosa, mas depois com a convivência as máscaras caem, o encanto se vai e a brigas começam”. Como se isso fosse um defeito de alguém ou do próprio processo.
A paixão é um maravilhoso surto que tem a função de criar - via enamoramento, tesão, atração intelectual,etc. – vínculos, em função da co-atração kármica que aconteceu entre as duas pessoas e dos exercícios que elas combinaram previamente compartilhar para crescer.
Quando o vínculo está criado, a paixão deveria ceder ao que pretendemos que seja o amor, e aí vamos nos burilar mutuamente através do espelho que um faz para o outro e dos exercícios que um traz para o outro, expondo assim as sombras e o material inconsciente que tem que ser visto e ser curado e integrado.
As personas – máscaras, isto é, “o que gostaríamos que o outro acreditasse que somos” – não duram muito mesmo. Não é sua função durar, elas só existem, neste caso, para ajudar a criar os vínculos.
E baixado o surto da paixão - “quando as máscaras caem” - justamente quando o trabalho ia começar... as pessoas começam a brigar e se separam! Porque ninguém quer ver a sombra que o espelho do outro está mostrando. E aí o que aprendemos - e o que normalmente se faz nestes casos - é imputar ao outro a culpa pelos nossos dissabores (ou pior, imputar a nós mesmos a culpa por tudo). E o outro idem.
Adoro uma frase que aprendi : “Você quer ter razão ou ser feliz ?”
Em Psicanálise, o trabalho com transferência e contra-transferência, também é uma expressão da ressonância em ação entre duas pessoas se espelhando mutuamente.
Aliás, no tempo de Freud, o psicanalista se sentava atrás do divã do paciente, entre outras coisas, para atenuar essa ressonância/transferência-contratransferência.
Hoje nas abordagens mais holísticas, mais sistêmicas e mais transpessoais, o terapeuta se senta frente a frente com o cliente pois sabe que a linha que divide terapeuta de paciente é muito tênue já que a ressonância está presente o tempo todo, e o terapeuta sabe que ele (co)atraiu aquele cliente porque este traz sincronicamente e ressonantemente alguma parte dele, terapeuta, para ser olhada e curada também.

É muito comum também se perceber fortemente a ressonância em trabalhos de Constelações Familiares, quando, não só as pessoas que estão representando como também algumas pessoas que estão sentadas apenas assistindo, se mobilizarem profundamente com as histórias que estão aparecendo na Constelação. Ou numa Roda de Cura de Alinhamento Energético, quando pessoas que estão sentadas na roda, se mobilizam com o trabalho de quem está deitado no centro.

E quando penso em ressonância, penso em relacionamentos, e sempre que penso nisso invariavelmente me vem na lembrança a “tecnologia” nativa norte americana do Talk Stick ou o “Bastão da Fala”.
Os índios sabiam que cada ser humano está imerso dentro da perspectiva de realidade que ele mesmo vem construindo fruto de suas vivências e experiências (e de como ele absorve e processa estas vivências e experiências), e que é a partir daí, deste “sagrado ponto de vista” resultante, que cada um se experiencia internamente e experiência a dinâmica evolutiva dos relacionamentos.
E quando nossos sagrados pontos de vista são discordantes, normalmente nós discutimos e brigamos, porque queremos ter razão, queremos vencer. Quando estamos neste nível, no nível do ego, fica muito difícil a resolução das questões. A questão vira uma disputa, uma competição a serviço de questões internas que nem sempre tem relação direta com o assunto em foco.
Então dois índios que estão com alguma questão pendente, em vez de discutirem e brigarem, sentam-se um na frente do outro, um deles pega o bastão e aí pode falar o que quiser durante o tempo que quiser - e o outro não pode interromper - e tem que procurar ouvir tudo com uma escuta aberta, receptiva e neutra.
Depois troca-se o bastão.
Assim, depois os índios podem resolver sua questão, ou podem até se levantar e ir embora sem falar mais nada, porque um já sabe o “sagrado ponto de vista do outro”, o que motivou o outro, qual foi a intenção do outro sob a perspectiva do outro.
E isso às vezes é o suficiente para que possamos perceber qual o exercício evolutivo que o outro nos trouxe através do espelho que ele está nos fazendo.