quinta-feira, 25 de abril de 2013
SOBRE CONCEITOS E PRECONCEITOS
Há alguns anos atrás em meio a uma conversa “papo cabeça” onde estava presente uma pessoa, que não me lembro mais quem era e nem se era católica ou evangélica, mencionei en passant os Orixás.
A pessoa em questão na mesma hora fez uma cara meio entre o horror e o nojo (expressão esta que depois voltei a ver várias vezes em outros papos na presença de outras pessoas cristãs), e proferiu alguma “verdade” preconceituosa tipo “Orixás são demônios” ou algo do gênero.
Aí perguntei para esta pessoa se ela acreditava nos Anjos, e ela prontamente me respondeu que sim.
Em seguida perguntei o que ela achava que os Anjos eram, ao que ela me respondeu que os Anjos eram seres que Deus havia criado para cuidar da Criação e do ser humano.
Não querendo polemizar, pensei cá comigo que se esta pergunta fosse feita, por exemplo, a um babalaorixá africano (Quem são os Orixás?) ou a um brahmane hindu (Quem são os Devas?) muito provavelmente a resposta seria exatamente a mesma.
E fica aqui a reflexão : como é maravilhosa a natureza absolutamente democrática de Deus que respeitou a enorme diversidade da humanidade, e se apresentou a cada povo ao longo da História respeitando profundamente as suas características geográficas, históricas, raciais e culturais.
Seria realmente um absurdo divino, por exemplo, os negros africanos ou os vermelhos nativos das Américas acessarem os Seres Divinos como anjos de pele branca, louros, de cabelos lisos e longas vestes...
Ao mesmo tempo parece não ocorrer aos cristãos que os povos negros, indígenas e orientais possam ter também uma visão demoníaca – e talvez com muito mais razão – a respeito de uma religião que manteve uma inquisição por mais de um milênio matando muito mais gente que as duas guerras mundiais por motivos torpes, fomentando pilhagens e chacinas chamadas de Cruzadas, sendo conivente (ou no mínimo omissa) com os genocídios e a escravidão que ocorreram nas 3 Américas, e mais recentemente acobertando a pedofilia e outros escândalos no Vaticano. E isso só para citar uns poucos fatos, pois tem muito mais.
Portanto evocando o amor ao próximo, a caridade e a compaixão que estas mesmas religiões cristãs pregam (mas não parecem praticar) eu digo: Salve S.Jorge ! Salve Ogum !
//Ernani Fornari
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