quinta-feira, 25 de abril de 2013
SOBRE SANTOS E DEUSES
Ernani Fornari
Interessante como as igrejas evangélicas não entendem que Jorge, Francisco de Assis, Antonio, Inácio, Bento e tantos outros cristãos maravilhosos cujas vidas foram e são exemplos de fé e de virtude, não tem culpa nenhuma se a igreja católica deu para eles o título de "santos" e estimulou uma espécie de idolatria como se só eles tivessem o email de Deus.
Interessante como as religiões cristãs com sua obcessão por culpa e pecado - ao contrário por exemplo das orientais - não conseguiram entender que já nascemos perfeitos e prontos, só que ignorantes desse fato. Senão o que mais significaria sermos feitos "à imagem e semelhança de Deus" ?
Por isso os Santos, Anjos, Gurus, Devas e Orixás rigorosamente não nos podem dar nada, pois já somos essencialmente plenos e perfeitos e não nos falta nada.
Mas estes mesmos Santos, Anjos, Gurus, Devas e Orixás fazem um trabalho indispensável e importantíssimo ao nos ajudarem a descobrir e realizar que já somos o Deus que tanto (e inutilmente) buscamos fora.
Interessante também foi o processo da formação dos mitos, quando cada cultura colocou externamente, de maneira antropomorfizada, todas as virtudes, potencialidades e qualidades que todos temos dentro mas ainda não experienciamos plenamente. Aí cada cultura construiu sua própria estrutura mítica - sua mitologia - de forma a constantemente espelhar para nós a nossa própria natureza essencialmente una e divina.
Para os orientais os santos e deuses, como expressões do mesmo único Deus, são como que símbolos cuja função maior é nos lembrar (e nos inspirar) continuamente de nossa natureza una e perfeita.
Interessante como mesmo assim, ainda continua-se buscando fora aquilo que já se tem dentro, num exercício quase infantil de idolatria e de mendicância espiritual.
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