A TERAPIA DO ALINHAMENTO ENERGÉTICO NO CONTEXTO XAMÂNICO E QUÂNTICO ATUAL
Ernani Fornari
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Os anos 60 e 70 assistiram a uma espécie de (re)nascimento do Oriente no mundo ocidental.
A geração beat e o movimento hippie começaram a importar da Índia e da China todo um universo que viria a “contaminar” profundamente (e positivamente) todo o nosso mundo cristão / capitalista.
Parece que a Gaya - a Consciência Planetária - sentindo a imensa situação de desequilíbrio ambiental e humano pela qual a Terra atravessa, achou que seria interessante que conhecimentos milenares pudessem vir novamente à tona para que, quem sabe, estes conhecimentos ancestrais pudessem contribuir para a reversão do preocupante quadro mundial.
E a inserção das culturas orientais em nossa cultura influiu decisivamente para que houvesse uma profunda reflexão e uma ampla mudança de pontos de vista – novos paradigmas – a respeito da Vida, de nós mesmos e das nossas relações conosco, com o outro e com o Universo.
Hoje, todo mundo, de alguma forma, já ouviu falar ou já experienciou alguma vez Yoga, Shiatsu, Meditação, Acupuntura, Tai Chi Chuan, Feng-Shui, já ouviu falar de Chakras, Zen, Macrobiótica, Ayurveda, Budismo. Enfim, passados mais de 40 anos, o universo oriental se integrou perfeitamente – e ainda está se expandindo – ao universo ocidental.
A grande mensagem e a principal contribuição – dentre muitas outras - que o Oriente veio nos trazer, foi a idéia da Unidade. A perspectiva de que o Universo, a Criação, é um só Organismo, um só Ser, totalmente inter-relacionado, interligado, integrado, interagente, interdependente, e totalmente consciente, infinito e eterno.
Uma grande teia onde cada infinitesimal partícula sub-atômica e cada gigantesca galáxia é consciente e inteligente. Onde cada elemento desta imensa rede, além de estar interconectado com toda a rede, também funciona como um imã, que fica constantemente, magnéticamente, atraindo e repelindo coisas e situações num movimento sincrônico e ressonante de contínua evolução, de contínua (re)criação da Realidade.
Como diz C. G. Jung no prefácio do I Ching de R. Wilhelm em 1949 : “O pensamento tradicional chinês apreende o cosmos de um modo semelhante ao do físico moderno, que não pode negar que seu modelo do mundo é uma estrutura decididamente psico-física” ou ainda “o que a “Crítica da Razão Pura” de Kant não conseguiu, está sendo abalado pela física moderna”.
E esta mudança de perspectiva veio trazer um novo alento à péssima auto-estima a que a religião vigente nos condicionou.
Agora sabemos que não somos mais vis pecadores e culpados congênitos que dependem da misericórdia divina de um Deus que está em um paraíso distante, para podermos vir a ser algo que ainda não somos.
E que também, além de não sermos culpados de nada (nem vítimas de nada nem de ninguém), não somos o produto final “top de linha” da Criação, e nem a Terra foi criada prioritáriamente para nosso uso exclusivo, como se fosse um grande Shopping Center à nossa inteira e ilimitada disposição.
O novo paradigma vem nos (re)informar que na verdade, já somos a Perfeição, a Plenitude e a Felicidade que buscamos. Nossa essência primordial é o Uno, a pura Luz e o puro Amor.
Nós só estamos míopes, ignorantes dessa Realidade. Só temos que resgatar a consciência de que somos todos co-criadores e co-responsáveis pelo Universo e pela Vida, de que somos “partes” desse Todo consciente e vivo que é a Criação, o Universo.
Não é bem melhor ser ignorante do que culpado e pecador ?
Uma outra grande contribuição trazida do Oriente foi o resgate da Energia. Da Energia Vital (prana, chi) – em suas mais diversas manifestações - que está aí sustentando o Universo e que, de tantas formas e maneiras, podemos instrumentalizá-la e utilizá-la em nosso favor para nossa evolução e crescimento.
A partir do universo aberto pelo Oriente muitos caminhos se desdobraram , cresceram e multiplicaram - inicialmente através dos beatniks e dos hippies - como a consciência e o movimento ecológico, as terapias alternativas, a agricultura orgânica, a alimentação natural e o espiritualismo e o esoterismo em geral. Tudo agora já bastante inserido em nosso universo urbano e globalizado, trazendo no seu cerne uma nova visão de mundo holística e integrativa.
Paralelamente a estes acontecimentos, a Ciência também já vinha sacudindo seus velhos paradigmas, com a expansão da Física Quântica que veio e vem corroborando e respaldando o que os orientais e os xamãs vem dizendo há milênios.
Quando os pais da Física Quântica perceberam que a menor porção de matéria podia se comportar como onda ou como partícula, dependendo do ponto de vista do observador, este fato veio fazer um super link com a concepção oriental que diz que estar no nível do absoluto ou no do relativo, estar na sombra ou na Luz, estar na ignorância ou no Conhecimento, é só uma questão de ponto de vista, de perspectiva.
E a Psicologia, através principalmente da Psicologia Transpessoal, também expandiu grandemente as possibilidades de compreensão da mente e da vida, e resgatou também a utilização das inúmeras ferramentas de cura das antigas Tradições.
Ainda assim, haviam mais algumas culturas ancestrais que provavelmente seria muito bom, na perspectiva da Gaya, que também voltassem à superfície trazendo seu milenar Conhecimento e Sabedoria.
E assim, os anos 70 e 80 viram o início de um movimento de resgate de muitas culturas distintas, tais como os povos das Américas (índios brasileiros e norte-americanos, incas, astecas e maias, esquimós), os africanos, os siberianos, e os aborígines australianos e havaianos.
E tudo isso tem sido chamado de Xamanismo.
Existem duas profecias muito significativas no universo xamânico : Uma, é uma profecia sul-americana que dizia que 500 anos depois da invasão dospovos que viriam do mar, a águia voltaria à voar com o condor, fazendo uma alusão ao resgate e à (re)integração dos povos nativos das Américas.
A outra profecia, dos índios norte-americanos, dizia que também 500 anos depois do flagelo que se abateria sobre aquela terra, os vermelhos voltariam a renascer como brancos, e estes brancos – chamados de “Guerreiros do Arco-Íris” – ajudariam a resgatar o Caminho Vermelho.
E estas duas profecias estão realmente acontecendo nos tempos atuais, assim como muitas profecias orientais que dizem que nestes tempos, monges e Mestres orientais, estariam renascendo no ocidente como brancos.
Mas qual será a contribuição que tem a dar ao mundo moderno estas culturas aparentemente tão primitivas - na visão do mundo ocidental – já que a maioria delas, por exemplo, nem desenvolveu a escrita ?
Em primeiro lugar, referendar tudo o que os orientais já tinham dito. No Xamanismo a idéia da Unidade também é a espinha dorsal, o ponto central do Conhecimento e do Caminho.
E o reconhecimento, a percepção e a utilização da energia, também é amplamente conhecido e praticado.
Talvez a principal contribuição que o chamado Xamanismo vem nos trazer - e que também é uma das razões pelas quais culturas tão distantes e diferentes como, por exemplo, siberianos e australianos, são incluídas num mesmo rótulo de “Xamanismo” – é o que poderíamos chamar de “resgate do sexto-sentido”, da sensitividade. Este sentido adormecido que é também chamado de paranormalidade, mediunidade e percepção extra-sensorial.
Um dos principais postulados do Xamanismo é a realidade multidimensional do Universo. Só que como nossa cultura (e sua religião dominante) renegou o sexto-sentido e a energia, o homem ficou apenas com os 5 sentidos e a mente racional para poder viver e pesquisar seu interior e curar suas questões psico-emocionais e espirituais.
Os cinco sentidos e a mente racional, são ótimos instrumentos para viver e lidar bem na vida material, objetiva e concreta.
Mas na vida multidimensional, no mundo da intuição, no mundo do sentir, do contato com outros níveis sutis de existência (que a Física Quântica chama de realidade não-local), estes cinco sentidos não são a ferramenta mais adequada. É o sexto-sentido quem abre as portas para uma vida multidimensional consciente.
Nós fomos educados na idéia de que a Consciência é uma prerrogativa de um cérebro humano cheio de neurônios.
Mas os índios sabem, por exemplo, que a Consciência está e se expressa em cada pedra, em cada animal, em cada planta, em cada ser vivo e em cada dimensão da Existência. Só que para se comunicar com estes outros reinos e níveis, não é com os 5 sentidos nem com a mente racional. É com o sexto-sentido.
E é por isso - e é assim – que, por exemplo, o índio se comunica com pedras, com árvores , com os animais e com seres de outras dimensões.
Outra coisa interessante de se notar, é que sempre que na história da Humanidade, quando não se sabia a origem natural de alguma coisa, de algum fenômeno inexplicável, normalmente se atribuía a uma razão sobrenatural, mística, super poderosa, oculta. E assim se criaram as religiões, o misticismo, o esoterismo e as mitologias.
E depois muita coisa foi deixando de ser considerada mística ou esotérica quando a Ciência ocidental (especialmente agora com a Física Quântica) começou a fazer uma outra leitura.
Imagine você tentando descrever telefone celular ou Internet para uma pessoa da Idade Média. Muito provavelmente te queimariam imediatamente na fogueira por magia negra !
Então, o que está se tratando aqui, são de leis universais que foram descobertas há muito tempo, e de antigas tecnologias que foram desenvolvidas a partir destes conhecimentos.
Por exemplo, quando o S. Freud “denunciou” o inconsciente ao mundo ocidental e quando falou da libido ; quando C. G. Jung trouxe o conhecimento dos arquétipos e do inconsciente coletivo ; e quando W. Reich descobria a correlação entre as emoções, a energia e o corpo físico, e descobria a energia orgônica, todos eles estavam, conscientemente ou não, relendo científicamente – e isso foi e é maravilhoso - conhecimentos que muitos povos antigos já tinham “descoberto”, explicado e instrumentalizado dentro de outros parâmetros e perspectivas próprias.
E a maior parte da humanidade sempre utilizou o sexto-sentido.
Mais modernamente, por exemplo, Alan Kardek teve o insight de desenvolver e especializar o sexto-sentido para abrir um canal de interação com o mundo dos espíritos desencarnados. E de fato, ele desenvolveu uma metodologia muito séria e competente, que chamou de Espiritismo .
A Umbanda, religião brasileira que integra cultura africana, indígena, kardecista, católica e oriental, também trabalha com o sexto-sentido dentro desta mesma perspectiva – a mediunidade e a conexão com a dimensão dos desencarnados.
Já no Candomblé (os cultos afro), praticamente não se trabalha com mediunizar desencarnados. O médium incorpora as forças arquetípicas – deuses - da Natureza (os Orixás) e desfruta de seu Axé (sua energia e suas qualidades). É uma outra utilização do mesmo sexto-sentido.
No mundo xamânico, onde até acontecem também as duas formas de utilização do sexto-sentido citadas acima, a tônica, a principal forma de utilização da sensitividade é para se acessar os conteúdos do inconsciente, as crenças e padrões psico-emocionais negativos (auto-boicotadores e sabotadores), os nós que vem de vidas passadas ou da ancestralidade, as dores e bloqueios que começam em algum evento traumático localizado em algum ponto da nossa história e que até hoje estão vibrando em nós (acabando por se somatizar em doenças físicas e psíquicas), dificuldades na vida afetiva, profissional e financeira ou em repetidos casos de interferência energética (energia intrusa, obsessão).
O sexto-sentido é uma ferramenta habilitada para se acessar diretamente estes conteúdos psico-emocionais em desequilíbrio, que são quem entrava a caminhada de todo o ser humano rumo à sua maior realização que é a (re)experienciação de sua natureza real – a Unidade
Como nossa cultura não aceitou a idéia do sexto-sentido e da energia (e de toda a perspectiva holística e animista da vida), acabou construindo sua Ciência (sob um paradigma cartesiano e mecanicista), sua Filosofia, sua Medicina (a visão alopática, reducionista e sintomática da saúde) e sua Psicologia (principalmente a Psicanálise) baseadas no universo dos 5 sentidos, do ego e da mente racional.
Por isso, por exemplo, em Psicoterapia, (especialmente em Psicanálise) os processos terapêuticos costumam demorar tanto - e isto não é uma crítica ! Na maior parte das vezes é realmente necessário que se demore mesmo, pois através do verbal e do desdobramento do racional, o terapeuta vai facilitando habilmente ao cliente a desconstrução gradativa da intrincada rede de controles e defesas que vamos construindo ao longo de nossa(s) vida(s) para não acessarmos nossas dores, até chegar-se ao contato com os conteúdos e seus núcleos, e aí efetuar sua catarse e sua re-significação. E tudo isso normalmente tem que ser lento mesmo, pois não se pode sair detonando as defesas das pessoas, que muitas das vezes é o que as mantém vivas.
Mas se temos uma ferramenta capaz de acessar diretamente os núcleos formadores de padrões (que os hindus chamam de samskaras), e transmutá-los – e esta é a proposta da canalização, uma outra forma de utilização do sexto-sentido – a teia de defesas e controles desfaz-se por si só pois não tem mais necessidade de defender e controlar nada, e o processo de cura pode acontecer de uma forma muito mais rápida, ampla e profunda.
O mais importante é não se perder a perspectiva de que nada disso é sobrenatural, esotérico, místico ou mágico. Tudo é absoluta e simplesmente natural no Universo, mesmo que não saibamos como e porque funciona
E aonde se insere o Alinhamento Energético nessa história toda ?
Além de ter sido desenvolvido inicialmente a partir das vivências e experiências de um Xamã (branco) entre os índios – Aloyzio Delgado Nascimento que deu ao seu trabalho o nome de Alinhamento Energético - tem, como tem o Xamanismo em geral, seu eixo filosófico e teórico plantado na idéia da Unidade, e a base da sua técnica e da sua metodologia de cura, na ampla utilização terapêutica do sexto-sentido e da Energia.
Quatro coisas caracterizam o Alinhamento Energético : a observação das leis do Karma, da Sincronicidade e da Ressonância ; a neutralidade e o não-julgamento ; a não invasão do campo e a não manipulação de energia (a finalidade não é tentar interferir no karma para realizar desejos, e sim, desbloquear aonde a pessoa mesma se limita) e o desapego aos resultados (a confiança que o Universo é inteligente, é sempre perfeito, é ótimo parceiro, mas não podemos nem devemos tentar controlá-lo e manipulá-lo).
E, por outro lado, três coisas caracterizam a forma como o Alinhamento Energético se insere no contexto do universo xamânico em geral, isto é, o que é mais representativo na contribuição que este trabalho tem a dar para a inserção e a expansão do Xamanismo em nossa cultura :
Uma, o desenvolvimento da capacidade de se transmutar energias e facilitar o processo de cura, sem nenhum tipo de ritual.
Outra, a capacidade de se acessar as outras dimensões (externas e internas) sem o uso e a ingestão de nenhum tipo de substâncias.
Não que sejamos contra rituais ou plantas sagradas. Já interagí com as duas coisas e as respeito muito.
Mas é assim que este trabalho foi intuído e desenvolvido pelo Aloyzio, e depois reestruturado por Mônica Oliveira (passando a ser chamado de Fogo Sagrado) : fazer aquilo que os pajés e xamãs fazem com cerimônias e rituais nas aldeias, em um ambiente de consultório terapêutico em plena selva urbana, podendo acolher desde ateus e agnósticos até pessoas de todas as religiões e atividades.
E a terceira coisa que caracteriza o Alinhamento Energético, é a proposta de ser, não um caminho dogmático, rígido ou sectário, mas sobretudo, uma técnica quântica de cura e uma ponte ecumênica, eclética e universalista entre os Conhecimentos Sagrados, especialmente os conhecimentos orientais , xamânicos, da Fisica Quântica e os da Psicologia , integrando todas as Sabedorias, procurando juntar as partes do grande quebra-cabeça do Universo e inspirando e expandindo a consciência da Unidade em todos nós.
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