SOBRE E SOB A SOMBRA
A Física Quântica é a ciência das infinitas possibilidades e a ciência que estuda as complexas interconexões entre todo o Universo.
Segundo F. Capra, as interconexões tem até mais importância do que as “coisas” que se interconectam, porque estas coisas não existem como coisas inter-separadas, mas pensam e agem como se fossem coisas separadas.
As interconexões existem para provocar o exercício de expor a sombra (que é quem fomenta a crença da separatividade) e trabalhar na direção em que vai toda o movimento universal, que é a busca no estado original de Unidade.
Este movimento universal de homeostase e expansão é chamado pelos hindus de Sattwa Guna.
Todas as coisas que passamos e experienciamos na vida, imprimem uma informação psico-emocional em nosso inconsciente.
As coisas positivas que vivemos, nossas vitórias, os reconhecimentos, o afeto e apoio que tivemos, aquilo que conquistamos, os obstáculos que superamos, tudo isso vai imprimir informações psico-emocionais “positivas” em nosso inconsciente.
Por outro lado, as perdas, as traições, as faltas, as violências, as injustiças, as carências e as derrotas, vão imprimir informações psico-emocionais “negativas”.
Entenda-se por positivo e negativo aqui, não um julgamento moral, mas as polaridades energéticas universais. Até porque não acredito em nada que seja negativo, mau, errado ou ruim no Universo. Tudo são apenas aparências. Obstáculos para serem superados.
Então, o que chamamos de personalidade é o resultado destas duas instâncias que poderíamos chamar de a Luz e a Sombra em nós. A parte de nós que trabalha a nosso favor, e a parte de nós que trabalha “contra” nós. Aonde nós nos ajudamos e aonde nos atrapalhamos.
É como se tivéssemos um jogo de futebol acontecendo em nós permanentemente. O time da Sombra e o time da Luz. E a gente fica tentando fazer com que o pessoal do time da Sombra passe prá Luz.
Isto vem trazer diversos desdobramentos:
Primeiro, a necessidade de re-significarmos nossa Sombra – nossos defeitos, falhas, erros, imperfeições, dificuldades, limitações, bloqueios, raivas, tristezas, medos...
Nossa Sombra não precisa mais ser vista como um mal, como um castigo ou um estigma. Nossas dores e limitações não precisam ser mais vistas como algo inevitável e irreversível, nem como necessáriamente culpa dos nossos pais, de Deus, do governo, dos patrões, do sistema, ou pior, de nós mesmos.
Nossa Sombra é apenas o material de trabalho de que dispomos para nos aperfeiçoarmos nesta encarnação.
O que chamamos de defeitos e erros, são na verdade nossos obstáculos, testes, exercícios, aprendizados, treinamentos, e que, diga-se de passagem, foi tudo pedido , pré-contratado e atraído por nós para nosso desenvolvimento e evolução, numa parceria perfeita e inteligente com o Universo.
Nossa Natureza Real é a Unidade, o equilíbrio, a harmonia, a Felicidade, a Paz, o Amor e a Luz. Já fomos construídos prontos, perfeitos, apenas sofremos de uma profunda ignorância deste fato.
Absolutamente não somos pecadores, nem culpados e nem vitimas de nada e nem de ninguém.
Tudo em nós que não sejam as qualidades e virtudes citadas acima, não é realmente o que nós somos, é apenas como estamos no momento. Só tem realidade virtual dentro da realidade relativa que construímos. São nossas crenças, bloqueios, padrões, auto-imagem, personas.
No hinduísmo, estas informações psico-emocionais se chamam samskaras (impressões, que geram vasanas, tendências) e no Fogo Sagrado, chamam-se “corpos energéticos”.
E os hindus também consideram que todas as emoções ditas negativas, emanam de uma única emoção central, nuclear, que é o mêdo de morrer, e que, por sua vez, também tem origem em um medo ainda mais atávico, que é o mêdo da dissolução do ego no Todo, o mêdo de perder a falsa identidade individual.
Em segundo lugar, poderíamos dizer que a equação do crescimento pessoal é, inevitávelmente e invariávelmente : entrar na consciência aceitar fazer um movimento para transmutar e mudar.
- Trazer para a consciência através de reflexão, meditação e/ou terapia, nossas crenças e padrões limitadores, bem como nossa Luz, talentos e potencial. Mas só trazer para a consciência não é suficiente. Temos então que...
- Aceitar. Olhar para nós mesmos com maturidade, com neutralidade, sem comparar com nada nem com ninguém, entendendo a função do que nos acontece e aceitando que se está aqui neste laboratório planetário, neste teatro cósmico, para transformar a Sombra em Luz. Ninguém tem “cacife” para julgar ninguém, nem mesmo si a próprio. Tentativa e erro é justamente o que temos que fazer para aprender e crescer. Trazer a Sombra para a consciência, sem a aceitação subsequente, pode gerar muita culpa e muito stress.
- Finalmente, fazer um movimento para transmutar, re-significar, criar um novo padrão, expandir o que estava bloqueado, aprofundar. E o Fogo Sagrado vem como uma ferramenta altamente eficiente para promover as transmutações e re-significações necessárias, de uma forma rápida.
Estes são os três degraus do auto-desenvolvimento.
Mas é muito importante que consideremos também, duas características psico-emocionais fundamentais e bastante estruturais em nós, neste processo ilusório à que estamos submetidos (por nós mesmos), e que funcionam como verdadeiras armadilhas no processo evolutivo :
- A auto-imagem (quem eu acredito que eu sou) e a persona (quem eu quero – ou preciso – que os outros acreditem que eu sou), que está a serviço da auto-imagem para “equilibrá-la” e compensá-la.
- E temos que lidar ainda com dois (profundos, embora aparentes) estados de cisão:
A cisão externa (eu me sinto separado dos outros, da Natureza e de Deus), e a cisão interna (eu sinto a separação entre meu corpo, minha mente e minhas emoções).
É preciso muita auto-observação, muita neutralidade, muita humildade e respeito por nós mesmos, e muito trabalho interno, para podermos equacionar e integrar este atávico jogo de aparências.
Outra coisa também extremamente importante, é que re-signifiquemos o conceito e a função do chamado “Mal”.
A função do Mal não é destruir o Bem, como muitas religiões tem colocado de forma maniqueísta.
A função do Mal é se transmutar em Bem. O Mal é o Bem na polaridade desequilibrada, escura. A Sombra é a Luz no outro lado da moeda.
O “Mal” é o desequilíbrio que tem que se equilibrar, a desarmonia que tem que se re-harmonizar. É o exercício, o obstáculo, os testes, as provas.
E no processo de re-significação do Mal, temos que re-significar também o papel do demônio, de Satanás ou do diabo.
Imaginem se o mais alto ser da mais alta hierarquia angélica – Lúcifer (aquele que traz a Luz) – ia ser tomado por uma emoção tão humana e terrena como a inveja !!! E aí, caiu e virou um ser em guerra com Deus...
Lúcifer (que também trabalha na Egrégora do Ministério de Cristo), é o Ser de Luz que promove os obstáculos e exercícios necessários para o crescimento e a expansão de toda a Criação.
Na Mitologia Hindu, os demônios são sempre grandes devotos de Deus (em geral de Shiva), e sempre são liberados quando Deus os mata (geralmente Vishnu).
Imagine, por exemplo, um atleta de ponta de nível olímpico. Vamos dizer que seja um saltador em altura. O que ele faz ? Contrata um treinador que coloca a vara em determinada altura.
Aí este atleta treina duro, com disciplina, espartanamente, até que consegue saltar. Quando ele salta, e está lá todo feliz e orgulhoso, seu treinador sorri e... levanta um pouco mais a vara, e começa tudo de novo.
Por acaso este treinador significa o mal para o atleta ? Será que ele está trabalhando contra ele ?
Então, costumamos dizer de brincadeira, que quando Deus faz reunião de Ministério, quem está sentado à sua direita é Jesus, e à sua esquerda é Lúcifer, o “grande treinador”.
Claro que existem as regiões infernais. Claro que ao desencarnar muita gente vai para estes locais. Mas estes locais não são nada mais que projeções do nível vibratório e evolutivo interno da própria pessoa. O inferno e o Céu estão sempre dentro do homem.
Portanto, não desqualifique sua Sombra. Não diga “que droga, fiquei com raiva”, “estou com um medo horrível”, “que tristeza terrível”. Não negue nem menospreze as emoções chamadas negativas.
Aceite a sua inveja (in-veja, veja dentro o potencial que você pensa que só o outro tem), seus ciúmes, seus apegos, suas fraquezas. Olhe para elas com a visão da Águia – com neutralidade e equanimidade.
Também não procure fugir da sua Sombra focando na Sombra do outro, porque ao fazê-lo você só estará vendo a sua própria Sombra na Sombra do outro.
Conscientize, observe, sinta, perceba o aprendizado que você atraiu através destas emoções e sentimentos e libere-as. Senão elas ficarão se repetindo (e com intensidade progressivamernte aumentada) até que você faça algum movimento interno de liberação.
Grande parte das informações psico-emocionais positivas e negativas que construíram nossa personalidade, foram enraizadas na infância, justamente numa época da vida em que temos poucas condições de compreender de uma forma ampla e profunda o sentido e a função do que nos aconteceu, e as circunstâncias em que os eventos ocorreram.
Neste caso, o que fica mais contundente é o que se sente, dentro da perspectiva estreita do que se compreende.
Até porque muito antes de pensar nós já sentíamos.
Uma criança, por exemplo, que sofre violências do pai, não tem condição de avaliar que o pai também tem suas questões, suas dores e doenças, que também teve pais que tiveram pais...
O que fica marcado criando o trauma é o fato em si e seu sentimento.
A criança funciona dentro de uma equação simplista, mas geradora de toda uma série de sofrimentos emocionais : “se fizeram isto comigo é porque não gostam de mim. Se não gostam de mim, é porque não sou bom“.
Porque visceralmente necessitamos – e buscamos isso desesperadamente – sermos aceitos, reconhecidos e amados. E para receber isto, “fazemos qualquer negócio”, nos tornamos rígidamente perfeccionistas, ficamos neuróticamente “bonzinhos”, só pensamos nos outros e esquecemos de nós, e por aí vai...
E como o cérebro não reconhece a diferença entre o que aconteceu no passado e o que aconteceu hoje (Freud teria adorado saber disso!), as informações dolorosas ficam sendo permanentemente atualizadas, e o conjunto destas informações , são hoje as nossos traumas, crenças, padrões limitadores e bloqueios.
Ficamos carregando conosco todas as crianças sofridas que fomos, como se ainda as fossemos.
Quase tudo fruto de equívocos de perspectiva que mantém as emoções e a psique desequilibradas.
Precisamos liberar nossas crianças sofridas, devolvendo-as felizes ao passado, e passando a encarar e a lidar amorosamente com a Sombra como nosso precioso material de trabalho evolutivo.
É o primeiro passo para amar a si mesmo, que é o primeiro passo para amar ao próximo e ao Universo.
terça-feira, 13 de julho de 2010
quarta-feira, 7 de julho de 2010
A Visão Hindú sobre a estruturação do psiquismo
A VISÃO HINDÚ SOBRE A ESTRUTURAÇÃO DO PSIQUISMO
“Quem sou eu ?” é, sem dúvida, a pergunta mais importante do universo humano.
E é claro, “De onde vim e para onde vou ?”, “Quem é Deus ?”, e tantas outras perguntas do mesmo teor, vem na seqüência.
E em toda a história da Humanidade, o homem mergulhou intensamente na busca desta resposta.
Para tanto, criou inúmeras religiões, filosofias, mitologias, ciências e psicologias, sempre na ânsia ancestral e atávica, de desvendar aquilo que os índios norte-americanos chamam de “O Grande Mistério”.
A idéia central das culturas orientais e xamânicas – a Unidade – traz o conceito de que tudo é Um, de que o Universo é um único organismo, consciente e totalmente interligado e interagente, e que toda a percepção e sensação de separatividade é uma ilusão (Maya).
Os hindus chegam a dizer que a única doença de que nós realmente sofremos – todas as outras (físicas e psíquicas) são um desdobramento desta – é Avidya, a ignorância da nossa natureza real, a Unidade.
E é assim que nós nos sentimos : totalmente cindidos, fragmentados. Tanto externamente – nos sentimos separados de cada semelhante, da Natureza e do que acreditamos que seja Deus ; quanto internamente – corpo, cabeça e coração raramente estão em equilíbrio.
Na tarefa humana de caminhar para a Luz, em primeiro lugar é importante perceber que quando trabalhamos conosco no auto-conhecimento ou com outra pessoa (se formos terapeutas), estamos fundamentalmente lidando com duas instâncias altamente relevantes da personalidade - a auto-imagem e a persona – que são construções psico-emocionais limitadoras paradoxalmente desenvolvidas por nós - inconscientemente, na maior parte do tempo - para nos proteger.
A auto-imagem é “quem eu acredito que eu sou”. É o sistema de crenças que nós construímos em função das nossas experiências dolorosas e sofridas (e claro, das positivas e interessantes também), e que nos dão uma imagem e uma perspectiva geralmente distorcida de nós mesmos, e que na maior parte das vezes nós sentimos como sendo algo limitador e desfavorável, ou ao contrário (mas pela mesma razão), o ego infla e a pessoa se sente exageradamente o máximo, para não entrar em contato com suas dores.
A persona é “quem eu quero que acreditem que eu sou”. São as nossas máscaras e papéis sociais (o filho, o pai, o profissional, o cidadão, o marido, etc.etc.) que funcionam em parceria com a auto-imagem, e que procuram compensar esta, quando ela é desconfortável e parece ser desfavorável.
E a auto-imagem e a persona são competente e eficientemente fomentadas, mantidas e monitoradas pelo complexo ego/mente racional.
A auto-imagem e a persona são componentes importantíssimos na construção da nossa visão de mundo, a chamada “Realidade” (que é o que nós acreditamos que a vida é).
Outro movimento do psiquismo - que foi percebido por S. Freud bem no inicio da estruturação da Psicanálise - são as pulsões da busca do prazer e da evitação da dor. E todo o complexo psico-emocional trabalha neste sentido : o de nos manter afastados do contato com a dor.
Na infância, quando passamos por experiências traumáticas , estas impressões (o que sentimos com o que supomos que aconteceu) são “escondidas” no inconsciente. Freud chamou a isto de recalque. A intenção é que não tenhamos que estar sempre entrando em contato com nossas dores (ou do que o inconsciente acredita serem dores), pois seria insuportável viver assim, lembrando o tempo todo de tudo o que de ruim e sofrido nos aconteceu.
O problema é que estas dores continuam vivas no inconsciente, produzindo ao longo do tempo um sistema de crenças e padrões que irá contribuir decisivamente na formação do caráter e da personalidade, e também na somatização de doenças físicas, psico-emocionais e/ou sociais.
Ou seja, paradoxalmente , o mesmo procedimento interno que trabalha para nos proteger, nos limita e nos sabota, como um eterno exercício de obstáculo X superação e crescimento.
Vamos agora deixar a Psicologia Hindu dar um subsídio filosófico e psicológico :
Em primeiro lugar, se tanto as Tradições orientais quanto as xamânicas dizem que somos seres multidimensionais / holográficos, isto quer dizer que existimos simultaneamente em infinitos níveis, certo ?
Na Filosofia Hindu, temos duas formas de codificar as multi-dimensões do ser humano : uma trina - os Shariras, ou corpos - mais usada pelo Yoga, e outra quíntupla - os Koshas, ou envoltórios - mais usada pela Vedanta. São apenas divisões de caráter didático, já que estas dimensões não são tridimensionais, são holográficas, e estão todas simultâneamente se interpenetrando (assim como acontece com os Chakras).
Os Shariras ou corpos, são 3 : o Sthula Sharira ou corpo denso (o corpo físico), o Sukshma Sharira ou corpo sutil (o corpo de energia, o corpo emocional e o corpo mental) e Karana Sharira ou corpo causal.
É no Sukshma Sharira onde operam a Homeopatia, a Acupuntura, Reiki, Cura Prânica, Aromaterapia, Cristais, Cromoterapia, etc, para curar o Shtula Sharira.
Karana Sharira se chama corpo causal, porque é nesse nível onde se localiza a causa da ignorância primordial (Avidya). Mas é também neste nível que se localiza a Testemunha , a perspectiva interna neutra e observadora buscada na Meditação. É a “Visão da Águia” dos xamãs e é onde acontecem as canalizações e as conexões mediúnicas e sensitivas. E este também é o nível que faz a “interface” do estado de consciência separada com o estado da Unidade Absoluta ( Nirvana, Samadhi, Moksha, Kaivalya, Satori).
Os Koshas, são chamados de envoltórios (ou bainhas), porque são as camadas que ilusóriamente prendem e condicionam o Espírito (Atma). São 5 :
- Annamaya Kosha, ou corpo físico
- Pranamaya Kosha, o corpo de energia (que os ocultistas chamam de Duplo-etérico e os espíritas de Perispírito) . Neste nível circulam as Pranavaha Nadis (condutos energéticos que transportam os Pranas)
- Manomaya Kosha, o corpo psico-emocional. Neste nível circulam as Manovaha Nadis (condutos de energia que transportam Ojas, a energia mental. Ojas é a quintessência energética extraída dos alimentos pelos Dhatus – os 7 tecidos corporais)
- Vijñanamaya Kosha, o corpo psíquico
- Anandamaya Kosha, o corpo psico-espiritual.
Vijñanamaya Kosha é onde opera o discernimento, a capacidade de se escolher e discriminar entre o que é real ou irreal.
Assim como o Karana Sharira, Anandamaya Kosha é o portal, a interface para o estado da Consciência da Unidade.
O Sthula Sharira (bem como sua correspondente Annamaya Kosha) está relacionado a Guna Tamas ; o Sukshma Sharira (Prananamaya, Mano Maya e Vijñanamaya Kosha) está relacionado a Guna Rajas; e Karana Sharira (Anandamaya Kosha) a Guna Sattwa.
O complexo psíquico (que os hindus chamam de Antahkarana, ou órgão interno) é formado por :
- Buddhi. É a parte mais elevada do complexo psíquico. Num primeiro nível, Buddhi trabalha com o discernimento, as escolhas e as opções. Desde as escolhas inconscientes - como, por exemplo, as que faz o nosso sistema nervoso autônomo - passando pelas opções e escolhas conscientes do dia-a-dia, até a mais elevada das formas de discernimento que é o questionamento sobre o que é real e o que é irreal na existência ( que é o que os hindus chamam de Viveka). Em um nível mais elevado de atuação, Buddhi é a Mente Testemunha (a “Visão da Águia” dos xamãs), o nível da Meditação e da neutralidade, onde há observação equânime, sem julgamento.
Abarca também o Inconsciente.
Buddhi é quem sedia e administra os Samskaras - os registros e impressões psico-emocionais, que vão gerar os Vasanas (tendências e padrões).
O Buddhi atua no nível de Karana Sharira (e Vijñanamaya Kosha).
- Manas é a mente pensadora. Administra os estímulos que vem através da aferência dos sentidos (Jñana Indriyas) e da atividade da memória (Chitta , conteúdos do consciente e do inconsciente), administra as escolhas e opções de Buddhi, e produz os Vrittis (pensamentos, movimentos mentais, mente racional) e as respostas psico-motoras (Vasanas) através dos Karma Indriyas (órgãos de ação).
- Ahamkara, o ego. Trabalha em parceria com Manas na função de se manter a identificação da Consciência Una com o estado ilusório de separatividade (Maya). Os sentidos, o ego e a mente racional mantém a Consciência ilusoriamente identificada com a personalidade e com as Gunas (os movimentos impermanentes da Natureza).
E como este Anthakarana trabalha ?
Quando os nossos sentidos apreendem algum objeto, informação ou estímulo, dois mecanismos disparam automaticamente : o corpo mental associa ao elemento percebido um nome (Nama) e uma forma (Rupa) e o corpo emocional avalia se aquele determinado elemento me atrai (Raga) ou se eu o rejeito (Dwesha) – bem no estilo das pulsões “busca do prazer / evitação da dor” freudianas.
Em outras palavras os sentidos captam, a mente e o emocional enquadram e classificam e o ego identifica com eu/meu.
Assim enquadramos toda a Realidade Una em pequenas unidades ilusoriamente separadas, mantemos a ignorância da nossa Natureza Real, e ficamos vivendo aprisionados em uma realidade limitante construída por nós mesmos.
Se o estímulo ou informação que recebemos através dos sentidos (Jñana Indriyas) é alguma coisa muito forte e traumatizante, ou se por outro lado, são estímulos ou informações que se repetem com periodicidade, isto vai imprimir Samskaras (impressões psico-emocionais) no inconsciente, que vão por sua vez, produzir Vasanas (crenças, hábitos, tendências e padrões) e , juntamente com Citta (a memória) produzir os Vrittis (movimentos da mente, pensamentos, atividade racional).
Algumas imagens para exemplificar :
1. Imagine que o seu complexo psíquico é um lago : o reservatório em si, é a mente (Manas) ; o conteúdo – a água – é Chitta, a memória consciente e inconsciente ; o fundo do lago é o Ser, a Unidade coberta pela “poeira” de Chitta que forma “bancos de areia” (Samskaras) em função dos movimentos internos e da superfície (Vrittis) ; por sua vez, os movimentos ondulatórios da superfície são os Vrittis (pensamentos, atividade racional) e Vasanas (tendências) cujos padrões são produzidos pelo perfil topográfico do fundo (Samskaras).
Quanto mais nivelado e liso estiver o fundo, mais tranqüilas serão as águas da superfície.
2. Uma carruagem : Buddhi é o condutor, Manas são as rédeas, Ahamkara é a carruagem e os cavalos são os sentidos (Indriyas).
3. Estou em um campo e de repente vejo um touro enfurecido correndo em minha direção : os Jñana Indriyas captam a imagem , Manas processa a informação (“vendo um touro correndo”), Ahamkara identifica com o eu (“eu estou vendo um touro correndo”) , Buddhi faz as escolhas (“eu estou vendo um touro correndo e furioso, e vai me pegar. Tenho que correr”), e os Karma Indriyas executam a ação de fugir.
Bem, é claro que este processo, como todos os processos de auto-conhecimento e crescimento, deve ser acompanhado da fundamental fórmula : conscientizar aceitar transformar e integrar.
Sem a consciência e a aceitação dos nossos padrões e movimentos internos limitadores (ou da sombra, como bem denominou C.G.Jung) não podemos nos transformar e melhorar.
Mas a conscientização da sombra sem a sua aceitação com compreensão, neutralidade e compaixão, também não leva ao crescimento. Pode talvez levar à depressão.
Isto acontece também porque estamos terrivelmente infectados por um veneno criado pelo homem que é a culpa.
A culpa foi fomentada por algumas religiões com a exclusiva finalidade de manter a auto-estima pessoal baixa para assim poder-se dominar e manipular mais facilmente as pessoas.
Para respaldar a culpa inculcou-se a idéia de que somos pecadores congênitos, e que só teremos nossa salvação se nos submetermos a um Deus que nos julgará e que vive em um paraíso distante distribuindo castigos e recompensas. Isso tudo poluiu terrivelmente o saudável processo da evolução psico-emocional / espiritual humana, especialmente da cultura ocidental.
Junto com a aceitação de nossa sombra (que é apenas a ilusória – e temporária - ausência da Luz), precisamos também aceitar e resgatar nossa natureza divina e perfeita, e aceitar o fato de que nossa sombra é apenas a ignorância de nossa natureza real – a Unidade.
A sombra é o material de que dispomos para trabalhar nosso crescimento, são os exercícios, obstáculos, provas e testes que aceitamos trabalhar para evoluir.
É absolutamente necessário que substituamos a culpa pela responsabilidade. Não somos passivas marionetes do Universo. Somos seus co-criadores ativos.
Não existe necessáriamente nenhum Deus em guerra constante contra o Mal.
O chamado “mal” são os obstáculos, testes, dificuldades, exercícios, conflitos e confrontos que temos que lidar em nossa caminhada de crescimento.
Ou seja, a função do mal não é vencer o Bem, é se transformar em Bem. Assim como a função da sombra não é apagar a Luz, é se transformar em Luz.
Na Mitologia Hindú esta visão fica bem clara, ao colocar os demônios (Asuras) como devotos de Deus (Shiva) que eram geralmente Saddhus ou monjes que por alguma razão foram tranformados em demônios para cumprirem alguma função. E aí eles tem que ser mortos e liberados por Deus (Vishnu) para voltarem à sua condição de Santos e Sábios.
A vida que vivemos, o que somos e o que nos acontece é fruto 100% das nossas escolhas e opções – conscientes ou inconscientes, feitas nesta ou em outra(s) vida(s). E isto é a grande maravilha da vida, pois nos confere o poder de nos responsabilizarmos totalmente por nós mesmos e transformar totalmente nossa existência em qualquer tempo.
O fato de que o Universo é um único Ser totalmente integrado como uma grande teia holográfica, onde cada componente funciona como um ímã atraindo e repelindo energia, coisas, pessoas e situações – tudo devidamente gerenciado pelas leis do Karma, da Sincronicidade e da Ressonância – faz com que estejamos constantemente atraindo as coisas, pessoas e situações necessárias para nosso aprendizado e evolução. Esta é a forma que a Vida utiliza para nos ensinar.
Isto, além de demonstrar o funcionamento da fantástica Inteligência Universal, anula completamente qualquer possibilidade de culpas, castigos divinos, azar e vitimismos.
Então, a grande pergunta que devemos estar sempre nos fazendo cada vez que algo ou alguém desagradável cruza nosso caminho é : o que eu tenho que aprender com isso ? Porque eu atraí esta pessoa ou situação ?
“Quem sou eu ?” é, sem dúvida, a pergunta mais importante do universo humano.
E é claro, “De onde vim e para onde vou ?”, “Quem é Deus ?”, e tantas outras perguntas do mesmo teor, vem na seqüência.
E em toda a história da Humanidade, o homem mergulhou intensamente na busca desta resposta.
Para tanto, criou inúmeras religiões, filosofias, mitologias, ciências e psicologias, sempre na ânsia ancestral e atávica, de desvendar aquilo que os índios norte-americanos chamam de “O Grande Mistério”.
A idéia central das culturas orientais e xamânicas – a Unidade – traz o conceito de que tudo é Um, de que o Universo é um único organismo, consciente e totalmente interligado e interagente, e que toda a percepção e sensação de separatividade é uma ilusão (Maya).
Os hindus chegam a dizer que a única doença de que nós realmente sofremos – todas as outras (físicas e psíquicas) são um desdobramento desta – é Avidya, a ignorância da nossa natureza real, a Unidade.
E é assim que nós nos sentimos : totalmente cindidos, fragmentados. Tanto externamente – nos sentimos separados de cada semelhante, da Natureza e do que acreditamos que seja Deus ; quanto internamente – corpo, cabeça e coração raramente estão em equilíbrio.
Na tarefa humana de caminhar para a Luz, em primeiro lugar é importante perceber que quando trabalhamos conosco no auto-conhecimento ou com outra pessoa (se formos terapeutas), estamos fundamentalmente lidando com duas instâncias altamente relevantes da personalidade - a auto-imagem e a persona – que são construções psico-emocionais limitadoras paradoxalmente desenvolvidas por nós - inconscientemente, na maior parte do tempo - para nos proteger.
A auto-imagem é “quem eu acredito que eu sou”. É o sistema de crenças que nós construímos em função das nossas experiências dolorosas e sofridas (e claro, das positivas e interessantes também), e que nos dão uma imagem e uma perspectiva geralmente distorcida de nós mesmos, e que na maior parte das vezes nós sentimos como sendo algo limitador e desfavorável, ou ao contrário (mas pela mesma razão), o ego infla e a pessoa se sente exageradamente o máximo, para não entrar em contato com suas dores.
A persona é “quem eu quero que acreditem que eu sou”. São as nossas máscaras e papéis sociais (o filho, o pai, o profissional, o cidadão, o marido, etc.etc.) que funcionam em parceria com a auto-imagem, e que procuram compensar esta, quando ela é desconfortável e parece ser desfavorável.
E a auto-imagem e a persona são competente e eficientemente fomentadas, mantidas e monitoradas pelo complexo ego/mente racional.
A auto-imagem e a persona são componentes importantíssimos na construção da nossa visão de mundo, a chamada “Realidade” (que é o que nós acreditamos que a vida é).
Outro movimento do psiquismo - que foi percebido por S. Freud bem no inicio da estruturação da Psicanálise - são as pulsões da busca do prazer e da evitação da dor. E todo o complexo psico-emocional trabalha neste sentido : o de nos manter afastados do contato com a dor.
Na infância, quando passamos por experiências traumáticas , estas impressões (o que sentimos com o que supomos que aconteceu) são “escondidas” no inconsciente. Freud chamou a isto de recalque. A intenção é que não tenhamos que estar sempre entrando em contato com nossas dores (ou do que o inconsciente acredita serem dores), pois seria insuportável viver assim, lembrando o tempo todo de tudo o que de ruim e sofrido nos aconteceu.
O problema é que estas dores continuam vivas no inconsciente, produzindo ao longo do tempo um sistema de crenças e padrões que irá contribuir decisivamente na formação do caráter e da personalidade, e também na somatização de doenças físicas, psico-emocionais e/ou sociais.
Ou seja, paradoxalmente , o mesmo procedimento interno que trabalha para nos proteger, nos limita e nos sabota, como um eterno exercício de obstáculo X superação e crescimento.
Vamos agora deixar a Psicologia Hindu dar um subsídio filosófico e psicológico :
Em primeiro lugar, se tanto as Tradições orientais quanto as xamânicas dizem que somos seres multidimensionais / holográficos, isto quer dizer que existimos simultaneamente em infinitos níveis, certo ?
Na Filosofia Hindu, temos duas formas de codificar as multi-dimensões do ser humano : uma trina - os Shariras, ou corpos - mais usada pelo Yoga, e outra quíntupla - os Koshas, ou envoltórios - mais usada pela Vedanta. São apenas divisões de caráter didático, já que estas dimensões não são tridimensionais, são holográficas, e estão todas simultâneamente se interpenetrando (assim como acontece com os Chakras).
Os Shariras ou corpos, são 3 : o Sthula Sharira ou corpo denso (o corpo físico), o Sukshma Sharira ou corpo sutil (o corpo de energia, o corpo emocional e o corpo mental) e Karana Sharira ou corpo causal.
É no Sukshma Sharira onde operam a Homeopatia, a Acupuntura, Reiki, Cura Prânica, Aromaterapia, Cristais, Cromoterapia, etc, para curar o Shtula Sharira.
Karana Sharira se chama corpo causal, porque é nesse nível onde se localiza a causa da ignorância primordial (Avidya). Mas é também neste nível que se localiza a Testemunha , a perspectiva interna neutra e observadora buscada na Meditação. É a “Visão da Águia” dos xamãs e é onde acontecem as canalizações e as conexões mediúnicas e sensitivas. E este também é o nível que faz a “interface” do estado de consciência separada com o estado da Unidade Absoluta ( Nirvana, Samadhi, Moksha, Kaivalya, Satori).
Os Koshas, são chamados de envoltórios (ou bainhas), porque são as camadas que ilusóriamente prendem e condicionam o Espírito (Atma). São 5 :
- Annamaya Kosha, ou corpo físico
- Pranamaya Kosha, o corpo de energia (que os ocultistas chamam de Duplo-etérico e os espíritas de Perispírito) . Neste nível circulam as Pranavaha Nadis (condutos energéticos que transportam os Pranas)
- Manomaya Kosha, o corpo psico-emocional. Neste nível circulam as Manovaha Nadis (condutos de energia que transportam Ojas, a energia mental. Ojas é a quintessência energética extraída dos alimentos pelos Dhatus – os 7 tecidos corporais)
- Vijñanamaya Kosha, o corpo psíquico
- Anandamaya Kosha, o corpo psico-espiritual.
Vijñanamaya Kosha é onde opera o discernimento, a capacidade de se escolher e discriminar entre o que é real ou irreal.
Assim como o Karana Sharira, Anandamaya Kosha é o portal, a interface para o estado da Consciência da Unidade.
O Sthula Sharira (bem como sua correspondente Annamaya Kosha) está relacionado a Guna Tamas ; o Sukshma Sharira (Prananamaya, Mano Maya e Vijñanamaya Kosha) está relacionado a Guna Rajas; e Karana Sharira (Anandamaya Kosha) a Guna Sattwa.
O complexo psíquico (que os hindus chamam de Antahkarana, ou órgão interno) é formado por :
- Buddhi. É a parte mais elevada do complexo psíquico. Num primeiro nível, Buddhi trabalha com o discernimento, as escolhas e as opções. Desde as escolhas inconscientes - como, por exemplo, as que faz o nosso sistema nervoso autônomo - passando pelas opções e escolhas conscientes do dia-a-dia, até a mais elevada das formas de discernimento que é o questionamento sobre o que é real e o que é irreal na existência ( que é o que os hindus chamam de Viveka). Em um nível mais elevado de atuação, Buddhi é a Mente Testemunha (a “Visão da Águia” dos xamãs), o nível da Meditação e da neutralidade, onde há observação equânime, sem julgamento.
Abarca também o Inconsciente.
Buddhi é quem sedia e administra os Samskaras - os registros e impressões psico-emocionais, que vão gerar os Vasanas (tendências e padrões).
O Buddhi atua no nível de Karana Sharira (e Vijñanamaya Kosha).
- Manas é a mente pensadora. Administra os estímulos que vem através da aferência dos sentidos (Jñana Indriyas) e da atividade da memória (Chitta , conteúdos do consciente e do inconsciente), administra as escolhas e opções de Buddhi, e produz os Vrittis (pensamentos, movimentos mentais, mente racional) e as respostas psico-motoras (Vasanas) através dos Karma Indriyas (órgãos de ação).
- Ahamkara, o ego. Trabalha em parceria com Manas na função de se manter a identificação da Consciência Una com o estado ilusório de separatividade (Maya). Os sentidos, o ego e a mente racional mantém a Consciência ilusoriamente identificada com a personalidade e com as Gunas (os movimentos impermanentes da Natureza).
E como este Anthakarana trabalha ?
Quando os nossos sentidos apreendem algum objeto, informação ou estímulo, dois mecanismos disparam automaticamente : o corpo mental associa ao elemento percebido um nome (Nama) e uma forma (Rupa) e o corpo emocional avalia se aquele determinado elemento me atrai (Raga) ou se eu o rejeito (Dwesha) – bem no estilo das pulsões “busca do prazer / evitação da dor” freudianas.
Em outras palavras os sentidos captam, a mente e o emocional enquadram e classificam e o ego identifica com eu/meu.
Assim enquadramos toda a Realidade Una em pequenas unidades ilusoriamente separadas, mantemos a ignorância da nossa Natureza Real, e ficamos vivendo aprisionados em uma realidade limitante construída por nós mesmos.
Se o estímulo ou informação que recebemos através dos sentidos (Jñana Indriyas) é alguma coisa muito forte e traumatizante, ou se por outro lado, são estímulos ou informações que se repetem com periodicidade, isto vai imprimir Samskaras (impressões psico-emocionais) no inconsciente, que vão por sua vez, produzir Vasanas (crenças, hábitos, tendências e padrões) e , juntamente com Citta (a memória) produzir os Vrittis (movimentos da mente, pensamentos, atividade racional).
Algumas imagens para exemplificar :
1. Imagine que o seu complexo psíquico é um lago : o reservatório em si, é a mente (Manas) ; o conteúdo – a água – é Chitta, a memória consciente e inconsciente ; o fundo do lago é o Ser, a Unidade coberta pela “poeira” de Chitta que forma “bancos de areia” (Samskaras) em função dos movimentos internos e da superfície (Vrittis) ; por sua vez, os movimentos ondulatórios da superfície são os Vrittis (pensamentos, atividade racional) e Vasanas (tendências) cujos padrões são produzidos pelo perfil topográfico do fundo (Samskaras).
Quanto mais nivelado e liso estiver o fundo, mais tranqüilas serão as águas da superfície.
2. Uma carruagem : Buddhi é o condutor, Manas são as rédeas, Ahamkara é a carruagem e os cavalos são os sentidos (Indriyas).
3. Estou em um campo e de repente vejo um touro enfurecido correndo em minha direção : os Jñana Indriyas captam a imagem , Manas processa a informação (“vendo um touro correndo”), Ahamkara identifica com o eu (“eu estou vendo um touro correndo”) , Buddhi faz as escolhas (“eu estou vendo um touro correndo e furioso, e vai me pegar. Tenho que correr”), e os Karma Indriyas executam a ação de fugir.
Bem, é claro que este processo, como todos os processos de auto-conhecimento e crescimento, deve ser acompanhado da fundamental fórmula : conscientizar aceitar transformar e integrar.
Sem a consciência e a aceitação dos nossos padrões e movimentos internos limitadores (ou da sombra, como bem denominou C.G.Jung) não podemos nos transformar e melhorar.
Mas a conscientização da sombra sem a sua aceitação com compreensão, neutralidade e compaixão, também não leva ao crescimento. Pode talvez levar à depressão.
Isto acontece também porque estamos terrivelmente infectados por um veneno criado pelo homem que é a culpa.
A culpa foi fomentada por algumas religiões com a exclusiva finalidade de manter a auto-estima pessoal baixa para assim poder-se dominar e manipular mais facilmente as pessoas.
Para respaldar a culpa inculcou-se a idéia de que somos pecadores congênitos, e que só teremos nossa salvação se nos submetermos a um Deus que nos julgará e que vive em um paraíso distante distribuindo castigos e recompensas. Isso tudo poluiu terrivelmente o saudável processo da evolução psico-emocional / espiritual humana, especialmente da cultura ocidental.
Junto com a aceitação de nossa sombra (que é apenas a ilusória – e temporária - ausência da Luz), precisamos também aceitar e resgatar nossa natureza divina e perfeita, e aceitar o fato de que nossa sombra é apenas a ignorância de nossa natureza real – a Unidade.
A sombra é o material de que dispomos para trabalhar nosso crescimento, são os exercícios, obstáculos, provas e testes que aceitamos trabalhar para evoluir.
É absolutamente necessário que substituamos a culpa pela responsabilidade. Não somos passivas marionetes do Universo. Somos seus co-criadores ativos.
Não existe necessáriamente nenhum Deus em guerra constante contra o Mal.
O chamado “mal” são os obstáculos, testes, dificuldades, exercícios, conflitos e confrontos que temos que lidar em nossa caminhada de crescimento.
Ou seja, a função do mal não é vencer o Bem, é se transformar em Bem. Assim como a função da sombra não é apagar a Luz, é se transformar em Luz.
Na Mitologia Hindú esta visão fica bem clara, ao colocar os demônios (Asuras) como devotos de Deus (Shiva) que eram geralmente Saddhus ou monjes que por alguma razão foram tranformados em demônios para cumprirem alguma função. E aí eles tem que ser mortos e liberados por Deus (Vishnu) para voltarem à sua condição de Santos e Sábios.
A vida que vivemos, o que somos e o que nos acontece é fruto 100% das nossas escolhas e opções – conscientes ou inconscientes, feitas nesta ou em outra(s) vida(s). E isto é a grande maravilha da vida, pois nos confere o poder de nos responsabilizarmos totalmente por nós mesmos e transformar totalmente nossa existência em qualquer tempo.
O fato de que o Universo é um único Ser totalmente integrado como uma grande teia holográfica, onde cada componente funciona como um ímã atraindo e repelindo energia, coisas, pessoas e situações – tudo devidamente gerenciado pelas leis do Karma, da Sincronicidade e da Ressonância – faz com que estejamos constantemente atraindo as coisas, pessoas e situações necessárias para nosso aprendizado e evolução. Esta é a forma que a Vida utiliza para nos ensinar.
Isto, além de demonstrar o funcionamento da fantástica Inteligência Universal, anula completamente qualquer possibilidade de culpas, castigos divinos, azar e vitimismos.
Então, a grande pergunta que devemos estar sempre nos fazendo cada vez que algo ou alguém desagradável cruza nosso caminho é : o que eu tenho que aprender com isso ? Porque eu atraí esta pessoa ou situação ?
terça-feira, 29 de junho de 2010
REFLEXÕES SOBRE A REALIDADE
“ Om purnam adah, purnam idam
Purnat purnam udacyate
Purnasya purnam adhaya
Purnam evavashishyate”
“Isto é Uno (Perfeito, Total, Pleno), aquilo é Uno
Do Uno só sai o Uno
Ao se separar uma parte do Uno
É Uno o que se tira e Uno o que resta “
(Isha Upanishad, escritura hindu)
O que é a Realidade ?
Os hindus e chineses dão a dica quando estabeleceram o milenar conceito filosófico/dialético do Absoluto X Relativo.
Os chineses chamaram o Absoluto de Tao e o Relativo de Yin e Yang.
Os hindus chamaram o Absoluto de Brahman (e Purusha) e o Relativo de Maya (e Prakriti).
O Absoluto é a Consciência Eterna, Incriada, Transcedental, não dual e permanente. Os hindus dizem que Brahman é Satchidananda (Consciência, Eternidade e Bem-Aventurança).
O Relativo é a dualidade, a impermanência, a identificação da mente/ego com a parte ao invés do Todo.
Isto expressa a idéia fundamental de que nos relacionamos simultâneamente com 2 realidades :
- a realidade que construímos com toda a nossa bagagem kármica, genética, cultural, educacional, crenças e registros do passado. É a auto-imagem (“quem eu acredito que sou”) e a visão de mundo
que cada um constrói e mantém.
- e a Realidade que existe por Si, independente das infinitas realidades relativas construídas por cada um. Ela não é a soma das realidades relativas. Ela é simultâneamente imanente e transcendente a elas. A Realidade é a própria Consciência (que as religiões chamam de Deus).
Para o hindu, estar na Sombra ou na Luz, na ignorância ou na Sabedoria, na diversidade ou na Unidade, é só uma questão de perspectiva, de “ótica“. Daí as escolas filosóficas hindus se chamarem Darshanas, cuja tradução é “pontos de vista” (acerca da Realidade).
Exatamente como ocorreu na história dos pais da Física Quântica quando perceberam que as porções sub-atômicas da matéria se comportavam como partícula ou como onda de acordo com a perspectiva do observador – olhou é partícula, não olhou é onda.
Isto é, “olhar” é ver a Realidade Una (onda) através da lente da visão de mundo construída por nós com nosso complexo mente/ego/5 sentidos e seus conceitos, padrões e crenças (partícula).
O Santo, o Iluminado, é aquele que vê as partículas através da perspectiva da onda. Enquanto nós ainda estamos vendo as partículas, da perspectiva da partícula.
No âmbito da vida humana estas perspectivas absoluta e relativa também se expressam na forma da nossa simultânea singularidade (somos completamente diferentes uns dos outros. Não há quem tenha o mesmo rosto, nem a mesma impressão digital) e universalidade (somos todos o mesmo Ser).
A tradução correta para a palavra hindu Maya (que é incorretamente traduzida como ilusão), é “é / não é”, ou seja, esta existência, fragmentada e cindida (nos sentimos separados uns dos outros, da Natureza e de Deus), que acessamos com nossos 5 sentidos e com nossa mente racional, simultânemente existe e não existe
Sob a perspectiva da relatividade - da visão dual da Vida, da identificação da mente/ego com a realidade fragmentada e mutante das três dimensões e do tempo/espaço - esta realidade concreta e dual óbviamente existe, com sua inerente impermanência.
Mas sob a perspectiva da Unidade, da Realidade Absoluta - eterna, não-dual e permanente - esta vida ilusóriamente dual não existe.
Afinal, tudo o que é impermanente não pode ter existência real.
E o que é efetivamente e verdadeiramente Real é a Consciência/Amor imanente e transcendente à Criação.
Buddha foi chamado de ateu porque jamais falou em Deus e em alma. Ele dizia que o homem é um agregado de ego e mente que constantemente geram karma, fomentando assim a reencarnação (samsara).
Levei muito tempo para finalmente “pescar” o insight de que realmente a Consciência não pode ser partida.
Nós não temos uma “parte” do Todo. Deus não fica tirando pedaços de Si e colocando em cada corpo humano que Ele cria.
Claro, a Consciência, a Alma (atma, como chamam os hindus), é uma só para toda a Criação. Todos compartilham a mesma Consciência.
Por isso se fala modernamente que o Universo é holográfico (da mesma forma que já se sabe que o cérebro humano funciona holográficamente, não analógicamente), pois cada “parte” sua, contém a totalidade.
“ Om purnam adah, purnam idam
Purnat purnam udacyate
Purnasya purnam adhaya
Purnam evavashishyate”
“Isto é Uno (Perfeito, Total, Pleno), aquilo é Uno
Do Uno só sai o Uno
Ao se separar uma parte do Uno
É Uno o que se tira e Uno o que resta “
(Isha Upanishad, escritura hindu)
O que é a Realidade ?
Os hindus e chineses dão a dica quando estabeleceram o milenar conceito filosófico/dialético do Absoluto X Relativo.
Os chineses chamaram o Absoluto de Tao e o Relativo de Yin e Yang.
Os hindus chamaram o Absoluto de Brahman (e Purusha) e o Relativo de Maya (e Prakriti).
O Absoluto é a Consciência Eterna, Incriada, Transcedental, não dual e permanente. Os hindus dizem que Brahman é Satchidananda (Consciência, Eternidade e Bem-Aventurança).
O Relativo é a dualidade, a impermanência, a identificação da mente/ego com a parte ao invés do Todo.
Isto expressa a idéia fundamental de que nos relacionamos simultâneamente com 2 realidades :
- a realidade que construímos com toda a nossa bagagem kármica, genética, cultural, educacional, crenças e registros do passado. É a auto-imagem (“quem eu acredito que sou”) e a visão de mundo
que cada um constrói e mantém.
- e a Realidade que existe por Si, independente das infinitas realidades relativas construídas por cada um. Ela não é a soma das realidades relativas. Ela é simultâneamente imanente e transcendente a elas. A Realidade é a própria Consciência (que as religiões chamam de Deus).
Para o hindu, estar na Sombra ou na Luz, na ignorância ou na Sabedoria, na diversidade ou na Unidade, é só uma questão de perspectiva, de “ótica“. Daí as escolas filosóficas hindus se chamarem Darshanas, cuja tradução é “pontos de vista” (acerca da Realidade).
Exatamente como ocorreu na história dos pais da Física Quântica quando perceberam que as porções sub-atômicas da matéria se comportavam como partícula ou como onda de acordo com a perspectiva do observador – olhou é partícula, não olhou é onda.
Isto é, “olhar” é ver a Realidade Una (onda) através da lente da visão de mundo construída por nós com nosso complexo mente/ego/5 sentidos e seus conceitos, padrões e crenças (partícula).
O Santo, o Iluminado, é aquele que vê as partículas através da perspectiva da onda. Enquanto nós ainda estamos vendo as partículas, da perspectiva da partícula.
No âmbito da vida humana estas perspectivas absoluta e relativa também se expressam na forma da nossa simultânea singularidade (somos completamente diferentes uns dos outros. Não há quem tenha o mesmo rosto, nem a mesma impressão digital) e universalidade (somos todos o mesmo Ser).
A tradução correta para a palavra hindu Maya (que é incorretamente traduzida como ilusão), é “é / não é”, ou seja, esta existência, fragmentada e cindida (nos sentimos separados uns dos outros, da Natureza e de Deus), que acessamos com nossos 5 sentidos e com nossa mente racional, simultânemente existe e não existe
Sob a perspectiva da relatividade - da visão dual da Vida, da identificação da mente/ego com a realidade fragmentada e mutante das três dimensões e do tempo/espaço - esta realidade concreta e dual óbviamente existe, com sua inerente impermanência.
Mas sob a perspectiva da Unidade, da Realidade Absoluta - eterna, não-dual e permanente - esta vida ilusóriamente dual não existe.
Afinal, tudo o que é impermanente não pode ter existência real.
E o que é efetivamente e verdadeiramente Real é a Consciência/Amor imanente e transcendente à Criação.
Buddha foi chamado de ateu porque jamais falou em Deus e em alma. Ele dizia que o homem é um agregado de ego e mente que constantemente geram karma, fomentando assim a reencarnação (samsara).
Levei muito tempo para finalmente “pescar” o insight de que realmente a Consciência não pode ser partida.
Nós não temos uma “parte” do Todo. Deus não fica tirando pedaços de Si e colocando em cada corpo humano que Ele cria.
Claro, a Consciência, a Alma (atma, como chamam os hindus), é uma só para toda a Criação. Todos compartilham a mesma Consciência.
Por isso se fala modernamente que o Universo é holográfico (da mesma forma que já se sabe que o cérebro humano funciona holográficamente, não analógicamente), pois cada “parte” sua, contém a totalidade.
sábado, 22 de maio de 2010
PROCURANDO ENTENDER A INDIA
PROCURANDO ENTENDER A ÍNDIA
(a respeito da novela da Globo)
A ORIGEM DAS CASTAS
A primeira coisa a fazer ao se tentar entender aspectos de outra cultura é procurar acessar o que se quer avaliar através da perspectiva da própria cultura em questão, considerando e respeitando todo o complexo leque de características e peculiaridades históricas, culturais, religiosas etc, inerentes a esta cultura.
Assim, para entender o sistema de castas da Índia temos que considerar primordialmente que toda a cultura Hindu se constrói sobre o conceito, o paradigma da reencarnação.
A idéia central é que a sociedade é como um organismo, um corpo. E um corpo tem diversas partes e funções, assim como a sociedade. E a reencarnação é a dinâmica que vai movimentando e desenvolvendo o corpo social através do trânsito dos espíritos em evolução através de suas encarnações nas diversas castas. Então os Brahmanes (os sacerdotes) seriam a cabeça pensante da sociedade, os Kshatriyas (militares e políticos) seus braços protetores, os Vaishyas (agricultores, industriais e comerciantes) o tronco nutridor, e os Shudras (operários, camponeses, empregados), as pernas serviçais.
Originalmente, a função de um Brahmane seria fornecer subsídios éticos, morais, culturais, educacionais, filosóficos e religiosos, para que as castas inferiores pudessem ir evoluindo. Os Brahmanes não deveriam extrapolar suas funções e seu poder, porque sabiam que no passado já tinham sido Shudras, Vaishyas e Kshatriyas. E os membros das castas inferiores não deveriam ter inveja ou raiva das castas superiores, pois sabiam que não só eles um dia também serão Brahmanes, como também sabiam que os Brahmanes já tinham passado pelas outras castas, em outras vidas.
E o mais interessante é que originalmente o critério que determinaria a casta de alguém não era necessariamente o do nascimento. Em principio, um filho de Brahmane era um Brahmane, mas teria que provar sua qualificação, podendo ter que se re-estabelecer em uma casta abaixo.
Mas paradoxalmente a isto, foi o sistema de castas quem influiu bastante para que a Índia se mantivesse coesa e íntegra enquanto cultura e espiritualidade, ao longo de diversas invasões e colonizações. Vamos ver o que vai acontecer agora com a “colonização” global.
Pessoalmente, realmente não sei se este sistema, em sua forma original e autêntica, algum dia funcionou, antes de se estratificar e se deturpar, gerando o que até hoje ainda persiste. Na época de Buddha, há mais de 2500 atrás, os Brahmanes já formavam uma casta totalmente poderosa e absolutamente fechada em sua posição superior.
OS DALITS
Existem duas teorias sobre o surgimento da cultura védica na Índia. A mais conhecida diz que os Arianos (povo de pele mais clara, predominante no norte do país) invadiram a Índia há milênios atrás, vindos do oriente médio, e conquistaram o povo que lá vivia (chamados de Dravidianos - pessoas de pele escura, mais predominantes hoje no sul da Índia) implantando a cultura védica, que acabou se misturando com a espiritualidade existente (chamada de Tantrismo), gerando o que os ingleses chamaram de “Hinduísmo” – e que os hinduístas chamam de Sanathana Dharma, a Religião Eterna.
Os Dalits - ou sem casta, ou ainda, intocáveis - seriam os remanescentes destes dravidianos conquistados e excluídos.
A outra teoria, mais moderna, tenta provar que tanto Arianos como Dravidianos se desenvolveram na própria Índia, não tendo havido nenhuma invasão no passado.
No passado, um Dalit não podia tocar a sombra de um Brahmane. O Brahmane se considerava contaminado e tinha que tomar banho, trocar de roupa, fazer orações...
Hoje, existem Dalits ricos e influentes, como a governadora de Uttar Pradesh e o presidente da Suprema Corte, mas grande parte dos 160 milhões de Dalits ainda vive em situação de extrema pobreza.
Uma curiosidade: Mahatma Gandhi, sempre viajava pela Índia e tinha que pernoitar em alguma cidade, procurava saber onde era o bairro dos intocáveis, e lá dormia.
A SITUAÇÃO DAS MULHERES
Esta questão também tem que ser olhada através da lente da própria cultura indiana. Há milênios eles lidam amplamente com temas como sexualidade, paixão, desejo, sensualidade, tudo muito misturado com outros temas como Espiritualidade, Religião, Filosofia e Mitologia.
A cultura indiana, ao mesmo tempo que possui um sem numero de Escrituras Sagradas exortando a virtude e a importância do celibato, tem também toda uma cultura tântrica, que utiliza a energia sexual para o desenvolvimento espiritual. E tem ainda um livro, o Kama Sutra, que é um verdadeiro tratado – e altamente sofisticado - do prazer sensual e sexual.
Podemos, então, observar muitos costumes que aos nossos olhos são estranhos, incoerentes e paradoxais: na Índia a mulher era considerada inferior ao homem (algumas seitas chegam a considerar a mulher 7 vezes inferior ao homem, e outras consideram a mulher como sendo uma casta inferior): comia depois dos homens, não falava se não fosse perguntada, andava atrás do homem na rua, além de ter que – no passado - se imolar na pira do marido.
Por outro lado, é ela quem tem a chave da casa e da despensa, e que, quando o marido recebe o salário, recebe tudo de suas mãos. Ou seja, a esposa é quem realmente manda em tudo na casa. Assim, ao mesmo tempo em que a mulher é considerada inferior – algumas linhas afirmam até que a mulher não pode se iluminar - ela é a própria expressão humana da Mãe Divina.
Os casamentos tradicionalmente pré-arranjados, são a forma de se perpetuar o sistema de castas e toda a antiga estrutura social e religiosa. Mas achei interessante quando eles falam que “no ocidente o casamento começa quente e depois esfria, e na Índia começa frio e vai esquentando”. É uma outra perspectiva da vida afetiva e sexual.
Um outro costume, é o fato de que tradicionalmente toda a família mora junta. A mulher quando casa, claro, vai morar na casa dos sogros onde normalmente não é muito bem tratada inicialmente, e onde a maior prova de respeito e consideração, é receber da sogra a chave da despensa.
O fato é que o ocidente e seus costumes estão entrando rápida e expansivamente na Índia, remexendo com a velha estrutura, pois assim como também acontece com as nações indígenas sul e norte americanas, os jovens não estão querendo mais seguir as tradições, e os costumes e hábitos mais antigos vão sendo preservados cada vez mais apenas nas zonas rurais.
OS IDOSOS
Os velhos no Oriente são tratados de forma muito mais respeitosa e justa do que entre nós ocidentais. Nas culturas antigas (isso vale, por exemplo, para orientais, os africanos e os índios), onde o principal veículo do aprendizado era a tradição oral, os velhos tinham uma importância enorme, tanto na manutenção da cultura e da espiritualidade quanto na própria sobrevivência física. Era o ancião quem passava todo o “know how” da ciência prática da perpetuação da espécie e da cultura. Na Índia, e acredito que em muitas outras culturas antigas, o melhor aposento da casa é sempre para a pessoa mais velha. E a palavra final é sempre da pessoa mais idosa.
Pessoalmente, penso que uma pessoa idosa deveria ter três coisas para compartilhar com a gerações mais jovens: a experiência da vida, os conhecimentos e a Sabedoria.
Experiência da vida, ou vivência, é aquele tipo de conhecimento fruto do tempo cronológico vivido. Ou seja, basta ser velho para ter experiência da vida. E este tipo de conhecimento nivela, por exemplo, o catedrático e o peão da roça.
Conhecimentos, acúmulo de informações, cultura, técnicas e habilidades, todos os idosos também têm, cada um na sua área de atuação e de interesses.
A terceira qualidade, que chamei de Sabedoria, é um tipo de conhecimento oriundo de uma vida inteira dedicada – conjuntamente com a vida rotineira - ao exercício da tarefa mais importante do ser humano : sua jornada rumo à realização da sua natureza real. Este exercício, que é tão comum aos universos oriental e xamânico, por exemplo, não teve muito eco em nossa cultura. Parece que tudo o que nossos velhos podem nos dar hoje são os testemunhos da sua vivência e muitas informações e conhecimentos, o que obviamente é maravilhoso.
Mas a Sabedoria foi relegada a um plano secundário pela cultura ocidental que só privilegiou a mente racional, e não fez da Iluminação a meta principal da existência. Hoje, em nosso mundo hi-tech globalizado, descartável, competitivo e de alta velocidade de obsolescência, a vivência e os conhecimentos práticos dos velhos já não são mais considerados preponderantes para a preservação física, cultural e espiritual da nossa espécie. E como falta aos idosos ocidentais esta Sabedoria atávica e ancestral, característica de culturas que se dedicaram durante milênios às questões mais primordiais da existência - “quem somos, de onde viemos, e para onde vamos” - vemos nossa cultura tratar muito mal os idosos.
É interessante reparar como os índios, os japoneses, os indianos, os chineses e os islâmicos cultuam e reverenciam os antepassados. Com gratidão, respeito
CRIANÇAS e EDUCAÇÃO
Gostaria de compartilhar uma interessantíssima conversa que tive com uma mãe indiana, numa situação onde tinham crianças brincando perto e a conversa acabou caindo em educação. Percebi que esta mulher (que era PhD em economia) muito tímida e educada, não estava expressando sinceramente a sua opinião. Acabei insistindo e ela, bastante envergonhada, disse: “Vocês criam suas crianças enfatizando os seus defeitos”.
Uma luz acendeu e perguntei como isto acontece em seu país, e ela deu um exemplo prático mostrando as crianças que brincavam: “Por exemplo, se uma criança exibe um comportamento de ter dificuldade em compartilhar, arranca os brinquedos dos outros, bate, não empresta o dele, o que vocês fazem normalmente? Gritam (com raiva) dizendo que a criança é egoísta, pão dura, enfatizando e registrando mais ainda a característica em questão. Isso quando não a colocam de castigo ou batem...”.
Acrescentou que procuraria habilmente criar uma brincadeira, uma situação qualquer onde a criança tivesse que compartilhar e assim percebesse que era bom o dividir, o partilhar. Assim, o que eram tendências de defeitos ainda em formação (que os hindus chamam de Vasanas, que são formadas por Samskaras, registros psico-emocionais oriundos das experiências vividas), poderiam ser re-polarizadas (ou re-significadas) nas qualidades e virtudes opostas. Interessante, não?
Mais interessante ainda, foi que eu contei esta história para uma amiga, que tempos depois foi passar um período em uma tribo indígena no centro do Brasil, e na volta me contou, bastante impressionada, que ela havia visto acontecer entre os índios brasileiros, aquilo que a indiana falara.
Em algum momento haviam crianças brincando, mulheres tomando conta, alguma criança manifestou algum “defeito” e logo as índias criaram uma brincadeira para curar a criança de que poderia ser um futuro padrão desequilibrado de comportamento.
Hoje sou muito grato ao Universo por ter tecido o meu encontro com estas duas grandes Tradições: o Hinduísmo e o Xamanismo. Isto mudou radicalmente o meu padrão de relação com meus filhos e com meus pais, e norteou para mim a possibilidade de uma via de envelhecimento muito mais plena e saudável.
PORQUE UMA NOVELA SOBRE A ÍNDIA?
Os anos 60 e 70 assistiram a uma espécie de (re)nascimento do Oriente no mundo ocidental. A geração beat e o movimento hippie começaram a importar da Índia e da China um universo que viria a “contaminar” profunda e positivamente nosso mundo cristão/capitalista. Parece que a Gaya - a Consciência Planetária - sentindo a imensa situação de desequilíbrio ambiental e humano pela qual a Terra atravessa, achou interessante que conhecimentos ancestrais, milenares, pudessem vir novamente à tona para que pudessem contribuir para a reversão do preocupante quadro mundial.
Hoje todo mundo, de alguma forma, já ouviu falar ou já experienciou alguma vez Yoga, Shiatsu, Meditação, Acupuntura, Tai Chi Chuan, Feng-Shui etc, ou já ouviu falar de Chakras, Zen, Macrobiótica, Ayurveda, Budismo etc. Enfim, passados mais de 40 anos, o universo oriental se integrou perfeitamente – e ainda está se expandindo – ao ocidental.
Uma novela em horário nobre da Rede Globo sobre a Índia é, com certeza, uma constatação da integração crescente entre estas duas culturas. O que antes era cultuado por alguns pequenos grupos de adeptos do Yoga e da meditação, agora está na grande mídia.
A grande mensagem e a principal contribuição – dentre muitas - que o Oriente veio nos trazer, foi a idéia da Unidade. A perspectiva de que o Universo, a Criação, é um só Organismo, um só Ser, totalmente inter-relacionado, interligado, integrado, interagente, interdependente, totalmente consciente, infinito e eterno. Uma grande teia onde cada infinitesimal partícula sub-atômica e cada gigantesca galáxia é consciente e inteligente. Onde cada elemento desta imensa rede, além de estar interconectado com toda a rede, também funciona como um imã, que fica constantemente, magneticamente, atraindo e repelindo coisas e situações num movimento sincrônico e ressonante de permanente evolução, de contínua (re) criação da Realidade.
Como disse C. G. Jung em 1949, no prefácio do livro “I Ching”, de R. Wilhelm: “O pensamento tradicional chinês apreende o cosmos de um modo semelhante ao do físico moderno, que não pode negar que seu modelo do mundo é uma estrutura decididamente psico-física”.
Esta mudança de perspectiva trouxe um novo alento à péssima autoestima a que a religião vigente nos condicionou. Agora temos a informação de que não somos mais vis pecadores e culpados congênitos que dependem da misericórdia divina de um Deus que habita um paraíso distante, para podermos vir a ser algo que ainda não somos. E que também, além de não sermos culpados de nada (nem vítimas de nada nem de ninguém), não somos o produto final “top de linha” da Criação, e nem a Terra foi criada prioritariamente para nosso uso exclusivo, como se fosse um grande shopping center à nossa inteira e ilimitada disposição.
O novo paradigma vem nos (re)informar que, na verdade, já somos a Perfeição, a Plenitude e a Felicidade que buscamos. Nossa essência primordial é o Uno, a pura Luz e o puro Amor. Nós só estamos míopes, ignorantes dessa realidade. Só temos que resgatar a consciência de que somos todos co-criadores e corresponsáveis pela Vida, de que somos “partes” desse Todo consciente e vivo que é a Criação, o Universo. (É bem melhor ser ignorante do que culpado e pecador, não?)
Outra grande contribuição trazida do Oriente foi o resgate da Energia. Da Energia Vital (Prana, Chi, Ki) em suas mais diversas manifestações, que sustenta o Universo. E também que podemos, de muitas formas e maneiras, instrumentalizá-la e utilizá-la em nosso favor, para nossa evolução e crescimento.
Passados 40 anos, o universo oriental se integrou perfeitamente – e ainda está se expandindo – ao universo ocidental. Hoje todo mundo, de alguma forma, já ouviu falar ou já experienciou alguma vez Yoga, Shiatsu, Meditação, Acupuntura, Tai Chi Chuan, Feng-Shui, ou já ouviu falar de Chakras, Zen, Macrobiótica, Ayurveda, Budismo”.
A partir do universo aberto pelo Oriente, muitos caminhos se desdobraram, cresceram e multiplicaram (inicialmente através dos beatniks e dos hippies), como a consciência e o movimento ecológico, as terapias alternativas, a agricultura orgânica, a alimentação natural, o espiritualismo e o esoterismo em geral. Tudo agora já bastante inserido em nosso universo urbano e globalizado, trazendo no seu cerne uma nova visão de mundo holística e integrativa.
Paralelamente a estes acontecimentos, a Ciência também já vinha sacudindo seus velhos paradigmas, com a expansão da Física Quântica (que veio e vem corroborando e respaldando o que os orientais e os xamãs vêm dizendo há milênios) e da Psicologia, através principalmente da Psicologia Transpessoal, que vem agregando outras possibilidades de compreensão da mente e da vida, resgatando a utilização das inúmeras ferramentas de cura e de expansão da consciência das antigas Tradições.
(a respeito da novela da Globo)
A ORIGEM DAS CASTAS
A primeira coisa a fazer ao se tentar entender aspectos de outra cultura é procurar acessar o que se quer avaliar através da perspectiva da própria cultura em questão, considerando e respeitando todo o complexo leque de características e peculiaridades históricas, culturais, religiosas etc, inerentes a esta cultura.
Assim, para entender o sistema de castas da Índia temos que considerar primordialmente que toda a cultura Hindu se constrói sobre o conceito, o paradigma da reencarnação.
A idéia central é que a sociedade é como um organismo, um corpo. E um corpo tem diversas partes e funções, assim como a sociedade. E a reencarnação é a dinâmica que vai movimentando e desenvolvendo o corpo social através do trânsito dos espíritos em evolução através de suas encarnações nas diversas castas. Então os Brahmanes (os sacerdotes) seriam a cabeça pensante da sociedade, os Kshatriyas (militares e políticos) seus braços protetores, os Vaishyas (agricultores, industriais e comerciantes) o tronco nutridor, e os Shudras (operários, camponeses, empregados), as pernas serviçais.
Originalmente, a função de um Brahmane seria fornecer subsídios éticos, morais, culturais, educacionais, filosóficos e religiosos, para que as castas inferiores pudessem ir evoluindo. Os Brahmanes não deveriam extrapolar suas funções e seu poder, porque sabiam que no passado já tinham sido Shudras, Vaishyas e Kshatriyas. E os membros das castas inferiores não deveriam ter inveja ou raiva das castas superiores, pois sabiam que não só eles um dia também serão Brahmanes, como também sabiam que os Brahmanes já tinham passado pelas outras castas, em outras vidas.
E o mais interessante é que originalmente o critério que determinaria a casta de alguém não era necessariamente o do nascimento. Em principio, um filho de Brahmane era um Brahmane, mas teria que provar sua qualificação, podendo ter que se re-estabelecer em uma casta abaixo.
Mas paradoxalmente a isto, foi o sistema de castas quem influiu bastante para que a Índia se mantivesse coesa e íntegra enquanto cultura e espiritualidade, ao longo de diversas invasões e colonizações. Vamos ver o que vai acontecer agora com a “colonização” global.
Pessoalmente, realmente não sei se este sistema, em sua forma original e autêntica, algum dia funcionou, antes de se estratificar e se deturpar, gerando o que até hoje ainda persiste. Na época de Buddha, há mais de 2500 atrás, os Brahmanes já formavam uma casta totalmente poderosa e absolutamente fechada em sua posição superior.
OS DALITS
Existem duas teorias sobre o surgimento da cultura védica na Índia. A mais conhecida diz que os Arianos (povo de pele mais clara, predominante no norte do país) invadiram a Índia há milênios atrás, vindos do oriente médio, e conquistaram o povo que lá vivia (chamados de Dravidianos - pessoas de pele escura, mais predominantes hoje no sul da Índia) implantando a cultura védica, que acabou se misturando com a espiritualidade existente (chamada de Tantrismo), gerando o que os ingleses chamaram de “Hinduísmo” – e que os hinduístas chamam de Sanathana Dharma, a Religião Eterna.
Os Dalits - ou sem casta, ou ainda, intocáveis - seriam os remanescentes destes dravidianos conquistados e excluídos.
A outra teoria, mais moderna, tenta provar que tanto Arianos como Dravidianos se desenvolveram na própria Índia, não tendo havido nenhuma invasão no passado.
No passado, um Dalit não podia tocar a sombra de um Brahmane. O Brahmane se considerava contaminado e tinha que tomar banho, trocar de roupa, fazer orações...
Hoje, existem Dalits ricos e influentes, como a governadora de Uttar Pradesh e o presidente da Suprema Corte, mas grande parte dos 160 milhões de Dalits ainda vive em situação de extrema pobreza.
Uma curiosidade: Mahatma Gandhi, sempre viajava pela Índia e tinha que pernoitar em alguma cidade, procurava saber onde era o bairro dos intocáveis, e lá dormia.
A SITUAÇÃO DAS MULHERES
Esta questão também tem que ser olhada através da lente da própria cultura indiana. Há milênios eles lidam amplamente com temas como sexualidade, paixão, desejo, sensualidade, tudo muito misturado com outros temas como Espiritualidade, Religião, Filosofia e Mitologia.
A cultura indiana, ao mesmo tempo que possui um sem numero de Escrituras Sagradas exortando a virtude e a importância do celibato, tem também toda uma cultura tântrica, que utiliza a energia sexual para o desenvolvimento espiritual. E tem ainda um livro, o Kama Sutra, que é um verdadeiro tratado – e altamente sofisticado - do prazer sensual e sexual.
Podemos, então, observar muitos costumes que aos nossos olhos são estranhos, incoerentes e paradoxais: na Índia a mulher era considerada inferior ao homem (algumas seitas chegam a considerar a mulher 7 vezes inferior ao homem, e outras consideram a mulher como sendo uma casta inferior): comia depois dos homens, não falava se não fosse perguntada, andava atrás do homem na rua, além de ter que – no passado - se imolar na pira do marido.
Por outro lado, é ela quem tem a chave da casa e da despensa, e que, quando o marido recebe o salário, recebe tudo de suas mãos. Ou seja, a esposa é quem realmente manda em tudo na casa. Assim, ao mesmo tempo em que a mulher é considerada inferior – algumas linhas afirmam até que a mulher não pode se iluminar - ela é a própria expressão humana da Mãe Divina.
Os casamentos tradicionalmente pré-arranjados, são a forma de se perpetuar o sistema de castas e toda a antiga estrutura social e religiosa. Mas achei interessante quando eles falam que “no ocidente o casamento começa quente e depois esfria, e na Índia começa frio e vai esquentando”. É uma outra perspectiva da vida afetiva e sexual.
Um outro costume, é o fato de que tradicionalmente toda a família mora junta. A mulher quando casa, claro, vai morar na casa dos sogros onde normalmente não é muito bem tratada inicialmente, e onde a maior prova de respeito e consideração, é receber da sogra a chave da despensa.
O fato é que o ocidente e seus costumes estão entrando rápida e expansivamente na Índia, remexendo com a velha estrutura, pois assim como também acontece com as nações indígenas sul e norte americanas, os jovens não estão querendo mais seguir as tradições, e os costumes e hábitos mais antigos vão sendo preservados cada vez mais apenas nas zonas rurais.
OS IDOSOS
Os velhos no Oriente são tratados de forma muito mais respeitosa e justa do que entre nós ocidentais. Nas culturas antigas (isso vale, por exemplo, para orientais, os africanos e os índios), onde o principal veículo do aprendizado era a tradição oral, os velhos tinham uma importância enorme, tanto na manutenção da cultura e da espiritualidade quanto na própria sobrevivência física. Era o ancião quem passava todo o “know how” da ciência prática da perpetuação da espécie e da cultura. Na Índia, e acredito que em muitas outras culturas antigas, o melhor aposento da casa é sempre para a pessoa mais velha. E a palavra final é sempre da pessoa mais idosa.
Pessoalmente, penso que uma pessoa idosa deveria ter três coisas para compartilhar com a gerações mais jovens: a experiência da vida, os conhecimentos e a Sabedoria.
Experiência da vida, ou vivência, é aquele tipo de conhecimento fruto do tempo cronológico vivido. Ou seja, basta ser velho para ter experiência da vida. E este tipo de conhecimento nivela, por exemplo, o catedrático e o peão da roça.
Conhecimentos, acúmulo de informações, cultura, técnicas e habilidades, todos os idosos também têm, cada um na sua área de atuação e de interesses.
A terceira qualidade, que chamei de Sabedoria, é um tipo de conhecimento oriundo de uma vida inteira dedicada – conjuntamente com a vida rotineira - ao exercício da tarefa mais importante do ser humano : sua jornada rumo à realização da sua natureza real. Este exercício, que é tão comum aos universos oriental e xamânico, por exemplo, não teve muito eco em nossa cultura. Parece que tudo o que nossos velhos podem nos dar hoje são os testemunhos da sua vivência e muitas informações e conhecimentos, o que obviamente é maravilhoso.
Mas a Sabedoria foi relegada a um plano secundário pela cultura ocidental que só privilegiou a mente racional, e não fez da Iluminação a meta principal da existência. Hoje, em nosso mundo hi-tech globalizado, descartável, competitivo e de alta velocidade de obsolescência, a vivência e os conhecimentos práticos dos velhos já não são mais considerados preponderantes para a preservação física, cultural e espiritual da nossa espécie. E como falta aos idosos ocidentais esta Sabedoria atávica e ancestral, característica de culturas que se dedicaram durante milênios às questões mais primordiais da existência - “quem somos, de onde viemos, e para onde vamos” - vemos nossa cultura tratar muito mal os idosos.
É interessante reparar como os índios, os japoneses, os indianos, os chineses e os islâmicos cultuam e reverenciam os antepassados. Com gratidão, respeito
CRIANÇAS e EDUCAÇÃO
Gostaria de compartilhar uma interessantíssima conversa que tive com uma mãe indiana, numa situação onde tinham crianças brincando perto e a conversa acabou caindo em educação. Percebi que esta mulher (que era PhD em economia) muito tímida e educada, não estava expressando sinceramente a sua opinião. Acabei insistindo e ela, bastante envergonhada, disse: “Vocês criam suas crianças enfatizando os seus defeitos”.
Uma luz acendeu e perguntei como isto acontece em seu país, e ela deu um exemplo prático mostrando as crianças que brincavam: “Por exemplo, se uma criança exibe um comportamento de ter dificuldade em compartilhar, arranca os brinquedos dos outros, bate, não empresta o dele, o que vocês fazem normalmente? Gritam (com raiva) dizendo que a criança é egoísta, pão dura, enfatizando e registrando mais ainda a característica em questão. Isso quando não a colocam de castigo ou batem...”.
Acrescentou que procuraria habilmente criar uma brincadeira, uma situação qualquer onde a criança tivesse que compartilhar e assim percebesse que era bom o dividir, o partilhar. Assim, o que eram tendências de defeitos ainda em formação (que os hindus chamam de Vasanas, que são formadas por Samskaras, registros psico-emocionais oriundos das experiências vividas), poderiam ser re-polarizadas (ou re-significadas) nas qualidades e virtudes opostas. Interessante, não?
Mais interessante ainda, foi que eu contei esta história para uma amiga, que tempos depois foi passar um período em uma tribo indígena no centro do Brasil, e na volta me contou, bastante impressionada, que ela havia visto acontecer entre os índios brasileiros, aquilo que a indiana falara.
Em algum momento haviam crianças brincando, mulheres tomando conta, alguma criança manifestou algum “defeito” e logo as índias criaram uma brincadeira para curar a criança de que poderia ser um futuro padrão desequilibrado de comportamento.
Hoje sou muito grato ao Universo por ter tecido o meu encontro com estas duas grandes Tradições: o Hinduísmo e o Xamanismo. Isto mudou radicalmente o meu padrão de relação com meus filhos e com meus pais, e norteou para mim a possibilidade de uma via de envelhecimento muito mais plena e saudável.
PORQUE UMA NOVELA SOBRE A ÍNDIA?
Os anos 60 e 70 assistiram a uma espécie de (re)nascimento do Oriente no mundo ocidental. A geração beat e o movimento hippie começaram a importar da Índia e da China um universo que viria a “contaminar” profunda e positivamente nosso mundo cristão/capitalista. Parece que a Gaya - a Consciência Planetária - sentindo a imensa situação de desequilíbrio ambiental e humano pela qual a Terra atravessa, achou interessante que conhecimentos ancestrais, milenares, pudessem vir novamente à tona para que pudessem contribuir para a reversão do preocupante quadro mundial.
Hoje todo mundo, de alguma forma, já ouviu falar ou já experienciou alguma vez Yoga, Shiatsu, Meditação, Acupuntura, Tai Chi Chuan, Feng-Shui etc, ou já ouviu falar de Chakras, Zen, Macrobiótica, Ayurveda, Budismo etc. Enfim, passados mais de 40 anos, o universo oriental se integrou perfeitamente – e ainda está se expandindo – ao ocidental.
Uma novela em horário nobre da Rede Globo sobre a Índia é, com certeza, uma constatação da integração crescente entre estas duas culturas. O que antes era cultuado por alguns pequenos grupos de adeptos do Yoga e da meditação, agora está na grande mídia.
A grande mensagem e a principal contribuição – dentre muitas - que o Oriente veio nos trazer, foi a idéia da Unidade. A perspectiva de que o Universo, a Criação, é um só Organismo, um só Ser, totalmente inter-relacionado, interligado, integrado, interagente, interdependente, totalmente consciente, infinito e eterno. Uma grande teia onde cada infinitesimal partícula sub-atômica e cada gigantesca galáxia é consciente e inteligente. Onde cada elemento desta imensa rede, além de estar interconectado com toda a rede, também funciona como um imã, que fica constantemente, magneticamente, atraindo e repelindo coisas e situações num movimento sincrônico e ressonante de permanente evolução, de contínua (re) criação da Realidade.
Como disse C. G. Jung em 1949, no prefácio do livro “I Ching”, de R. Wilhelm: “O pensamento tradicional chinês apreende o cosmos de um modo semelhante ao do físico moderno, que não pode negar que seu modelo do mundo é uma estrutura decididamente psico-física”.
Esta mudança de perspectiva trouxe um novo alento à péssima autoestima a que a religião vigente nos condicionou. Agora temos a informação de que não somos mais vis pecadores e culpados congênitos que dependem da misericórdia divina de um Deus que habita um paraíso distante, para podermos vir a ser algo que ainda não somos. E que também, além de não sermos culpados de nada (nem vítimas de nada nem de ninguém), não somos o produto final “top de linha” da Criação, e nem a Terra foi criada prioritariamente para nosso uso exclusivo, como se fosse um grande shopping center à nossa inteira e ilimitada disposição.
O novo paradigma vem nos (re)informar que, na verdade, já somos a Perfeição, a Plenitude e a Felicidade que buscamos. Nossa essência primordial é o Uno, a pura Luz e o puro Amor. Nós só estamos míopes, ignorantes dessa realidade. Só temos que resgatar a consciência de que somos todos co-criadores e corresponsáveis pela Vida, de que somos “partes” desse Todo consciente e vivo que é a Criação, o Universo. (É bem melhor ser ignorante do que culpado e pecador, não?)
Outra grande contribuição trazida do Oriente foi o resgate da Energia. Da Energia Vital (Prana, Chi, Ki) em suas mais diversas manifestações, que sustenta o Universo. E também que podemos, de muitas formas e maneiras, instrumentalizá-la e utilizá-la em nosso favor, para nossa evolução e crescimento.
Passados 40 anos, o universo oriental se integrou perfeitamente – e ainda está se expandindo – ao universo ocidental. Hoje todo mundo, de alguma forma, já ouviu falar ou já experienciou alguma vez Yoga, Shiatsu, Meditação, Acupuntura, Tai Chi Chuan, Feng-Shui, ou já ouviu falar de Chakras, Zen, Macrobiótica, Ayurveda, Budismo”.
A partir do universo aberto pelo Oriente, muitos caminhos se desdobraram, cresceram e multiplicaram (inicialmente através dos beatniks e dos hippies), como a consciência e o movimento ecológico, as terapias alternativas, a agricultura orgânica, a alimentação natural, o espiritualismo e o esoterismo em geral. Tudo agora já bastante inserido em nosso universo urbano e globalizado, trazendo no seu cerne uma nova visão de mundo holística e integrativa.
Paralelamente a estes acontecimentos, a Ciência também já vinha sacudindo seus velhos paradigmas, com a expansão da Física Quântica (que veio e vem corroborando e respaldando o que os orientais e os xamãs vêm dizendo há milênios) e da Psicologia, através principalmente da Psicologia Transpessoal, que vem agregando outras possibilidades de compreensão da mente e da vida, resgatando a utilização das inúmeras ferramentas de cura e de expansão da consciência das antigas Tradições.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
ORTODOXOS E HETERODOXOS
ORTODOXOS e HETERODOXOS
Compatibilizando os aparentes opostos
Ao longo da história da Humanidade, mais especificamente no que se refere ao desenvolvimento e desdobramento do Conhecimento no planeta (e isso acontece, por exemplo, no âmbito da Ciência, das Religiões, da Filosofia e da Psicologia), parece que duas correntes de pontos de vista diametralmente opostos caminham lado a lado, paralelamente, ao longo das eras. Vou chamar uma destas correntes de “ortodoxia” e a outra de “heterodoxia”.
O ortodoxo, neste caso, é aquele que segue uma determinada linha, uma única Escola ou uma Tradição específica. É o guardião de uma versão, um ponto de vista – religioso ou filosófico - específico sobre Deus, sobre o homem e/ou sobre a Vida e seu funcionamento.
A função do ortodoxo é manter a tradição, a essência do Conhecimento, viva e protegida. Zelar pela manutenção da pureza e da originalidade do Conhecimento que é o seu patrimônio cultural, científico ou espiritual.
O heterodoxo é aquele que não necessariamente pertence especificamente a alguma Tradição ou Escola (mas que também pode pertencer ou ser simpatizante de várias), e é quem integra caminhos e faz pontes entre Tradições (são inumeráveis as conexões possíveis entre as Religiões, ou por exemplo, entre a Física Quântica, os Conhecimentos Oriental e Xamânico e a Psicologia).
Uma das características da heterodoxia é fazer releituras, adaptações, reformas. Pode-se até ser um heterodoxo dentro da ortodoxia como, por exemplo, de uma certa forma o foram São Francisco de Assis e Santa Teresa D’Ávila no Catolicismo...
A função do heterodoxo é atualizar, reciclar, reformar, re-significar, reler, reinterpretar, adaptar e re-integrar. A atitude do heterodoxo é geralmente eclética (e muitas vezes sincrética), não-dogmática, não-sectária e ecumênica.
É como um corpo que se movimenta dinamicamente em torno de um eixo firme.
Isto acontece, por exemplo, na India, no caso dos Vedas, que é a espinha dorsal do que se convencionou chamar de Hinduísmo (palavra que na versão “hindu” se chama Sanathana Dharma, a Religião Eterna). E em torno dos Vedas orbitam centenas, milhares de linhas, filosofias, seitas, escolas, etc. muitas delas diametralmente antagônicas em sua teologia, mitologia, filosofia, cultos, etc. e que se degladiam há milênios em complexas especulações filosóficas, todas apoiadas por milenares escrituras, mas simultâneamente todas elas unidas em torno do eixo central que são os Vedas.
Se houvesse apenas a ortodoxia, o Conhecimento se enrijeceria, congelaria, não se reciclaria e assim, não conseguiria atravessar os milênios de mudanças incessantes. E se houvesse apenas a heterodoxia, o Conhecimento também não atravessaria as eras, pois sem um “espírito da coisa” bem estruturado como centro e eixo de um processo de crescimento, não haveria nem o que ser reciclado. Não haveria substância.
Já que falei dos Vedas, é bom lembrar que o corpo central destas escrituras se divide em duas partes: uma, o Shruti, que são as escrituras reveladas, canalizadas, essência central, nuclear e imutável de todo o Hinduísmo. É a parte mais ortodoxa dos Vedas.
A outra, o Smriti, que são as escrituras comentadas, que se por um lado, em função da sua antiguidade, também são consideradas ortodoxas, tiveram a tarefa de reler, interpretar e atualizar o Conhecimento.
Todo o Yoga que se pratica hoje no ocidente é fruto de uma atitude heterodoxa de alguns Mestres de Hatha Yoga nos séculos 19 e 20, que atualizaram e adaptaram antigos conhecimentos de Hatha Yoga, Raja Yoga e Tantra Yoga, e que era destinado aos monges e ascetas. De repente milhares de ocidentais começaram a afluir aos Ashrams na Índia e o Hatha Yoga, que originalmente era ensinado por um Guru à poucos discípulos na floresta ou nas montanhas, teve que ser adaptado para este sistema que conhecemos, em academias e com turmas com horários.
E essa é a grande beleza do funcionamento disso tudo: um não pode prescindir do outro, são totalmente complementares, embora muitas vezes pensem que são antagônicos.
Até porque, o heterodoxo de hoje é o ortodoxo de amanhã (que será devidamente reatualizado pelos heterodoxos de então...), e é assim que o Conhecimento caminha através dos tempos.
Mas o fato é que a convivência destas duas vias de ser e de pensar nem sempre (quase nunca) foi harmônica.
Normalmente os ortodoxos têm uma tendência a se referir aos heterodoxos como irresponsáveis e levianos que fazem uma salada (ou uma “mistureba”) de caminhos e tendências, inventando coisas, fazendo “samba do crioulo doido”, “viagem na maionese”, etc...
E os heterodoxos, por sua vez, tendem a se referir aos ortodoxos como conservadores, intolerantes e radicais (e eventualmente fanáticos).
Obviamente que nem todo heterodoxo é picareta, e nem todo ortodoxo é xiita. Em nome da ortodoxia e da heterodoxia já se fizeram muitas maravilhas e também muitos absurdos.
O rabino Nilton Bonder se refere aos heterodoxos, em seu excelente livro “A alma imoral”, como aqueles que “traem” e transgridem as regras estabelecidas. Se as regras e conceitos não fossem transgredidos, e assim, repensados e atualizados, não sobreviveriam a incessante mudança dos tempos.
Vivemos tempos onde outras culturas entraram e têm entrado profundamente em nossa cultura. Assim foi com as culturas chinesa e a indiana a partir dos anos 60, e agora com as tradições xamânicas e nativas.
Uma atitude ortodoxa é muito necessária para resgatar e manter culturas e conhecimentos muitas vezes quase extintos.
Mas mais do que nunca o planeta pede também uma atitude heterodoxa. Afinal, mesmo trilhando-se um só caminho, pode-se considerar que o do outro também é bom e verdadeiro.
Pode-se ser ortodoxo sem ser necessariamente o “dono da verdade”. O problema é quando a minha versão de Deus e da Vida começa ser a única verdadeira e a melhor para todo mundo ou quando considero a minha certa e as outras erradas.
Nós vivemos em uma situação de hiper-ortodoxia mundial. Vejam, por exemplo, todas as guerras e problemas de ordem religiosa. Vejam a medicina oficial, que não procura integrar outras terapias, aceitar paradigmas e parâmetros técnicos e filosóficos de outras culturas e épocas – que privilegiam, por exemplo, a prevenção das doenças e a reeducação da população. Uma atitude mais heterodoxa neste caso beneficiaria a própria medicina, em sua essência mais ampla, mas parece que a postura ortodoxa, no caso, prefere investir na cura das doenças, atividade muito mais lucrativa, claro.
Por isso vivemos a cultura da doença, e não da saúde, pois saúde não dá dinheiro, e as transnacionais dominam uma ideologia alopática, sintomática e reducionista de se lidar com saúde e com doença. Daí as intransigências, as interdições, as “caça às bruxas” que constantemente vemos acontecer com relação às práticas “não oficiais”.
O planeta precisa de uma atitude holística, animista e integrativa. E isso pode acontecer quando, primeiro as ortodoxias entre si, e depois a(s) ortodoxia(s) e a(s) heterodoxia(s), deixarem de se considerar antagônicas para operarem como complementares. Em outras palavras, quando deixarem de lutar por suas diferenças e passarem a compartilhar seus pontos em comum.
Compatibilizando os aparentes opostos
Ao longo da história da Humanidade, mais especificamente no que se refere ao desenvolvimento e desdobramento do Conhecimento no planeta (e isso acontece, por exemplo, no âmbito da Ciência, das Religiões, da Filosofia e da Psicologia), parece que duas correntes de pontos de vista diametralmente opostos caminham lado a lado, paralelamente, ao longo das eras. Vou chamar uma destas correntes de “ortodoxia” e a outra de “heterodoxia”.
O ortodoxo, neste caso, é aquele que segue uma determinada linha, uma única Escola ou uma Tradição específica. É o guardião de uma versão, um ponto de vista – religioso ou filosófico - específico sobre Deus, sobre o homem e/ou sobre a Vida e seu funcionamento.
A função do ortodoxo é manter a tradição, a essência do Conhecimento, viva e protegida. Zelar pela manutenção da pureza e da originalidade do Conhecimento que é o seu patrimônio cultural, científico ou espiritual.
O heterodoxo é aquele que não necessariamente pertence especificamente a alguma Tradição ou Escola (mas que também pode pertencer ou ser simpatizante de várias), e é quem integra caminhos e faz pontes entre Tradições (são inumeráveis as conexões possíveis entre as Religiões, ou por exemplo, entre a Física Quântica, os Conhecimentos Oriental e Xamânico e a Psicologia).
Uma das características da heterodoxia é fazer releituras, adaptações, reformas. Pode-se até ser um heterodoxo dentro da ortodoxia como, por exemplo, de uma certa forma o foram São Francisco de Assis e Santa Teresa D’Ávila no Catolicismo...
A função do heterodoxo é atualizar, reciclar, reformar, re-significar, reler, reinterpretar, adaptar e re-integrar. A atitude do heterodoxo é geralmente eclética (e muitas vezes sincrética), não-dogmática, não-sectária e ecumênica.
É como um corpo que se movimenta dinamicamente em torno de um eixo firme.
Isto acontece, por exemplo, na India, no caso dos Vedas, que é a espinha dorsal do que se convencionou chamar de Hinduísmo (palavra que na versão “hindu” se chama Sanathana Dharma, a Religião Eterna). E em torno dos Vedas orbitam centenas, milhares de linhas, filosofias, seitas, escolas, etc. muitas delas diametralmente antagônicas em sua teologia, mitologia, filosofia, cultos, etc. e que se degladiam há milênios em complexas especulações filosóficas, todas apoiadas por milenares escrituras, mas simultâneamente todas elas unidas em torno do eixo central que são os Vedas.
Se houvesse apenas a ortodoxia, o Conhecimento se enrijeceria, congelaria, não se reciclaria e assim, não conseguiria atravessar os milênios de mudanças incessantes. E se houvesse apenas a heterodoxia, o Conhecimento também não atravessaria as eras, pois sem um “espírito da coisa” bem estruturado como centro e eixo de um processo de crescimento, não haveria nem o que ser reciclado. Não haveria substância.
Já que falei dos Vedas, é bom lembrar que o corpo central destas escrituras se divide em duas partes: uma, o Shruti, que são as escrituras reveladas, canalizadas, essência central, nuclear e imutável de todo o Hinduísmo. É a parte mais ortodoxa dos Vedas.
A outra, o Smriti, que são as escrituras comentadas, que se por um lado, em função da sua antiguidade, também são consideradas ortodoxas, tiveram a tarefa de reler, interpretar e atualizar o Conhecimento.
Todo o Yoga que se pratica hoje no ocidente é fruto de uma atitude heterodoxa de alguns Mestres de Hatha Yoga nos séculos 19 e 20, que atualizaram e adaptaram antigos conhecimentos de Hatha Yoga, Raja Yoga e Tantra Yoga, e que era destinado aos monges e ascetas. De repente milhares de ocidentais começaram a afluir aos Ashrams na Índia e o Hatha Yoga, que originalmente era ensinado por um Guru à poucos discípulos na floresta ou nas montanhas, teve que ser adaptado para este sistema que conhecemos, em academias e com turmas com horários.
E essa é a grande beleza do funcionamento disso tudo: um não pode prescindir do outro, são totalmente complementares, embora muitas vezes pensem que são antagônicos.
Até porque, o heterodoxo de hoje é o ortodoxo de amanhã (que será devidamente reatualizado pelos heterodoxos de então...), e é assim que o Conhecimento caminha através dos tempos.
Mas o fato é que a convivência destas duas vias de ser e de pensar nem sempre (quase nunca) foi harmônica.
Normalmente os ortodoxos têm uma tendência a se referir aos heterodoxos como irresponsáveis e levianos que fazem uma salada (ou uma “mistureba”) de caminhos e tendências, inventando coisas, fazendo “samba do crioulo doido”, “viagem na maionese”, etc...
E os heterodoxos, por sua vez, tendem a se referir aos ortodoxos como conservadores, intolerantes e radicais (e eventualmente fanáticos).
Obviamente que nem todo heterodoxo é picareta, e nem todo ortodoxo é xiita. Em nome da ortodoxia e da heterodoxia já se fizeram muitas maravilhas e também muitos absurdos.
O rabino Nilton Bonder se refere aos heterodoxos, em seu excelente livro “A alma imoral”, como aqueles que “traem” e transgridem as regras estabelecidas. Se as regras e conceitos não fossem transgredidos, e assim, repensados e atualizados, não sobreviveriam a incessante mudança dos tempos.
Vivemos tempos onde outras culturas entraram e têm entrado profundamente em nossa cultura. Assim foi com as culturas chinesa e a indiana a partir dos anos 60, e agora com as tradições xamânicas e nativas.
Uma atitude ortodoxa é muito necessária para resgatar e manter culturas e conhecimentos muitas vezes quase extintos.
Mas mais do que nunca o planeta pede também uma atitude heterodoxa. Afinal, mesmo trilhando-se um só caminho, pode-se considerar que o do outro também é bom e verdadeiro.
Pode-se ser ortodoxo sem ser necessariamente o “dono da verdade”. O problema é quando a minha versão de Deus e da Vida começa ser a única verdadeira e a melhor para todo mundo ou quando considero a minha certa e as outras erradas.
Nós vivemos em uma situação de hiper-ortodoxia mundial. Vejam, por exemplo, todas as guerras e problemas de ordem religiosa. Vejam a medicina oficial, que não procura integrar outras terapias, aceitar paradigmas e parâmetros técnicos e filosóficos de outras culturas e épocas – que privilegiam, por exemplo, a prevenção das doenças e a reeducação da população. Uma atitude mais heterodoxa neste caso beneficiaria a própria medicina, em sua essência mais ampla, mas parece que a postura ortodoxa, no caso, prefere investir na cura das doenças, atividade muito mais lucrativa, claro.
Por isso vivemos a cultura da doença, e não da saúde, pois saúde não dá dinheiro, e as transnacionais dominam uma ideologia alopática, sintomática e reducionista de se lidar com saúde e com doença. Daí as intransigências, as interdições, as “caça às bruxas” que constantemente vemos acontecer com relação às práticas “não oficiais”.
O planeta precisa de uma atitude holística, animista e integrativa. E isso pode acontecer quando, primeiro as ortodoxias entre si, e depois a(s) ortodoxia(s) e a(s) heterodoxia(s), deixarem de se considerar antagônicas para operarem como complementares. Em outras palavras, quando deixarem de lutar por suas diferenças e passarem a compartilhar seus pontos em comum.
terça-feira, 27 de abril de 2010
RENASCIMENTO, o Prana como terapia
RENASCIMENTO
Prana e Pranayama como terapia
Renascimento é um trabalho respiratório profundo - que no Yoga se chama Pranayama - cujo objetivo é restabelecer e incrementar a livre e equilibrada circulação da energia vital, proporcionando expansão da consciência e, consequentemente, uma vida mais plena, saudável e feliz.
O Renascimento, a partir de uma respiração circular, conectada e vibrante, vitaliza poderosamente os sistemas nervoso, cardio-vascular, respiratório e imunológico, desbloqueia o fluxo da energia bem como das emoções reprimidas que provocam tensões e se somatizam na forma de desequilíbrios e doenças.
Os trabalhos respiratórios terapêuticos ficaram conhecidos através de Leonard Orr - que formatou a terapia do Renascimento (Rebirthing) à partir principalmente de seu aprendizado na India, e de Stanislav Grof, um dos pioneiros da Psicologia Transpessoal, e que desenvolveu a técnica da Respiração Holotrópica.
Para se ter uma idéia da enorme importância da respiração, no que diz respeito à nossa saúde psico-emocional, é interessante lembrar que o Yoga reconhece a profunda correlação entre a frequência da respiração e a frequência dos pensamentos, como, por exemplo, é dito na Bhagavad Gita “parece que dominar o coração ou a mente em suas inclinações e seus pensamentos, é tão difícil como reter um forte vento” .
Na meditação podemos sentir perfeitamente este princípio. Na medida em que a respiração vai se acalmando e diminuindo a sua frequência, a mente também vai diminuindo e silenciando o seu burburinho, e vice-versa.
Por outro lado, Wilhelm Reich, o pai da psicoterapia corporal, relacionava estreitamente a amplitude da respiração com a amplitude da experienciação dos sentimentos e das emoções.
Ele percebeu que contrair a musculatura e diminuir a respiração são dois dispositivos do complexo corpo/mente que são acionados para evitar-se sentir e entrar em contato com questões dolorosas e traumáticas.
E nestas situações, a energia – que Reich chamou de Orgon, os hindus de Prana, os chineses de Chi e os japoneses de Ki – tem sua circulação bloqueada, ocasionando desequilibrios e doenças de toda a espécie.
Levando-se em conta o fato de que tudo na criação universal é de natureza intrínsecamente dual, com a respiração ocorre o mesmo, e os atos de inspirar e de expirar expressam no nosso corpo e na nossa energia, esta dualidade sistêmica – inspirar é Yang, ativo, masculino, simpático, adrenalina, desejo ; e expirar é Yin, passivo, feminino, parassimpático, endorfina, relaxamento, entrega, desapego.
Um Mestre Hindu falou que “respirar é deixar a vida entrar”. Então podemos dizer, simbólica e energéticamente, que quando eu inspiro digo para o Universo : “Eu mereço, quero e posso tudo ao que eu tenho direito na qualidade de co-participante da Criação”. E quando eu expiro digo : “Eu me liberto e me desapego de tudo o que me limita na percepção e na experienciação de quem eu realmente sou – a Unidade”.
No Renascimento, produz-se uma situação de hiper-ventilação, que vai funcionar como um amplificador de energia e que vai agir como um verdadeiro “roto-rooter”, dissolvendo as couraças e os bloqueios e abrindo caminho para a livre circulação do Prana - a energia universal inteligente – que, diga-se de passagem, faz perfeitamente bem o seu trabalho sem que necessitemos tentar manipular ou controlar o processo. Muito ao contrário, apenas respiramos, relaxamos, observamos, e deixamos a energia inteligente trabalhar !
Nesta ambiência energética tão especial, experimenta-se um amplo processo de liberação das tensões corporais, e uma profunda limpeza, liberação e integração do material inconsciente subjacente às estas tensões e couraças. E este processo acontece em diversas fases de aprofundamento.
Num primeiro momento, a respiração geralmente vai trabalhar na dissolução das couraças musculares, frutos das nossas tentativas de - para não sofrer – resistir, tentar controlar e se defender do fluxo natural da vida, o que vai fazer serem represadas no corpo as emoções não conscientizadas e não aceitas, na forma de tensões crônicas. A respiração, nesta fase, é um verdadeiro aprendizado de relaxamento, entrega, não-controle e não-resistência.
Indo mais profundamente, acessam-se as emoções e sentimentos que estavam nos “bastidores” das couraças.
E em um nivel ainda mais profundo, são acessados os núcleos dos padrões limitadores, dos traumas e das questões que foram rejeitadas e reprimidas, liberando-os e integrando-os.
No Renascimento experimenta-se um estado alterado de consciência, onde muitas limpezas e transmutações podem ocorrer, como no caso de questões ainda não conscientizadas, liberadas ou integradas, oriundas da fase intra-uterina, do nascimento e/ou da primeira infância, e até de vidas passadas, e que ainda hoje estão produzindo sofrimentos e limitações.
Respirar energéticamente também é muito util como ajuda ao combate ao estresse e a depressão.
O processo de respirar consiste, em principio, de 10 encontros de 90 minutos cada um, uma vez por semana.
O Renascimento não é indicado para pessoas com problemas cárdio-vasculares graves, com doenças psiquiátricas sérias, pessoas muito idosas ou jovens antes da puberdade.
Prana e Pranayama como terapia
Renascimento é um trabalho respiratório profundo - que no Yoga se chama Pranayama - cujo objetivo é restabelecer e incrementar a livre e equilibrada circulação da energia vital, proporcionando expansão da consciência e, consequentemente, uma vida mais plena, saudável e feliz.
O Renascimento, a partir de uma respiração circular, conectada e vibrante, vitaliza poderosamente os sistemas nervoso, cardio-vascular, respiratório e imunológico, desbloqueia o fluxo da energia bem como das emoções reprimidas que provocam tensões e se somatizam na forma de desequilíbrios e doenças.
Os trabalhos respiratórios terapêuticos ficaram conhecidos através de Leonard Orr - que formatou a terapia do Renascimento (Rebirthing) à partir principalmente de seu aprendizado na India, e de Stanislav Grof, um dos pioneiros da Psicologia Transpessoal, e que desenvolveu a técnica da Respiração Holotrópica.
Para se ter uma idéia da enorme importância da respiração, no que diz respeito à nossa saúde psico-emocional, é interessante lembrar que o Yoga reconhece a profunda correlação entre a frequência da respiração e a frequência dos pensamentos, como, por exemplo, é dito na Bhagavad Gita “parece que dominar o coração ou a mente em suas inclinações e seus pensamentos, é tão difícil como reter um forte vento” .
Na meditação podemos sentir perfeitamente este princípio. Na medida em que a respiração vai se acalmando e diminuindo a sua frequência, a mente também vai diminuindo e silenciando o seu burburinho, e vice-versa.
Por outro lado, Wilhelm Reich, o pai da psicoterapia corporal, relacionava estreitamente a amplitude da respiração com a amplitude da experienciação dos sentimentos e das emoções.
Ele percebeu que contrair a musculatura e diminuir a respiração são dois dispositivos do complexo corpo/mente que são acionados para evitar-se sentir e entrar em contato com questões dolorosas e traumáticas.
E nestas situações, a energia – que Reich chamou de Orgon, os hindus de Prana, os chineses de Chi e os japoneses de Ki – tem sua circulação bloqueada, ocasionando desequilibrios e doenças de toda a espécie.
Levando-se em conta o fato de que tudo na criação universal é de natureza intrínsecamente dual, com a respiração ocorre o mesmo, e os atos de inspirar e de expirar expressam no nosso corpo e na nossa energia, esta dualidade sistêmica – inspirar é Yang, ativo, masculino, simpático, adrenalina, desejo ; e expirar é Yin, passivo, feminino, parassimpático, endorfina, relaxamento, entrega, desapego.
Um Mestre Hindu falou que “respirar é deixar a vida entrar”. Então podemos dizer, simbólica e energéticamente, que quando eu inspiro digo para o Universo : “Eu mereço, quero e posso tudo ao que eu tenho direito na qualidade de co-participante da Criação”. E quando eu expiro digo : “Eu me liberto e me desapego de tudo o que me limita na percepção e na experienciação de quem eu realmente sou – a Unidade”.
No Renascimento, produz-se uma situação de hiper-ventilação, que vai funcionar como um amplificador de energia e que vai agir como um verdadeiro “roto-rooter”, dissolvendo as couraças e os bloqueios e abrindo caminho para a livre circulação do Prana - a energia universal inteligente – que, diga-se de passagem, faz perfeitamente bem o seu trabalho sem que necessitemos tentar manipular ou controlar o processo. Muito ao contrário, apenas respiramos, relaxamos, observamos, e deixamos a energia inteligente trabalhar !
Nesta ambiência energética tão especial, experimenta-se um amplo processo de liberação das tensões corporais, e uma profunda limpeza, liberação e integração do material inconsciente subjacente às estas tensões e couraças. E este processo acontece em diversas fases de aprofundamento.
Num primeiro momento, a respiração geralmente vai trabalhar na dissolução das couraças musculares, frutos das nossas tentativas de - para não sofrer – resistir, tentar controlar e se defender do fluxo natural da vida, o que vai fazer serem represadas no corpo as emoções não conscientizadas e não aceitas, na forma de tensões crônicas. A respiração, nesta fase, é um verdadeiro aprendizado de relaxamento, entrega, não-controle e não-resistência.
Indo mais profundamente, acessam-se as emoções e sentimentos que estavam nos “bastidores” das couraças.
E em um nivel ainda mais profundo, são acessados os núcleos dos padrões limitadores, dos traumas e das questões que foram rejeitadas e reprimidas, liberando-os e integrando-os.
No Renascimento experimenta-se um estado alterado de consciência, onde muitas limpezas e transmutações podem ocorrer, como no caso de questões ainda não conscientizadas, liberadas ou integradas, oriundas da fase intra-uterina, do nascimento e/ou da primeira infância, e até de vidas passadas, e que ainda hoje estão produzindo sofrimentos e limitações.
Respirar energéticamente também é muito util como ajuda ao combate ao estresse e a depressão.
O processo de respirar consiste, em principio, de 10 encontros de 90 minutos cada um, uma vez por semana.
O Renascimento não é indicado para pessoas com problemas cárdio-vasculares graves, com doenças psiquiátricas sérias, pessoas muito idosas ou jovens antes da puberdade.
domingo, 18 de abril de 2010
Os Deuses hindús e os Mantras
OS DEUSES HINDUS E OS MANTRAS
No processo coletivo de busca pelo resgate de sua natureza original – a Unidade – a humanidade, entre outros procedimentos teológicos, ideológicos, psicológicos e filosóficos, criou os deuses a sua imagem e semelhança. Todas as culturas desenvolveram uma mitologia com sua profunda e complexa simbologia e funcionalidade.
Quando eu crio um deus, estou projetando fora de mim aquela qualidade, talento ou virtude que eu já possuo, não faço contato, penso que não tenho (embora inconscientemente saiba que tenha) e sinto que preciso de uma referência externa para me outorgar l estas qualidades (na verdade, seria para liberar em mim estas qualidades).
E aí eu idealizo um ser (com forma humana ou meio-humana) poderoso, e com uma super qualidade ou um super talento específico em alguma área, e me conecto com ele num jogo de espelho onde eu me reconheço naquela qualidade.
Os deuses funcionam nessa transferência como uma das muitas formas (os animais de poder, por exemplo, é uma outra forma) de puxar de dentro de nós as qualidades e talentos que pensamos que nos faltam.
E é claro, como tudo é Um, as mesmas virtudes e qualidades que estão dentro de cada um, estão em todo o Universo e são gerenciadas por energias inteligentes que habitam dimensões mais sutís, que na perspectiva do Hinduísmo são os deuses (como são, por exemplo, os anjos para os cristãos e os orixás para o povo africano).
Mantras são palavras de poder que tem a capacidade de mobilizar energia. Mantra quer dizer, em sâncrito, instrumento (tra) de pensar (man). Originalmente os Mantras eram em sânscrito que é um idioma antigo cuja fonética foi desenvolvida para criar vibrações e mobilizar energia, hoje temos Mantras em todos os idiomas pois o poder maior que move esta sagrada ciência do som, é a intenção.
Os Mantras hindus tem a ver com os deuses, e geralmente são compostos pelos nomes destes deuses. Na Índia, o nome de Deus tem uma importância vital na espiritualidade hindu.
Vamos falar das divindades mais importantes do panteão hindu e sugerir alguns Mantras. Estes Mantras podem ser usados na meditação silenciosa , podem ser cantados com a melodia que você quiser criar, e podem ser pensados em lugar de ficar com a mente viajando pelo passado e/ou pelo futuro que é como ela costuma ficar.
1. GANESHA :
É o deus com cabeça de elefante, filho de Shiva. Simboliza aquele que abre os caminhos, que remove os obstáculos, ou seja, simboliza nosso próprio poder de abrir nossos caminhos e remover os obstáculos.
Na Índia em todas as casas e todos os templos, tem uma imagem de Ganesha na entrada. Sempre que se vai iniciar qualquer coisa, reza-se ou canta-se para Ganesha.
Ganesha traz a coragem, a determinação, a objetividade.
Este deus também tem a ver com o Conhecimento, pois mitológicamente Ganesha é aquele que compilou os Vedas que iam sendo ditados por um sábio, e que os escreveu usando um pedaço de sua própria presa como “lápis”.
Está relacionado ao Chakra Muladhara.
Está relacionado à Kriya Shakti, o poder de agir, que rompe o Brahma Granthi (o nó psico-emocional relacionado ao Muladhara chakra)
Mantras :
- Jaya Ganesha, Jaya Ganesha, Jaya Ganesha Pahimam
Shri Ganesha, Shri Ganesha, Shri Ganesha Rakshamam
(Salve Ganesha, Salve Ganesha, Salve Ganesha Proteja-nos
Senhor Ganesha, Senhor Ganesha, Senhor Ganesha Salve-nos)
- GANESHA SHARANAM, SHARANAM GANESHA (4 x)
VAGISHA SHARANAM, SHARANAM VAGISHA (4x)
SARISHA SHARANAM, SHARANAM SARISHA (4x)
- OM SHRI GANESHAYA NAMAHA
(Eu saúdo o Senhor Ganesha)
- OM SHRI MAHA GANAPATAYE NAMAHA ou
OM GAM GANAPATAYE NAMAHA
(Eu saúdo o Grande Senhor Ganesha)
2. RAMA
Rama é o personagem principal de um grande épico hindu chamado Ramayana que conta a história do filho de um rei que é envolvido em uma intriga familiar e é exilado por 12 anos na floresta com seu irmão e sua esposa, Sita, que é raptada por um demônio. O épico centra-se na recaptura de Sita das mãos do demônio.
Rama simboliza na Índia, o arquétipo da ética, da virtude, da verdade e da justiça, da honestidade, da responsabilidade e do dever.
Todos aqueles que tem algum cargo de poder, os pais, os políticos, os professores, os chefes, os patrões, os militares, devem se espelhar no ideal de Rama.
Está relacionado ao Chakra Manipura e a Kriya Shakti, o poder de agir .
Mantra :
SHRI RAMA, JAY RAMA
JAY, JAY, RAMA OM
SHRI RAMA , JAY RAMA
JAY, JAY, RAMA OM
(Senhor Rama, Salve Rama...)
3. KRISHNA
Krishna é a grande divindade hindu do Amor, um dos grandes inspiradores da Bhakti Yoga (Yoga da devoção, o amor Universal).
É o mais importante avatar (encarnação) de Vishnu, o deus que representa a segunda pessoa - o princípio Conservador - da Trindade hindu (os outros são Brahma, o princípio Criador e Shiva, o Destruidor, é o grande “ Lavoisier” cósmico…)
Krishna traz a alegria, aleveza, o canto e a dança, a amizade, os sentimentos e as emoções, as relações.
Está relacionado aos Chakra cardíaco (Anahata) e laríngeo (Vishuddha) e a Iccha Shakti, o poder de desejar que rompe o Vishnu Granthi (o nó psíquico do Anahata Chakra).
Mantra :
HARE KRISHNA, HARE KRISHNA
KRISHNA, KRISHNA
HARE, HARE.
HARE RAMA, HARE RAMA
RAMA, RAMA
HARE, HARE.
(Salve Krishna, Salve Krishna…)
4. SHIVA
Shiva é o grande Senhor do Yoga, e o grande inspirador do Tantra, do Hatha Yoga (Yoga do físico e do energético), do Jnãna Yoga (Yoga do Conhecimento e da Sabedoria) e do Raja Yoga (Yoga da Meditação).
Shiva é o grande arquétipo da transformação, da destruição do velho, do estagnado.
Shiva gerencia tudo o que tem à ver com a mente, com a sensitividade, com o inconsciente, com doença e cura, com morte e reencarnação.
Como personificação do asceta, do yogue, Shiva tem a ver com a meditação , com a renúncia e com a introspecção.
Está relacionado ao Chakra Ajña e a Jñana Shakti, o poder de conhecer, que rompe o Shiva Granthi (o nó psíquico de Ajña chakra).
Mantra :
OM NAMAH SHIVAYA
(Eu saúdo Shiva)
5. AS DEUSAS
- SARASWATI : Esposa de Brahma, o Criador, é a deusa das artes, dos estudos, do conhecimento, da inteligência.
Mantra : OM AIM SARASWATIAI NAMAHA
(Eu saúdo Saraswati)
- LAKSHMI : Esposa de Vishnu, o Conservador, é a deusa da fortuna, da abundância (material e espiritual), da fartura.
Mantra : OM SHRI MAHA LAKSHMIAI NAMAHA
(Eu saúdo à Grande Senhora Lakshmi)
- DURGA : Um dos aspectos da esposa de Shiva (os outros aspectos são Parvati e Kali) que está relacionada com a transmutação da sombra em Luz, do mal em bem. Durga é a guerreira, a deusa que destrói os demônios internos e restabelece o equilíbrio.
Mantra : OM SHRI DURGAYAI NAMAHA
(Eu saúdo à Senhora Durga)
No processo coletivo de busca pelo resgate de sua natureza original – a Unidade – a humanidade, entre outros procedimentos teológicos, ideológicos, psicológicos e filosóficos, criou os deuses a sua imagem e semelhança. Todas as culturas desenvolveram uma mitologia com sua profunda e complexa simbologia e funcionalidade.
Quando eu crio um deus, estou projetando fora de mim aquela qualidade, talento ou virtude que eu já possuo, não faço contato, penso que não tenho (embora inconscientemente saiba que tenha) e sinto que preciso de uma referência externa para me outorgar l estas qualidades (na verdade, seria para liberar em mim estas qualidades).
E aí eu idealizo um ser (com forma humana ou meio-humana) poderoso, e com uma super qualidade ou um super talento específico em alguma área, e me conecto com ele num jogo de espelho onde eu me reconheço naquela qualidade.
Os deuses funcionam nessa transferência como uma das muitas formas (os animais de poder, por exemplo, é uma outra forma) de puxar de dentro de nós as qualidades e talentos que pensamos que nos faltam.
E é claro, como tudo é Um, as mesmas virtudes e qualidades que estão dentro de cada um, estão em todo o Universo e são gerenciadas por energias inteligentes que habitam dimensões mais sutís, que na perspectiva do Hinduísmo são os deuses (como são, por exemplo, os anjos para os cristãos e os orixás para o povo africano).
Mantras são palavras de poder que tem a capacidade de mobilizar energia. Mantra quer dizer, em sâncrito, instrumento (tra) de pensar (man). Originalmente os Mantras eram em sânscrito que é um idioma antigo cuja fonética foi desenvolvida para criar vibrações e mobilizar energia, hoje temos Mantras em todos os idiomas pois o poder maior que move esta sagrada ciência do som, é a intenção.
Os Mantras hindus tem a ver com os deuses, e geralmente são compostos pelos nomes destes deuses. Na Índia, o nome de Deus tem uma importância vital na espiritualidade hindu.
Vamos falar das divindades mais importantes do panteão hindu e sugerir alguns Mantras. Estes Mantras podem ser usados na meditação silenciosa , podem ser cantados com a melodia que você quiser criar, e podem ser pensados em lugar de ficar com a mente viajando pelo passado e/ou pelo futuro que é como ela costuma ficar.
1. GANESHA :
É o deus com cabeça de elefante, filho de Shiva. Simboliza aquele que abre os caminhos, que remove os obstáculos, ou seja, simboliza nosso próprio poder de abrir nossos caminhos e remover os obstáculos.
Na Índia em todas as casas e todos os templos, tem uma imagem de Ganesha na entrada. Sempre que se vai iniciar qualquer coisa, reza-se ou canta-se para Ganesha.
Ganesha traz a coragem, a determinação, a objetividade.
Este deus também tem a ver com o Conhecimento, pois mitológicamente Ganesha é aquele que compilou os Vedas que iam sendo ditados por um sábio, e que os escreveu usando um pedaço de sua própria presa como “lápis”.
Está relacionado ao Chakra Muladhara.
Está relacionado à Kriya Shakti, o poder de agir, que rompe o Brahma Granthi (o nó psico-emocional relacionado ao Muladhara chakra)
Mantras :
- Jaya Ganesha, Jaya Ganesha, Jaya Ganesha Pahimam
Shri Ganesha, Shri Ganesha, Shri Ganesha Rakshamam
(Salve Ganesha, Salve Ganesha, Salve Ganesha Proteja-nos
Senhor Ganesha, Senhor Ganesha, Senhor Ganesha Salve-nos)
- GANESHA SHARANAM, SHARANAM GANESHA (4 x)
VAGISHA SHARANAM, SHARANAM VAGISHA (4x)
SARISHA SHARANAM, SHARANAM SARISHA (4x)
- OM SHRI GANESHAYA NAMAHA
(Eu saúdo o Senhor Ganesha)
- OM SHRI MAHA GANAPATAYE NAMAHA ou
OM GAM GANAPATAYE NAMAHA
(Eu saúdo o Grande Senhor Ganesha)
2. RAMA
Rama é o personagem principal de um grande épico hindu chamado Ramayana que conta a história do filho de um rei que é envolvido em uma intriga familiar e é exilado por 12 anos na floresta com seu irmão e sua esposa, Sita, que é raptada por um demônio. O épico centra-se na recaptura de Sita das mãos do demônio.
Rama simboliza na Índia, o arquétipo da ética, da virtude, da verdade e da justiça, da honestidade, da responsabilidade e do dever.
Todos aqueles que tem algum cargo de poder, os pais, os políticos, os professores, os chefes, os patrões, os militares, devem se espelhar no ideal de Rama.
Está relacionado ao Chakra Manipura e a Kriya Shakti, o poder de agir .
Mantra :
SHRI RAMA, JAY RAMA
JAY, JAY, RAMA OM
SHRI RAMA , JAY RAMA
JAY, JAY, RAMA OM
(Senhor Rama, Salve Rama...)
3. KRISHNA
Krishna é a grande divindade hindu do Amor, um dos grandes inspiradores da Bhakti Yoga (Yoga da devoção, o amor Universal).
É o mais importante avatar (encarnação) de Vishnu, o deus que representa a segunda pessoa - o princípio Conservador - da Trindade hindu (os outros são Brahma, o princípio Criador e Shiva, o Destruidor, é o grande “ Lavoisier” cósmico…)
Krishna traz a alegria, aleveza, o canto e a dança, a amizade, os sentimentos e as emoções, as relações.
Está relacionado aos Chakra cardíaco (Anahata) e laríngeo (Vishuddha) e a Iccha Shakti, o poder de desejar que rompe o Vishnu Granthi (o nó psíquico do Anahata Chakra).
Mantra :
HARE KRISHNA, HARE KRISHNA
KRISHNA, KRISHNA
HARE, HARE.
HARE RAMA, HARE RAMA
RAMA, RAMA
HARE, HARE.
(Salve Krishna, Salve Krishna…)
4. SHIVA
Shiva é o grande Senhor do Yoga, e o grande inspirador do Tantra, do Hatha Yoga (Yoga do físico e do energético), do Jnãna Yoga (Yoga do Conhecimento e da Sabedoria) e do Raja Yoga (Yoga da Meditação).
Shiva é o grande arquétipo da transformação, da destruição do velho, do estagnado.
Shiva gerencia tudo o que tem à ver com a mente, com a sensitividade, com o inconsciente, com doença e cura, com morte e reencarnação.
Como personificação do asceta, do yogue, Shiva tem a ver com a meditação , com a renúncia e com a introspecção.
Está relacionado ao Chakra Ajña e a Jñana Shakti, o poder de conhecer, que rompe o Shiva Granthi (o nó psíquico de Ajña chakra).
Mantra :
OM NAMAH SHIVAYA
(Eu saúdo Shiva)
5. AS DEUSAS
- SARASWATI : Esposa de Brahma, o Criador, é a deusa das artes, dos estudos, do conhecimento, da inteligência.
Mantra : OM AIM SARASWATIAI NAMAHA
(Eu saúdo Saraswati)
- LAKSHMI : Esposa de Vishnu, o Conservador, é a deusa da fortuna, da abundância (material e espiritual), da fartura.
Mantra : OM SHRI MAHA LAKSHMIAI NAMAHA
(Eu saúdo à Grande Senhora Lakshmi)
- DURGA : Um dos aspectos da esposa de Shiva (os outros aspectos são Parvati e Kali) que está relacionada com a transmutação da sombra em Luz, do mal em bem. Durga é a guerreira, a deusa que destrói os demônios internos e restabelece o equilíbrio.
Mantra : OM SHRI DURGAYAI NAMAHA
(Eu saúdo à Senhora Durga)
terça-feira, 13 de abril de 2010
As Quatro Direções e os Animais de Poder no Xamanismo
AS 4 DIREÇÕES E OS ANIMAIS DE PODER NO XAMANISMO
Nas tradições xamânicas, assim como nas orientais, a religião, a filosofia , e toda a vida gira em torno da idéia da Unidade. De que toda a Criação é um só organismo, totalmente interligado, interagente e interdependente. E absolutamente consciente. Uma grande teia inteligente.
E esta é outra idéia central do Xamanismo (e do Oriente) : que toda a Criação é consciente. Os minerais, animais, vegetais, seres humanos (e todos os outros que provavelmente existem), todos os átomos do universo, todos expressam - cada um segundo sua natureza - a mesma eterna Consciência.
Dentro desta perspectiva, podemos dizer que todo o Universo está dentro de nós, que não há nada fora de nós que não tenhamos (ou que não saibamos) e de que realmente necessitemos (até de comida tem gente que já prescinde...).
O que necessitamos é nos (re)lembrarmos de nossa Natureza Real, a Unidade. Nossa co-existência consciente como co-criadores do Universo.
Quando a humanidade criou as Mitologias seus deuses e símbolos, o que se estava fazendo na verdade, era colocar fora do homem o que ele já tem dentro mas não entra em contato, não desenvolve. Poderes, talentos, qualidades, capacidades, virtudes. Aí criamos personagens-símbolo arquetípicos que vão espelhar para nós o que pensamos que não temos, e que pensamos que pode vir de fora, que pode nos ser dado por alguém.
Quando eu adoro um deus, ou peço uma qualidade de um Animal de Poder ou de uma Direção, estou na verdade, puxando de dentro de mim mesmo estas mesmas qualidades.
E é claro, como tudo é Um, as mesmas virtudes e qualidades que estão dentro de cada um, estão em todo o Universo e são gerenciadas por energias inteligentes, que na perspectiva do Xamanismo, também são experienciadas como os Animais de Poder.
Na cultura Hindu, estudando-se os Chakras, podemos ver que cada Chakra está relacionado a um animal. E no Hatha Yoga, temos inúmeras Asanas inspiradas em plantas e em animais.
Considerando que toda a criação é Consciência e movimento (ou permanência e impermanência, ou ainda, absoluto e relativo), todas as tradições se ocuparam em compreender e codificar este complexo movimento universal criando diversos sistemas dialéticos, e também em entender e instrumentalizar o uso da energia cósmica, produzindo diversas leituras, métodos e técnicas.
O que vamos focar aqui é o sistema desenvolvido pelas tradições nativas norte-americanas com a sabedoria das 4 Direções e dos Animais de Poder.
A Roda de Cura , fisicamente falando, é uma roda de pedra com os 4 Pontos Cardeais demarcados. Esta formação geométrica tem a capacidade de funcionar - assim como acontece com as pirâmides – captando, concentrando e distribuin do Energia.
Simbolicamente, a Roda de Cura representa a Roda da Vida com seu eterno movimento , fases , significados e simbolismos característicos.
1. Leste : Índio começa contando do Leste (o Oriente), que é de onde vem o Sol, a Luz. O Leste é o início. O início da vida na fase do nascimento e da primeira infância. É a Primavera, o inicio do ciclo das estações. É o elemento Fogo. A cor amarela. O Leste está relacionado ao nível espiritual, e ao princípio masculino.
É a Direção da Águia.
A Águia é o ser vivo que voa mais alto e chega mais perto do Sol (da Luz). A Águia decola de dentro do burburinho dos eventos da vida, e de cima, observa de forma ampla e neutra a panorâmica destes eventos. Sem envolvimento emocional (mas sem negar as emoções) e consciente da transitoriedade deles. E quando mira um objetivo, mergulha nele, absolutamente concentrada, captura a presa e volta para a perspectiva do alto.
A Meditação treina muito bem a mente para este tipo de funcionamento : aprender a observar sem julgar.
O Leste representa o arquétipo do Visionário.
2. Sul : O Sul é a Direção da juventude, da alegria, do jogo de cintura, da criança interior. É a Direção do elemento Água, das emoções, dos sentimentos. O Sul está relacionado ao nível emocional. A cor vermelha. E também ao Verão, a época da vida em que se está com mais energia, mais calor, mais explosão. O Sul tem como animais principais, o Coiote e o Golfinho. O Coiote é o “divino trapaceiro” sempre pronto a nos dar uma rasteira quando nosso ego infla, é a chamada “ironia do destino”. O Golfinho fala do alegre fluir das emoções (da água), consciente da impermanência da vida.
Representa o arquétipo do Guerreiro.
3.Oeste : O Oeste é a Direção que se relaciona com o inconsciente, com os processos terapêuticos e a cura, com a Meditação, com os estados transpessoais, com o mergulho interno. É a direção que expressa o princípio feminino. Fala do elemento Terra e do Outono, a fase adulta da vida.
A cor é o negro.
O Oeste está relacionado também ao nível físico da existência, a saúde.
O Animal desta Direção é a Ursa, animal que parte do tempo está na superfície, no mundo externo, e parte do tempo entra na caverna , no silêncio do mundo interno e no contato com as outras dimensões.
Representa o arquétipo do Curador.
4. Norte : é a Direção que tem a ver com os Mestres e com a ancestralidade. Tem a ver com a Sabedoria e com o Conhecimento. É a direção da ultima fase da vida, onde já se tem o que ensinar para as gerações seguintes.
Relaciona-se com o elemento Ar , com o Inverno e com a cor branca.
O Norte também está relacionado ao nível mental.
O Animal do Norte é o Búfalo, com suas quatro patas bem conectadas com a Terra e os chifres conectados com o Céu.
Representa o arquétipo do Mestre.
Como utilizar na prática estas informações :
Sempre que você necessitar acordar dentro de você alguma qualidade , talento ou virtude e ser auxiliado pelos Guardiões destas qualidades nesta tarefa, você pode, p.ex., meditar de frente para a Direção que você quer a inspiração e a ajuda (ou imaginar que você está de frente para a direção, se você não tiver como saber) para liberar esta qualidade ; ou pode dançar para a Direção. Ou pode vestir o manto do Animal, imaginando que o Animal se sobrepõe à você vibrando aquelas qualidades e características desejadas.
Já falamos de alguns Animais quando falamos das direções.
Alguns outros Animais mais representativos :
- Beija-flor : fala da alegria, da leveza, do amor, de sugar o néctar (captar a essência). O beija-for é o único pássaro que para no ar e dá marcha-ré. E proporcionalmente, é o animal que tem o maior coração de todos os vertebrados. Simboliza a capacidade de ter estratégia, flexibilidade, transmutar o denso com alegria e bom humor.
- Cobra : a cobra fala do tato (a cobra não ouve nem enxerga muito bem, mas sua sensibilidade táctil é impressionante, além de ter seu corpo quase totalmente em contato com a terra todo o tempo), da transformação (da troca de pele), do bote certo no alvo, de administrar bem seu próprio “veneno”, de estabelecer limites.
- Formiga : assim como o Urso, a formiga fala da vida na superfície (no exterior) e dentro da terra (no interior). Mas enquanto o Urso representa o individual, a formiga representa o coletivo, a cooperação, as relações.
- Lobo : representa o professor, aquele que ensina. O lobo, assim como o cão, também tem uma forte relação com o coletivo, com a matilha, a alcatéia. Mas também tem um aspecto solitário, uivando para a Lua (as emoções, o feminino, as outras dimensões), com quem vai aprender para deposis compartilhar com o grupo. O cão também representa a fidelidade e o supremo desapego de dar a própria vida por uma causa.
- Gato : A flexibilidade, a paciência e a concentração no objetivo, A consciência do seu próprio poder. A independência e o desapego.
- Cavalo : a força e a capacidade de trabalho, a velocidade, a virilidade, a lealdade, o sentido de clã. Segundo algumas tradições está relacionado com a Direção Oeste, e segundo outras, é o animal que faz a conexão entre as 4 Direções.
- Coruja : o mergulho no oculto, no inconsciente , na sombra (na noite). A coruja também está relacionada ao Mestre, ao professor, e consequentemente ao Conhecimento (oculto) e à Sabedoria.
- Golfinho : é um aliado mágico, tem o poder de canalizar o que o outro está sentindo. Traz a alegria, a inteligência, a serenidade, simpatia, capacidade de mergulho interior trazendo para a superfície com leveza estes conteúdos.
-Macaco: risos, alegria, comunicação e criatividade. Ele é extremamente despreocupado, é simplesmente feliz. Capacidade de mudar a qualquer momento, flexibilidade.
-Pantera: é um aliado elegante, misterioso e atraente, tem concetração, paciência e atenção durante muito tempo, observa tudo ao seu redor. Tem enorme poder de explosão, e total consciência e confiança neste poder. Simboliza também proteção dos mundos densos. Fica brava quando irritada, e sem que sua presa perceba é capaz de dominá-la.
- Leão: simboliza o Sol, o centro de tudo, expansão da Luz, força, beleza, poder, justiça e liderança.
- Morcêgo: trabalham com a escuridão da noite.Tem olfato e audição potencializados, e gostam de sugar energia.Tem espírito de banco de ajuda, ou melhor, quando um ajuda o outro, o ajudado fica devendo ao ajudante sabendo que compensará mais tarde o ajudando também.
- Borboleta: é a grande mágica do universo, simboliza a transformação, beleza, leveza, mudança radical na vida, expressão total do potencial e da beleza.
- Pomba: leva mensagens especiais de paz e amor e simboliza o Espírito Santo.
- Gaivota: dom da contemplação, poesia, encantamento, e inspiração com a vida.
- Falcão: é o grande mensageiro, nos informa o que vem no caminho, se é a tormenta ou é a paz, nos deixando preparados para ambos.
- Tartaruga: é o puro contato com a mãe Terra, boa relação com o tempo, sensação de vida eterna, sem pressa. A tartaruga carrega sua casa, simbolizando a nossa capacidade de mergulhar para dentro e encontrar nossa casa.
- Baleia: é a sobrevivente ermitã, com grande poder de adaptação. Sábia, mãe, amiga e irmã. Nos ensina a enfrentar tudo com força e sutileza ao mesmo tempo. Fala do conhecimento ancestral, atávico, que repousa no fundo do mar. O inconsciente coletivo. Desliza sobre as águas quase sem ser percebida apesar de seu tamanho e seu peso. Pessoas com esta aliança possuem sabedoria emocional.
Nas tradições xamânicas, assim como nas orientais, a religião, a filosofia , e toda a vida gira em torno da idéia da Unidade. De que toda a Criação é um só organismo, totalmente interligado, interagente e interdependente. E absolutamente consciente. Uma grande teia inteligente.
E esta é outra idéia central do Xamanismo (e do Oriente) : que toda a Criação é consciente. Os minerais, animais, vegetais, seres humanos (e todos os outros que provavelmente existem), todos os átomos do universo, todos expressam - cada um segundo sua natureza - a mesma eterna Consciência.
Dentro desta perspectiva, podemos dizer que todo o Universo está dentro de nós, que não há nada fora de nós que não tenhamos (ou que não saibamos) e de que realmente necessitemos (até de comida tem gente que já prescinde...).
O que necessitamos é nos (re)lembrarmos de nossa Natureza Real, a Unidade. Nossa co-existência consciente como co-criadores do Universo.
Quando a humanidade criou as Mitologias seus deuses e símbolos, o que se estava fazendo na verdade, era colocar fora do homem o que ele já tem dentro mas não entra em contato, não desenvolve. Poderes, talentos, qualidades, capacidades, virtudes. Aí criamos personagens-símbolo arquetípicos que vão espelhar para nós o que pensamos que não temos, e que pensamos que pode vir de fora, que pode nos ser dado por alguém.
Quando eu adoro um deus, ou peço uma qualidade de um Animal de Poder ou de uma Direção, estou na verdade, puxando de dentro de mim mesmo estas mesmas qualidades.
E é claro, como tudo é Um, as mesmas virtudes e qualidades que estão dentro de cada um, estão em todo o Universo e são gerenciadas por energias inteligentes, que na perspectiva do Xamanismo, também são experienciadas como os Animais de Poder.
Na cultura Hindu, estudando-se os Chakras, podemos ver que cada Chakra está relacionado a um animal. E no Hatha Yoga, temos inúmeras Asanas inspiradas em plantas e em animais.
Considerando que toda a criação é Consciência e movimento (ou permanência e impermanência, ou ainda, absoluto e relativo), todas as tradições se ocuparam em compreender e codificar este complexo movimento universal criando diversos sistemas dialéticos, e também em entender e instrumentalizar o uso da energia cósmica, produzindo diversas leituras, métodos e técnicas.
O que vamos focar aqui é o sistema desenvolvido pelas tradições nativas norte-americanas com a sabedoria das 4 Direções e dos Animais de Poder.
A Roda de Cura , fisicamente falando, é uma roda de pedra com os 4 Pontos Cardeais demarcados. Esta formação geométrica tem a capacidade de funcionar - assim como acontece com as pirâmides – captando, concentrando e distribuin do Energia.
Simbolicamente, a Roda de Cura representa a Roda da Vida com seu eterno movimento , fases , significados e simbolismos característicos.
1. Leste : Índio começa contando do Leste (o Oriente), que é de onde vem o Sol, a Luz. O Leste é o início. O início da vida na fase do nascimento e da primeira infância. É a Primavera, o inicio do ciclo das estações. É o elemento Fogo. A cor amarela. O Leste está relacionado ao nível espiritual, e ao princípio masculino.
É a Direção da Águia.
A Águia é o ser vivo que voa mais alto e chega mais perto do Sol (da Luz). A Águia decola de dentro do burburinho dos eventos da vida, e de cima, observa de forma ampla e neutra a panorâmica destes eventos. Sem envolvimento emocional (mas sem negar as emoções) e consciente da transitoriedade deles. E quando mira um objetivo, mergulha nele, absolutamente concentrada, captura a presa e volta para a perspectiva do alto.
A Meditação treina muito bem a mente para este tipo de funcionamento : aprender a observar sem julgar.
O Leste representa o arquétipo do Visionário.
2. Sul : O Sul é a Direção da juventude, da alegria, do jogo de cintura, da criança interior. É a Direção do elemento Água, das emoções, dos sentimentos. O Sul está relacionado ao nível emocional. A cor vermelha. E também ao Verão, a época da vida em que se está com mais energia, mais calor, mais explosão. O Sul tem como animais principais, o Coiote e o Golfinho. O Coiote é o “divino trapaceiro” sempre pronto a nos dar uma rasteira quando nosso ego infla, é a chamada “ironia do destino”. O Golfinho fala do alegre fluir das emoções (da água), consciente da impermanência da vida.
Representa o arquétipo do Guerreiro.
3.Oeste : O Oeste é a Direção que se relaciona com o inconsciente, com os processos terapêuticos e a cura, com a Meditação, com os estados transpessoais, com o mergulho interno. É a direção que expressa o princípio feminino. Fala do elemento Terra e do Outono, a fase adulta da vida.
A cor é o negro.
O Oeste está relacionado também ao nível físico da existência, a saúde.
O Animal desta Direção é a Ursa, animal que parte do tempo está na superfície, no mundo externo, e parte do tempo entra na caverna , no silêncio do mundo interno e no contato com as outras dimensões.
Representa o arquétipo do Curador.
4. Norte : é a Direção que tem a ver com os Mestres e com a ancestralidade. Tem a ver com a Sabedoria e com o Conhecimento. É a direção da ultima fase da vida, onde já se tem o que ensinar para as gerações seguintes.
Relaciona-se com o elemento Ar , com o Inverno e com a cor branca.
O Norte também está relacionado ao nível mental.
O Animal do Norte é o Búfalo, com suas quatro patas bem conectadas com a Terra e os chifres conectados com o Céu.
Representa o arquétipo do Mestre.
Como utilizar na prática estas informações :
Sempre que você necessitar acordar dentro de você alguma qualidade , talento ou virtude e ser auxiliado pelos Guardiões destas qualidades nesta tarefa, você pode, p.ex., meditar de frente para a Direção que você quer a inspiração e a ajuda (ou imaginar que você está de frente para a direção, se você não tiver como saber) para liberar esta qualidade ; ou pode dançar para a Direção. Ou pode vestir o manto do Animal, imaginando que o Animal se sobrepõe à você vibrando aquelas qualidades e características desejadas.
Já falamos de alguns Animais quando falamos das direções.
Alguns outros Animais mais representativos :
- Beija-flor : fala da alegria, da leveza, do amor, de sugar o néctar (captar a essência). O beija-for é o único pássaro que para no ar e dá marcha-ré. E proporcionalmente, é o animal que tem o maior coração de todos os vertebrados. Simboliza a capacidade de ter estratégia, flexibilidade, transmutar o denso com alegria e bom humor.
- Cobra : a cobra fala do tato (a cobra não ouve nem enxerga muito bem, mas sua sensibilidade táctil é impressionante, além de ter seu corpo quase totalmente em contato com a terra todo o tempo), da transformação (da troca de pele), do bote certo no alvo, de administrar bem seu próprio “veneno”, de estabelecer limites.
- Formiga : assim como o Urso, a formiga fala da vida na superfície (no exterior) e dentro da terra (no interior). Mas enquanto o Urso representa o individual, a formiga representa o coletivo, a cooperação, as relações.
- Lobo : representa o professor, aquele que ensina. O lobo, assim como o cão, também tem uma forte relação com o coletivo, com a matilha, a alcatéia. Mas também tem um aspecto solitário, uivando para a Lua (as emoções, o feminino, as outras dimensões), com quem vai aprender para deposis compartilhar com o grupo. O cão também representa a fidelidade e o supremo desapego de dar a própria vida por uma causa.
- Gato : A flexibilidade, a paciência e a concentração no objetivo, A consciência do seu próprio poder. A independência e o desapego.
- Cavalo : a força e a capacidade de trabalho, a velocidade, a virilidade, a lealdade, o sentido de clã. Segundo algumas tradições está relacionado com a Direção Oeste, e segundo outras, é o animal que faz a conexão entre as 4 Direções.
- Coruja : o mergulho no oculto, no inconsciente , na sombra (na noite). A coruja também está relacionada ao Mestre, ao professor, e consequentemente ao Conhecimento (oculto) e à Sabedoria.
- Golfinho : é um aliado mágico, tem o poder de canalizar o que o outro está sentindo. Traz a alegria, a inteligência, a serenidade, simpatia, capacidade de mergulho interior trazendo para a superfície com leveza estes conteúdos.
-Macaco: risos, alegria, comunicação e criatividade. Ele é extremamente despreocupado, é simplesmente feliz. Capacidade de mudar a qualquer momento, flexibilidade.
-Pantera: é um aliado elegante, misterioso e atraente, tem concetração, paciência e atenção durante muito tempo, observa tudo ao seu redor. Tem enorme poder de explosão, e total consciência e confiança neste poder. Simboliza também proteção dos mundos densos. Fica brava quando irritada, e sem que sua presa perceba é capaz de dominá-la.
- Leão: simboliza o Sol, o centro de tudo, expansão da Luz, força, beleza, poder, justiça e liderança.
- Morcêgo: trabalham com a escuridão da noite.Tem olfato e audição potencializados, e gostam de sugar energia.Tem espírito de banco de ajuda, ou melhor, quando um ajuda o outro, o ajudado fica devendo ao ajudante sabendo que compensará mais tarde o ajudando também.
- Borboleta: é a grande mágica do universo, simboliza a transformação, beleza, leveza, mudança radical na vida, expressão total do potencial e da beleza.
- Pomba: leva mensagens especiais de paz e amor e simboliza o Espírito Santo.
- Gaivota: dom da contemplação, poesia, encantamento, e inspiração com a vida.
- Falcão: é o grande mensageiro, nos informa o que vem no caminho, se é a tormenta ou é a paz, nos deixando preparados para ambos.
- Tartaruga: é o puro contato com a mãe Terra, boa relação com o tempo, sensação de vida eterna, sem pressa. A tartaruga carrega sua casa, simbolizando a nossa capacidade de mergulhar para dentro e encontrar nossa casa.
- Baleia: é a sobrevivente ermitã, com grande poder de adaptação. Sábia, mãe, amiga e irmã. Nos ensina a enfrentar tudo com força e sutileza ao mesmo tempo. Fala do conhecimento ancestral, atávico, que repousa no fundo do mar. O inconsciente coletivo. Desliza sobre as águas quase sem ser percebida apesar de seu tamanho e seu peso. Pessoas com esta aliança possuem sabedoria emocional.
quarta-feira, 31 de março de 2010
Fogo Sagrado na Montanha Encantada em novembro de 2009
Sinta o Fogo Sagrado
14 Janeiro, 2010
A força da realidade multidimensional do universo estabeleceu sua conexão com a Montanha Encantada, evocando o poder da intuição como guia para a jornada da vida. Da bela união entre as práticas xamânicas e o Yoga floresceu uma harmoniosa relação entre sabedorias milenares focadas na busca de purificação e cura. A emoção – E= energia e moção= movimento – se manifestou nos rituais como a cerimônia do Bastão-que-fala (Talk Stick), na integração do fogo sagrado, na tenda do suor (Sweat Lodge), nas rodas de cura e terapias transdimensionais, no poder dos elementos água, fogo e terra (Cosmic Breathing), nas danças, meditações e mantras das quatro direções, tanto quanto na vivência do animal de poder de cada um dos praticantes. Sim, emocionante... a energia transcendendo entre dimensões, como um lobo quando uiva para a lua cheia, como o céu do entardecer abrindo suas portas dimensionais, como o cheiro do incenso purificando o ar ao som do tambor e o estalar dos gravetos queimando na fogueira sagrada!.
O despertar da sensitividade
Todas essas manifestações das realidades alternativas foram trazidas à tona no programa Fogo Sagrado – Xamanismo e Yoga, que se realizou na Montanha sob a orientação de Dharmendra, Ernani Fornari, que agrega três décadas de vivências na filosofia oriental, no Tantra, no Yoga, na militância ecológica, onde publicou sete livros, e no xamanismo. Um dos objetivos do programa, que une técnicas xamânicas e Yoga, é o de liberar e remover bloqueios no corpo sutil, na mente e no espírito. Desta forma, semeia e cultiva os campos onde a harmonia nos leva a um estado de plenitude e prosperidade espiritual e também na vida prática. O participante da vivência é levado ao despertar da sensitividade para com o mundo sutil ou invisível no qual habitamos e não percebemos, passa a vislumbrar os vários campos de energia e o mundo dos espíritos que os habita. Aplicando e exercendo as técnicas xamânicas estabelece a conexão com a energia espiritual presente no universo, bebendo diretamente no plasma da sabedoria onde reina o poder de cura que os fará desabrochar, purificando e transcendendo os antigos padrões e hábitos de nossa personalidade e despertando nosso Eu Superior.
As técnicas quânticas
Assim o aprendiz vivencial desenvolve sua qualidade de transmutar energias e conduzi-las à cura, acessando as várias dimensões internas e externas do Ser que está sendo curado, e o mundo que o envolve. Terapias como a energização dos chacras do xamanismo siberiano, massagens energéticas e físicas, a vivência “Abrindo o Coração”, a roda de cura dos Tambores e principalmente a jornada interior “Curando os relacionamentos” e o Yoga Nidra tornam-se ferramentas poderosas como técnicas quânticas no caminho da sabedoria do Fogo Sagrado.
Despertando a força
Tony Paixão, xamã presencial nesta jornada ao lado de Dharmendra e Gabriela, é membro da Igreja Nativa Americana, se ancora o xamanismo norte-americano enquanto Dharmendra desenvolve o xamanismo brasileiro. Tony afirma que o fator essencial da tenda do suor é a purificação no útero da Mãe Terra, liberando couraças e eliminando toxinas, “Trazendo a pessoa para seu próprio coração – tomando consciência de si mesmo e passando a viver menos fora si, deixando de ser sufocada pelo cotidiano e despertando a força para a alegria de viver mais intensamente”. Dharmendra chama a atenção para o fato de o Fogo Sagrado ser um “Acelerador Evolutivo” e que funcionamos como antenas entre as realidades multidemensionais, em que sintonizamos frequências como um canalizador de ondas abertas, adicionando bloqueios e traumas. Desta forma, o alinhamento energético torna-se um eixo para a limpeza do inconsciente, por meio do método do sexto sentido ou intuição. Para tal, utiliza as ferramentas da Física Quântica, da Filosofia Oriental, do xamanismo e da Psicologia Transpessoal.
A energia em movimento
Segundo os participantes a E+moção foi o signo marcante desse encontro e a palavra mais emblemática, tradução perfeita dessa vivência. A economista Ana Beatriz relatou que está radiante, muito além da alegria, “Já consigo olhar pra mim mesma. Estar aqui equivale a muitas sessões de terapia em uma única semana”. E.B. Cavalcante focou seu aprendizado no aspecto mais valioso despertado no seu plano pessoal: “A abertura de meu canal e a purificação em todos os aspectos. Relembrei quem eu sou”, e ressalta a principal mudança durante a vivência, “O sorriso, a sensibilidade, o bom humor e a paz interior”. Diante da pergunta sobre como pretende aplicar o conhecimento na sua vida pessoal e profissional, disse: “Pretendo seguir minha intuição, não julgar e ouvir os outros”. A jornalista Giselda Morona garante estar “mais flexível para lidar com as questões do cotidiano” e ter aberto o ponto-chave do “autoconhecimento, da confraternização e da UNIDADE” e que aplicará esse conhecimento em seu dia-a-dia. O jovem Rui Passos, de 22 anos, afirma que “mudou tudo – é difícil saber o que não mudou” e descreve o amor, a amizade, a purificação e a saúde como pontos fortes de seu aprendizado e garante que viverá “com amor e gratidão por tudo o que o Universo nos traz”.
Novos rituais de vida
A instrução transmitida com sabedoria ancestral sabe respeitar os ciclos e etapas dos participantes, deixando o coração livre para despertar e falar por si. Durante o processo de resgate e cura do passado, o coração evolui para o relacionamento com novos rituais de vida. No decorrer da terapia “Curando os relacionamentos” – um grande exercício de redimensionamento da espacialidade à nossa volta, de sensibilização dos sentidos, de locomoção ambiental e redirecionamento sensorial – ocorre a incorporação de outras dimensões ou planos, de novas polaridades, e a canalização da energia construtiva cultivada nos rituais de cura. O veículo de ligação entre essas esferas é a lei da ressonância. Nesse sentido, a afetividade torna-se o vínculo entre os seres, e é demonstrada nos gestos amáveis e nas manifestações em prol da união utradimensional e do amor universal.
Os diagramas dimensionais de cura
Nos círculos de cura e poder ocorre a troca e a libertação de energias interiores profundas, expressas carinhosamente entre almas e espíritos. O reposicionamento orientado pelo mestre, em diagramas dimensionais, tem a intenção de ajustar a troca de energia e sua verbalização nos sucessivos planos alternativos sobrepostos no processo de cura. Desta forma, ao aflorar, as emoções soterradas são aceitas, purificadas e amadas, no individuo e no grupo, em face da compreensão dos planos superiores em que estão inseridos. O Fogo Sagrado é aquele que tudo purifica, tudo une, que acende a chama em nosso interior e aquece nosso coração, transmutando energias nos traz novamente a força de viver intensamente na sincronicidade da pulsação do amor.
14 Janeiro, 2010
A força da realidade multidimensional do universo estabeleceu sua conexão com a Montanha Encantada, evocando o poder da intuição como guia para a jornada da vida. Da bela união entre as práticas xamânicas e o Yoga floresceu uma harmoniosa relação entre sabedorias milenares focadas na busca de purificação e cura. A emoção – E= energia e moção= movimento – se manifestou nos rituais como a cerimônia do Bastão-que-fala (Talk Stick), na integração do fogo sagrado, na tenda do suor (Sweat Lodge), nas rodas de cura e terapias transdimensionais, no poder dos elementos água, fogo e terra (Cosmic Breathing), nas danças, meditações e mantras das quatro direções, tanto quanto na vivência do animal de poder de cada um dos praticantes. Sim, emocionante... a energia transcendendo entre dimensões, como um lobo quando uiva para a lua cheia, como o céu do entardecer abrindo suas portas dimensionais, como o cheiro do incenso purificando o ar ao som do tambor e o estalar dos gravetos queimando na fogueira sagrada!.
O despertar da sensitividade
Todas essas manifestações das realidades alternativas foram trazidas à tona no programa Fogo Sagrado – Xamanismo e Yoga, que se realizou na Montanha sob a orientação de Dharmendra, Ernani Fornari, que agrega três décadas de vivências na filosofia oriental, no Tantra, no Yoga, na militância ecológica, onde publicou sete livros, e no xamanismo. Um dos objetivos do programa, que une técnicas xamânicas e Yoga, é o de liberar e remover bloqueios no corpo sutil, na mente e no espírito. Desta forma, semeia e cultiva os campos onde a harmonia nos leva a um estado de plenitude e prosperidade espiritual e também na vida prática. O participante da vivência é levado ao despertar da sensitividade para com o mundo sutil ou invisível no qual habitamos e não percebemos, passa a vislumbrar os vários campos de energia e o mundo dos espíritos que os habita. Aplicando e exercendo as técnicas xamânicas estabelece a conexão com a energia espiritual presente no universo, bebendo diretamente no plasma da sabedoria onde reina o poder de cura que os fará desabrochar, purificando e transcendendo os antigos padrões e hábitos de nossa personalidade e despertando nosso Eu Superior.
As técnicas quânticas
Assim o aprendiz vivencial desenvolve sua qualidade de transmutar energias e conduzi-las à cura, acessando as várias dimensões internas e externas do Ser que está sendo curado, e o mundo que o envolve. Terapias como a energização dos chacras do xamanismo siberiano, massagens energéticas e físicas, a vivência “Abrindo o Coração”, a roda de cura dos Tambores e principalmente a jornada interior “Curando os relacionamentos” e o Yoga Nidra tornam-se ferramentas poderosas como técnicas quânticas no caminho da sabedoria do Fogo Sagrado.
Despertando a força
Tony Paixão, xamã presencial nesta jornada ao lado de Dharmendra e Gabriela, é membro da Igreja Nativa Americana, se ancora o xamanismo norte-americano enquanto Dharmendra desenvolve o xamanismo brasileiro. Tony afirma que o fator essencial da tenda do suor é a purificação no útero da Mãe Terra, liberando couraças e eliminando toxinas, “Trazendo a pessoa para seu próprio coração – tomando consciência de si mesmo e passando a viver menos fora si, deixando de ser sufocada pelo cotidiano e despertando a força para a alegria de viver mais intensamente”. Dharmendra chama a atenção para o fato de o Fogo Sagrado ser um “Acelerador Evolutivo” e que funcionamos como antenas entre as realidades multidemensionais, em que sintonizamos frequências como um canalizador de ondas abertas, adicionando bloqueios e traumas. Desta forma, o alinhamento energético torna-se um eixo para a limpeza do inconsciente, por meio do método do sexto sentido ou intuição. Para tal, utiliza as ferramentas da Física Quântica, da Filosofia Oriental, do xamanismo e da Psicologia Transpessoal.
A energia em movimento
Segundo os participantes a E+moção foi o signo marcante desse encontro e a palavra mais emblemática, tradução perfeita dessa vivência. A economista Ana Beatriz relatou que está radiante, muito além da alegria, “Já consigo olhar pra mim mesma. Estar aqui equivale a muitas sessões de terapia em uma única semana”. E.B. Cavalcante focou seu aprendizado no aspecto mais valioso despertado no seu plano pessoal: “A abertura de meu canal e a purificação em todos os aspectos. Relembrei quem eu sou”, e ressalta a principal mudança durante a vivência, “O sorriso, a sensibilidade, o bom humor e a paz interior”. Diante da pergunta sobre como pretende aplicar o conhecimento na sua vida pessoal e profissional, disse: “Pretendo seguir minha intuição, não julgar e ouvir os outros”. A jornalista Giselda Morona garante estar “mais flexível para lidar com as questões do cotidiano” e ter aberto o ponto-chave do “autoconhecimento, da confraternização e da UNIDADE” e que aplicará esse conhecimento em seu dia-a-dia. O jovem Rui Passos, de 22 anos, afirma que “mudou tudo – é difícil saber o que não mudou” e descreve o amor, a amizade, a purificação e a saúde como pontos fortes de seu aprendizado e garante que viverá “com amor e gratidão por tudo o que o Universo nos traz”.
Novos rituais de vida
A instrução transmitida com sabedoria ancestral sabe respeitar os ciclos e etapas dos participantes, deixando o coração livre para despertar e falar por si. Durante o processo de resgate e cura do passado, o coração evolui para o relacionamento com novos rituais de vida. No decorrer da terapia “Curando os relacionamentos” – um grande exercício de redimensionamento da espacialidade à nossa volta, de sensibilização dos sentidos, de locomoção ambiental e redirecionamento sensorial – ocorre a incorporação de outras dimensões ou planos, de novas polaridades, e a canalização da energia construtiva cultivada nos rituais de cura. O veículo de ligação entre essas esferas é a lei da ressonância. Nesse sentido, a afetividade torna-se o vínculo entre os seres, e é demonstrada nos gestos amáveis e nas manifestações em prol da união utradimensional e do amor universal.
Os diagramas dimensionais de cura
Nos círculos de cura e poder ocorre a troca e a libertação de energias interiores profundas, expressas carinhosamente entre almas e espíritos. O reposicionamento orientado pelo mestre, em diagramas dimensionais, tem a intenção de ajustar a troca de energia e sua verbalização nos sucessivos planos alternativos sobrepostos no processo de cura. Desta forma, ao aflorar, as emoções soterradas são aceitas, purificadas e amadas, no individuo e no grupo, em face da compreensão dos planos superiores em que estão inseridos. O Fogo Sagrado é aquele que tudo purifica, tudo une, que acende a chama em nosso interior e aquece nosso coração, transmutando energias nos traz novamente a força de viver intensamente na sincronicidade da pulsação do amor.
sexta-feira, 19 de março de 2010
ALINHAMENTO ENERGETICO : uma terapia multidimensional
ALINHAMENTO ENERGÉTICO : uma terapia multidimensional
Muitas religiões e filosofias milenares disseram – e a moderna Física Quântica e as psicologias transpessoais estão corroborando - que tudo o que está fora de nós, está igualmente dentro de nós. Isto quer dizer que todo o Universo está dentro de nós. Todas as potencialidades, qualidades, energias, elementos que existem fora de nós, nós temos tudo isto, desde sempre, dentro de nós.
Hoje inclusive já sabemos que o nosso proprio cérebro físico, opera da mesma maneira com relação ao que é de âmbito interno ou de natureza externa.
O amor, a força, a paz, a coragem, a determinação, a fecundidade, a justiça, o equilíbrio, a harmonia, a disciplina, a criatividade, a alegria, o prazer, a flexibilidade, a honestidade, a lealdade, a serenidade, a sensibilidade, a beleza...
Todas estas – e muitas outras – qualidades, virtudes e poderes que existem dentro e fora de nós, são gerenciadas por inteligências situadas em níveis vibratórios mais elevados do que nós, na estrutura holográfica da grande hierarquia universal.
São, por exemplo, os deuses de tantas mitologias de tantas culturas : são os devas do Hinduísmo, são os animais de poder do Xamanismo, são os Anjos das culturas judaico-cristãs, são os Orixás da África, e é também o Ministério de Cristo - a Egrégora que dirige o trabalho terapêutico xamânico brasileiro chamado Alinhamento Energético (e chamado na Europa de Fogo Sagrado).
Na verdade, os Seres de Luz, Mestres, Anjos, Gurus, deuses, de uma forma geral, não nos podem dar nada que porventura nós já não tenhamos, pelo simples fato de que já temos toda a Criação dentro de nós. Não nos falta nada, fomos “fabricados” completos, perfeitos, plenos, embora ainda não nos lembremos nem experienciemos esta condição (os hindus chamam esta ignorância primordial de avidya).
Não deveríamos precisar de deuses nem Mestres para nos dar o que já temos.
Mas como ainda somos ignorantes de quem nós somos realmente, e estamos com a nossa perspectiva da existência ancorada na dualidade, os Seres de Luz podem interagir conosco e nos ajudar a despertar e desenvolver a consciência de que estes potenciais e qualidades já existem em nós, desde sempre, e que nós somos Um.
E também podem nos ajudar a limpar e reequilibrar os conteúdos residentes nas nossas dimensões inconscientes, onde se alojam registros, crenças e padrões limitantes e dolorosos, que são o que nos mantém na ignorância e no sofrimento.
Ao longo da história da Humanidade, no processo da manifestação dos mitos, o homem projetou para fora de si todas as qualidades, virtudes e potencialidades, antropormofizadas na figura dos deuses, cada um com sua qualidade e função, como um verdadeiro processo coletivo/psicológico de projeção e transferência : focar fora de Si e buscar fora de Si o que já se tem em Si mesmo e não se sabe que tem !
E aí o homem construiu os deuses à sua imagem e semelhança, num processo intuitivo onde Sábios e Mestres de todas as épocas, canalizaram escrituras, conceitos teológicos, uma infinidade de deuses, de rituais e de sistemas filosóficos.
Repare que todas as mitologias de todas as culturas, são eminentemente funcionais : o deus da chuva, da fertilidade, da justiça, do fogo, da força, da verdade, do amor, da sabedoria, das artes ...
E assim, os Deuses funcionam como espelhos que refletem para nós a plenitude e completude do que já tempos e somos, e que está inconsciente ou sub-utilizada em nós neste momento.
Infelizmente grande parte das pessoas acaba ancorando suas demandas de cura e reequilibrio, nestes simbolos e mitos externos, desenvolvendo todas as formas de idolatrias, na esperança de que estes seres poderosos possam nos dar aquilo que pensamos que eles tem e nós não temos.
Como os deuses são a própria personificação egregórica e arquetípica destas virtudes, poderes e qualidades universais (que todos já possuem), estes Seres - Guardiões , Devas, Anjos, Orixás ou Animais de Poder – são simultâneamente separados de nós, e ao mesmo tempo são quânticamente nós mesmos, em infinitas outras dimensões de nosso ser.
Por outro lado, toda a atividade humana tem a sua Egrégora propria, seu grupo de seres que interagem de alguma forma com o mundo encarnado (Guias, Mestres, antepassados).
Cada família, cada religião, cada hospital, cada escola, cada grupamento humano tem sua Egrégora.
Então, a Egrégora é uma energia que acontece nestas duas vias : por um lado são inteligências que trabalham nas outras dimensões e que interagem com o ser humano para auxiliar na sua caminhada ; e por outro lado, muitas destas inteligências - que tem sido canalizadas pelos Sábios de todos os tempos e lugares - transformaram-se em mitos antropomorfizados – entidades mitológicas e arquetípicas - que são alimentados e energizados por milênios de intenções, orações, práticas, meditações, rituais, gerando um grande somatório de energia, num imenso quantum de poder energético e espiritual, pois o somatório das intenções, pensamentos e sentimentos de um grupo de pessoas focadas em um mesmo objetivo, gera um ser egregórico, uma entidade quântica/energética que vai vibrar e amplificar sinérgicamente toda a energia gerada (positiva ou negativa).
E a Egrégora do Ministério de Cristo - que dá suporte, guia, apoio, proteção e amparo ao trabalho terapêutico do Alinhamento Energético - foi inicialmente canalizada pela “Mesa de São Marcos” em Volta Redonda (RJ) e posteriormente por Aloyzio Delgado Nascimento, um homem branco, agrônomo,farmacêutico e sensitivo, que teve um longo e profundo contato com as culturas nativas brasileiras, e que desenvolveu a técnica do Alinhamento Energético em função de suas observações nas curas dos pajés.
Esta Egrégora, composta de Seres de Luz de várias linhagens evolutivas - chamados neste trabalho de Guardiões – ofereceu-se ao xamã e curador Aloyzio para trabalhar transmutando e reequilibrando conteúdos psico-emocionais em desequilíbrio e sofrimento, registros de passado, crenças e padrões limitantes, interferências e energias intrusas.
O que efetivamente esta Egrégora realiza nesta terapia, é a transmutação (repolarização, ressignificação) dos registros psico-emocionais que se enraizaram no nosso inconsciente, em função de como nós recebemos, sentimos e entendemos aquilo que nos aconteceu e que nos provocou sofrimento, e que compõe a complexidade da nossa personalidade.
Se nós somos, como dizem os orientais, essencialmente perfeitos e completos, emoções tais como mêdo, raiva, ansiedade, tristeza, etc. não fazem parte da dimensão da totalidade, do Self, como chamava C.G.Jung. Fazem parte da personalidade, com seus sistema de crenças e padrões limitantes.
Por outro lado, se a característica mais primordial da Criação é ser dual (os chineses chamaram isto de Yin / Yang), as emoções também são duais. Então tristeza e alegria, por exemplo, são as duas polaridades de uma mesma energia psico-emocional.
Então o que o Ministério de Cristo faz na terapia do Alinhamento Energético, é mudar a polaridade da emoção que estava vibrando dolorosa e limitantemente em função das vivências e experiências que tivemos no passado , e integrando a sua outra polaridade à nossa Essência, e que é eterna e perfeita.
Muitas vezes somos questionados no decorrer de consultas e palestras, acerca do significado do nome “Ministério de Cristo” e da sua aparente natureza religiosa.
É comum a idéia de que pode se tratar de uma religião ou ordem evangélica, católica ou mesmo espírita, na suposição de que ao mencionarmos Cristo, estamos nos referindo especificamente a Jesus, o grande espírito de Luz da hierarquia Crística (como também é Siddharta Gautama na hierarquia Búdica). O Cristo aqui se refere à Consciência Crística.
Com toda a certeza, a Egrégora do Ministério de Cristo quis respeitar as raízes religiosas e culturais do Ocidente.
E muito provavelmente poderia ter se chamado “Ministério de Buddha”, se o Aloyzio tivesse vivido no Oriente...
Muitas religiões e filosofias milenares disseram – e a moderna Física Quântica e as psicologias transpessoais estão corroborando - que tudo o que está fora de nós, está igualmente dentro de nós. Isto quer dizer que todo o Universo está dentro de nós. Todas as potencialidades, qualidades, energias, elementos que existem fora de nós, nós temos tudo isto, desde sempre, dentro de nós.
Hoje inclusive já sabemos que o nosso proprio cérebro físico, opera da mesma maneira com relação ao que é de âmbito interno ou de natureza externa.
O amor, a força, a paz, a coragem, a determinação, a fecundidade, a justiça, o equilíbrio, a harmonia, a disciplina, a criatividade, a alegria, o prazer, a flexibilidade, a honestidade, a lealdade, a serenidade, a sensibilidade, a beleza...
Todas estas – e muitas outras – qualidades, virtudes e poderes que existem dentro e fora de nós, são gerenciadas por inteligências situadas em níveis vibratórios mais elevados do que nós, na estrutura holográfica da grande hierarquia universal.
São, por exemplo, os deuses de tantas mitologias de tantas culturas : são os devas do Hinduísmo, são os animais de poder do Xamanismo, são os Anjos das culturas judaico-cristãs, são os Orixás da África, e é também o Ministério de Cristo - a Egrégora que dirige o trabalho terapêutico xamânico brasileiro chamado Alinhamento Energético (e chamado na Europa de Fogo Sagrado).
Na verdade, os Seres de Luz, Mestres, Anjos, Gurus, deuses, de uma forma geral, não nos podem dar nada que porventura nós já não tenhamos, pelo simples fato de que já temos toda a Criação dentro de nós. Não nos falta nada, fomos “fabricados” completos, perfeitos, plenos, embora ainda não nos lembremos nem experienciemos esta condição (os hindus chamam esta ignorância primordial de avidya).
Não deveríamos precisar de deuses nem Mestres para nos dar o que já temos.
Mas como ainda somos ignorantes de quem nós somos realmente, e estamos com a nossa perspectiva da existência ancorada na dualidade, os Seres de Luz podem interagir conosco e nos ajudar a despertar e desenvolver a consciência de que estes potenciais e qualidades já existem em nós, desde sempre, e que nós somos Um.
E também podem nos ajudar a limpar e reequilibrar os conteúdos residentes nas nossas dimensões inconscientes, onde se alojam registros, crenças e padrões limitantes e dolorosos, que são o que nos mantém na ignorância e no sofrimento.
Ao longo da história da Humanidade, no processo da manifestação dos mitos, o homem projetou para fora de si todas as qualidades, virtudes e potencialidades, antropormofizadas na figura dos deuses, cada um com sua qualidade e função, como um verdadeiro processo coletivo/psicológico de projeção e transferência : focar fora de Si e buscar fora de Si o que já se tem em Si mesmo e não se sabe que tem !
E aí o homem construiu os deuses à sua imagem e semelhança, num processo intuitivo onde Sábios e Mestres de todas as épocas, canalizaram escrituras, conceitos teológicos, uma infinidade de deuses, de rituais e de sistemas filosóficos.
Repare que todas as mitologias de todas as culturas, são eminentemente funcionais : o deus da chuva, da fertilidade, da justiça, do fogo, da força, da verdade, do amor, da sabedoria, das artes ...
E assim, os Deuses funcionam como espelhos que refletem para nós a plenitude e completude do que já tempos e somos, e que está inconsciente ou sub-utilizada em nós neste momento.
Infelizmente grande parte das pessoas acaba ancorando suas demandas de cura e reequilibrio, nestes simbolos e mitos externos, desenvolvendo todas as formas de idolatrias, na esperança de que estes seres poderosos possam nos dar aquilo que pensamos que eles tem e nós não temos.
Como os deuses são a própria personificação egregórica e arquetípica destas virtudes, poderes e qualidades universais (que todos já possuem), estes Seres - Guardiões , Devas, Anjos, Orixás ou Animais de Poder – são simultâneamente separados de nós, e ao mesmo tempo são quânticamente nós mesmos, em infinitas outras dimensões de nosso ser.
Por outro lado, toda a atividade humana tem a sua Egrégora propria, seu grupo de seres que interagem de alguma forma com o mundo encarnado (Guias, Mestres, antepassados).
Cada família, cada religião, cada hospital, cada escola, cada grupamento humano tem sua Egrégora.
Então, a Egrégora é uma energia que acontece nestas duas vias : por um lado são inteligências que trabalham nas outras dimensões e que interagem com o ser humano para auxiliar na sua caminhada ; e por outro lado, muitas destas inteligências - que tem sido canalizadas pelos Sábios de todos os tempos e lugares - transformaram-se em mitos antropomorfizados – entidades mitológicas e arquetípicas - que são alimentados e energizados por milênios de intenções, orações, práticas, meditações, rituais, gerando um grande somatório de energia, num imenso quantum de poder energético e espiritual, pois o somatório das intenções, pensamentos e sentimentos de um grupo de pessoas focadas em um mesmo objetivo, gera um ser egregórico, uma entidade quântica/energética que vai vibrar e amplificar sinérgicamente toda a energia gerada (positiva ou negativa).
E a Egrégora do Ministério de Cristo - que dá suporte, guia, apoio, proteção e amparo ao trabalho terapêutico do Alinhamento Energético - foi inicialmente canalizada pela “Mesa de São Marcos” em Volta Redonda (RJ) e posteriormente por Aloyzio Delgado Nascimento, um homem branco, agrônomo,farmacêutico e sensitivo, que teve um longo e profundo contato com as culturas nativas brasileiras, e que desenvolveu a técnica do Alinhamento Energético em função de suas observações nas curas dos pajés.
Esta Egrégora, composta de Seres de Luz de várias linhagens evolutivas - chamados neste trabalho de Guardiões – ofereceu-se ao xamã e curador Aloyzio para trabalhar transmutando e reequilibrando conteúdos psico-emocionais em desequilíbrio e sofrimento, registros de passado, crenças e padrões limitantes, interferências e energias intrusas.
O que efetivamente esta Egrégora realiza nesta terapia, é a transmutação (repolarização, ressignificação) dos registros psico-emocionais que se enraizaram no nosso inconsciente, em função de como nós recebemos, sentimos e entendemos aquilo que nos aconteceu e que nos provocou sofrimento, e que compõe a complexidade da nossa personalidade.
Se nós somos, como dizem os orientais, essencialmente perfeitos e completos, emoções tais como mêdo, raiva, ansiedade, tristeza, etc. não fazem parte da dimensão da totalidade, do Self, como chamava C.G.Jung. Fazem parte da personalidade, com seus sistema de crenças e padrões limitantes.
Por outro lado, se a característica mais primordial da Criação é ser dual (os chineses chamaram isto de Yin / Yang), as emoções também são duais. Então tristeza e alegria, por exemplo, são as duas polaridades de uma mesma energia psico-emocional.
Então o que o Ministério de Cristo faz na terapia do Alinhamento Energético, é mudar a polaridade da emoção que estava vibrando dolorosa e limitantemente em função das vivências e experiências que tivemos no passado , e integrando a sua outra polaridade à nossa Essência, e que é eterna e perfeita.
Muitas vezes somos questionados no decorrer de consultas e palestras, acerca do significado do nome “Ministério de Cristo” e da sua aparente natureza religiosa.
É comum a idéia de que pode se tratar de uma religião ou ordem evangélica, católica ou mesmo espírita, na suposição de que ao mencionarmos Cristo, estamos nos referindo especificamente a Jesus, o grande espírito de Luz da hierarquia Crística (como também é Siddharta Gautama na hierarquia Búdica). O Cristo aqui se refere à Consciência Crística.
Com toda a certeza, a Egrégora do Ministério de Cristo quis respeitar as raízes religiosas e culturais do Ocidente.
E muito provavelmente poderia ter se chamado “Ministério de Buddha”, se o Aloyzio tivesse vivido no Oriente...
quarta-feira, 10 de março de 2010
ALINHAMENTO ENERGÉTICO : um mergulho consciente no inconsciente
ALINHAMENTO ENERGÉTICO : um mergulho consciente no inconsciente
A cultura oriental diz, há milênios, que todos nós somos criados perfeitos, completos, plenos, que nós somos todos Um, que nós somos Deus.
Então poderíamos perfeitamente dizer que o ser humano é este Deus (ou Eu Superior, Centelha ou Presença Divina, ou ainda, Self, como diria Jung), “encapsulado" por uma personalidade.
Esta personalidade - que é o que, nesse momento, nos impede de experienciar conscientemente que nós somos o Eterno e Perfeito Um - é formada por uma quantidade incontável de registros psico-emocionais oriundos de todas as nossas experiências passadas.
Este conjunto de informações e registros experienciais - que os hindus chamam de samskaras, impressões - que é a personalidade, vai determinar a nossa auto-imagem (“quem eu acredito que eu sou”), as nossas personas (“quem eu quero/preciso que acreditem que eu sou”), os vasanas (tendências, padrões, hábitos, crenças) e os vrittis (os pensamentos, a atividade racional da mente).
E tudo isso é devidamente gerenciado em nós, enquanto seres humanos auto-limitados, pelo trio 5 sentidos / mente racional / ego que tem a função de fomentar e manter o estado de maya, isto é, o estado da ilusão da separatividade.
Considerando que a maior parte do que somos acontece em uma dimensão que Freud chamou de inconsciente, o que efetivamente acessamos como resultado da grande alquimia que ocorre nessa dimensão do inconsciente é a mente racional, intelectual, pensamentos (que os hindus chamam de vrittis), ou seja, um produto final prá lá de manipulado, resistido, controlado, defendido... Muito boa ferramenta para obtenção de cultura, conhecimento e informações, muito bom para lidar com o mundo material, objetivo, as relações, mas nada confiável para o autoconhecimento , para a Sabedoria, para o mergulho nas profundezas aonde se enraizam nossas mazelas - e aonde essa mente racional consciente não acessa (e que é o que nos impede de viver a verdadeira unidade e completude), e para o mergulho subsequente na dimensão holográfica da Unidade.
Podemos dizer que, sem sombra de duvidas, o que acessamos de nós próprios – a mente consciente, racional – trata-se de uma pequeníssima parte do que realmente somos. E esta parte de nós, opera fundamentalmente com a administração do passado e do futuro.
Assim, podemos ver que uma boa parte da nossa atividade interna, dispende um enorme tempo e energia ficando angustiada, revoltada ou deprimida, em função de um passado que efetivamente não pode mais voltar, e portanto, que não podemos mudar (mas que podemos mudar a forma de lidar com isso).
Outra boa parte de nossa atividade interna é gasta em ficarmos temerosos e ansiosos (pré-ocupados) com um futuro que além não podermos controlar, nós não sabemos se (e como) ele vem.
Então, quanto de nós sobra para viver conscientemente o presente, que é onde a vida acontece realmente ?
A personalidade é uma estrutura virtual que “hospeda” todas as nossas experiências. E estas experiências são constituídas de uma dimensão emocional (um “sentir”) e também um “roteiro” ( o “pensar”) - a história que orbita em torno da emoção, isto é, a nossa versão, o nosso ponto de vista sobre o que aconteceu e que nos fez sofrer.
E aí ficamos presos em uma trama virtual, construída por pontos de vista muitas vezes equivocados sobre o que nos aconteceu. Afinal, a maior parte das questões mais contundentes acontecem na infância, numa fase da vida em que não se tem a menor condição de avaliar a complexidade contextual do que estava acontecendo. E estes pontos de vista desequilibrados ficam retro alimentando padrões limitantes de sofrimento.
É importante não esquecer que sentir é muito mais preponderante na vida humana do que pensar. Para pensar você precisou nascer e aprender a falar. Mas para sentir, quando o sistema nervoso central é desenvolvido na fase de gestação, já começamos a agregar registros emocionais (isso sem falar do que já trazíamos na bagagem).
Porisso muitas vezes reconhecemos racionalmente determinado padrão em nós e mesmo assim, não conseguimos mudar. Porque a informação emocional que gera a crença ou padrão, está enraizada profundamente em nosso inconsciente.
Freud chamou de recalque, o “esquecimento” de coisas muito sofridas que vivemos no passado, especialmente na infância. Passamos por alguma situação impactante, e aí levantamos a tampa do porão, jogamos o que aconteceu dentro, fechamos a tampa e sentamos em cima, num movimento do inconsciente de nos proteger do sofrimento, levando a questão para o “esquecimento”.
Só que nada fica esquecido, apenas o conteúdo se desloca para um nivel inconsciente, mas continua vivo e em alguma hora vai se precipitar no plano fisico na forma de um padrão de comportamento, desequilibrios, couraças musculares, ou uma doença qualquer (a chamada somatização).
Hoje nós sabemos (quem viu “Quem somos nós?”) que o cérebro não reconhece a diferença entre presente e passado. Opera com os dois da mesma forma. E aí fica claro porque existem os traumas, porque os registros ficam sendo constantemente mantidos atualizados.
O cérebro é uma máquina perfeita, mas é uma máquina de repetição. E que vai estruturando rêdes de neurônios que juntamente com a quimica dos neuro transmissores vai dar suporte e atualização constante aos nossos registros passados, mantendo-os sempre atuais, até que sejam conscientizados, aceitos, compreendidos, transformados e integrados.
Mas como o Universo é auto-regulador e trabalha o tempo todo pela homeostase, se por um lado uma parte de nós funciona como repetidora das crenças e padrões – com a melhor das boas intenções de não deixar que o que nos aconteceu e nos fez sofrer, aconteça de novo - outra parte de nós trabalha para nos libertar desse ciclo limitante.
E a parte de nós que trabalha no sentido de nos curar, utiliza como um dos principais procedimentos, as recorrências, isto é, a repetição daquilo que não queremos entrar em contato, que não queremos mudar.
E o mais lindo, é que nosso próprio Eu Superior (Self), que é a mesma Inteligência imanente em toda a Criação, atrai para nossa vida exatamente as experiências, testes, provas, obstáculos e exercícios que necessitamos. Nós atraímos tudo o que é necessário para nosso crescimento. Não é preciso que tenha um Deus fora arbitrando castigos e recompensas. Deus está dentro de nós trabalhando pela nossa, como dizia Jung, individuação.
Mas, como também dizia Kardec, isto pode acontecer pela dor ou pelo amor.
Ou entramos na consciência, na aceitação e na ressignificação da nossa sombra e corremos atrás de assumir e melhorar nossa condição de seres humanos em evolução, ou ficamos atraindo recorrências de todo tipo.
Estas recorrências podem ser de situações específicas (traições, perdas, p.exemplo), de acidentes, de doenças, de interferência espiritual (energias intrusas), questões com conteúdos que vem de vidas passadas, questões profissionais, questões com padrões de relacionamentos que se repetem, ou seja, uma séries de procedimentos que o Eu Superior utiliza para piorar a sua vida, já que você não se toca e não muda.
Porque quando dói a gente presta atenção.
Muito conhecimento foi gerado ao longo de toda a história da Humanidade, no sentido de auxiliar o homem na limpeza e no reequilibrio da personalidade, e o consequente reconhecimento de sua natureza original.
Técnicas, métodos, terapias, centenas, milhares, foram desenvolvidas ao longo dos milênios, no sentido de se desenvolver um acesso consciente às outras dimensões (dimensões do inconsciente, dos sonhos, do mundo dos mortos e de outros seres) para que o homem possa otimizar o processo de ressignificação dos conteúdos, crenças e padrões oriundos do passado, que produzem sofrimento e limitação, e que se localizam em uma dimensão de nós que não acessamos no plano consciente.
Dentro do universo terapeutico, o Xamanismo aparece com - entre muitas outras coisas - uma importante contribuição para possibilitar a aceleração do processo de limpeza e reequilibrio dessa parte de nós de onde emergem tudo aquilo que somos na vida humana – o nosso inconsciente.
E o sexto sentido (também chamado de sensitividade, mediunidade, percepção extra sensorial, paranormalidade), através da técnica da canalização – uma outra forma de mediunização - é uma ferramenta altamente eficiente que possibilita o acesso à dimensão do insconsciente para reformatar na personalidade os registros que produzem padrões e crenças dolorosos e auto-limitantes.
Se consideramos que somos o Self e que este Self é o Uno Perfeito, emoções como medo, raiva, ansiedade, tristeza, não pertencem ao Self, pertencem à entidade virtual personalidade. O Self é, a personalidade está. Self é absoluto, personalidade é relativa.
Então, tudo aquilo que se “enraizou” em nosso inconsciente como registros, por exemplo, de medo, raiva, tristeza, baixa auto estima,em função de experiências passadas, podem perfeitamente ser transmutados na outra polaridade destas mesmas emoções (afinal o Universo não é bi-polar, Yin/Yang ?). E aí, coragem, poder de realização , alegria e alta estima – a outra polaridade daquelas emoções desequilibradas descritas acima - com certeza fazem parte da natureza essencial do Self.
O Alinhamento Energético (Fogo Sagrado) é uma terapia que foi desenvolvida à partir da vivência de um homem branco entre os indios brasileiros, e é fundamentada na utilização da sensitividade para acessar e trabalhar profundamente as questões inconscientes que produzem sofrimentos, doenças, bloqueios e limitações.
Quando esta limpeza e transmutação acontecem através da canalização, as velhas teias de neurônios no cérebro, que davam suporte aos padrões psico-emocionais que foram transmutados na terapia, se desconstroem, e novas teias de sinapses são produzidas para dar suporte e atualização aos conteúdos e emoções que foram reequilibrados e reintegrados.
Uma consulta individual acontece com 2 terapeutas, dura duas horas e é feita de 3 em 3 meses, no Espaço Saúde (Laranjeiras).
Além das sessões individuais, o Alinhamento Energético também pode ser feito em grupo, através das Rodas de Cura e da Terapia Transdimensional (integração do AE com Constelações Sistêmicas).
Todas as segundas-feiras às 20:00 acontece, no Espaço Saúde, um Grupo Permanente de Terapias. É um encontro informal e não sequencial, onde estaremos trabalhando profundamente ao longo do ano, com 3 técnicas altamente poderosas : Alinhamento Energético, Renascimento e Constelações Familiares, além de meditações, cantos sagrados e Yoga Nidra.
E ainda dá tempo de participar do Curso de Formação de Terapeutas de Alinhamento Energético - que começou em março - todas as quartas-feiras das 20:00/22:00 no Espaço Saúde (Laranjeiras) e sábados alternados no Espaço Aprender a Conviver (Copacabana) das 9:00/13:00. O curso vai de março à dezembro. Mais informações veja nos sites.
A cultura oriental diz, há milênios, que todos nós somos criados perfeitos, completos, plenos, que nós somos todos Um, que nós somos Deus.
Então poderíamos perfeitamente dizer que o ser humano é este Deus (ou Eu Superior, Centelha ou Presença Divina, ou ainda, Self, como diria Jung), “encapsulado" por uma personalidade.
Esta personalidade - que é o que, nesse momento, nos impede de experienciar conscientemente que nós somos o Eterno e Perfeito Um - é formada por uma quantidade incontável de registros psico-emocionais oriundos de todas as nossas experiências passadas.
Este conjunto de informações e registros experienciais - que os hindus chamam de samskaras, impressões - que é a personalidade, vai determinar a nossa auto-imagem (“quem eu acredito que eu sou”), as nossas personas (“quem eu quero/preciso que acreditem que eu sou”), os vasanas (tendências, padrões, hábitos, crenças) e os vrittis (os pensamentos, a atividade racional da mente).
E tudo isso é devidamente gerenciado em nós, enquanto seres humanos auto-limitados, pelo trio 5 sentidos / mente racional / ego que tem a função de fomentar e manter o estado de maya, isto é, o estado da ilusão da separatividade.
Considerando que a maior parte do que somos acontece em uma dimensão que Freud chamou de inconsciente, o que efetivamente acessamos como resultado da grande alquimia que ocorre nessa dimensão do inconsciente é a mente racional, intelectual, pensamentos (que os hindus chamam de vrittis), ou seja, um produto final prá lá de manipulado, resistido, controlado, defendido... Muito boa ferramenta para obtenção de cultura, conhecimento e informações, muito bom para lidar com o mundo material, objetivo, as relações, mas nada confiável para o autoconhecimento , para a Sabedoria, para o mergulho nas profundezas aonde se enraizam nossas mazelas - e aonde essa mente racional consciente não acessa (e que é o que nos impede de viver a verdadeira unidade e completude), e para o mergulho subsequente na dimensão holográfica da Unidade.
Podemos dizer que, sem sombra de duvidas, o que acessamos de nós próprios – a mente consciente, racional – trata-se de uma pequeníssima parte do que realmente somos. E esta parte de nós, opera fundamentalmente com a administração do passado e do futuro.
Assim, podemos ver que uma boa parte da nossa atividade interna, dispende um enorme tempo e energia ficando angustiada, revoltada ou deprimida, em função de um passado que efetivamente não pode mais voltar, e portanto, que não podemos mudar (mas que podemos mudar a forma de lidar com isso).
Outra boa parte de nossa atividade interna é gasta em ficarmos temerosos e ansiosos (pré-ocupados) com um futuro que além não podermos controlar, nós não sabemos se (e como) ele vem.
Então, quanto de nós sobra para viver conscientemente o presente, que é onde a vida acontece realmente ?
A personalidade é uma estrutura virtual que “hospeda” todas as nossas experiências. E estas experiências são constituídas de uma dimensão emocional (um “sentir”) e também um “roteiro” ( o “pensar”) - a história que orbita em torno da emoção, isto é, a nossa versão, o nosso ponto de vista sobre o que aconteceu e que nos fez sofrer.
E aí ficamos presos em uma trama virtual, construída por pontos de vista muitas vezes equivocados sobre o que nos aconteceu. Afinal, a maior parte das questões mais contundentes acontecem na infância, numa fase da vida em que não se tem a menor condição de avaliar a complexidade contextual do que estava acontecendo. E estes pontos de vista desequilibrados ficam retro alimentando padrões limitantes de sofrimento.
É importante não esquecer que sentir é muito mais preponderante na vida humana do que pensar. Para pensar você precisou nascer e aprender a falar. Mas para sentir, quando o sistema nervoso central é desenvolvido na fase de gestação, já começamos a agregar registros emocionais (isso sem falar do que já trazíamos na bagagem).
Porisso muitas vezes reconhecemos racionalmente determinado padrão em nós e mesmo assim, não conseguimos mudar. Porque a informação emocional que gera a crença ou padrão, está enraizada profundamente em nosso inconsciente.
Freud chamou de recalque, o “esquecimento” de coisas muito sofridas que vivemos no passado, especialmente na infância. Passamos por alguma situação impactante, e aí levantamos a tampa do porão, jogamos o que aconteceu dentro, fechamos a tampa e sentamos em cima, num movimento do inconsciente de nos proteger do sofrimento, levando a questão para o “esquecimento”.
Só que nada fica esquecido, apenas o conteúdo se desloca para um nivel inconsciente, mas continua vivo e em alguma hora vai se precipitar no plano fisico na forma de um padrão de comportamento, desequilibrios, couraças musculares, ou uma doença qualquer (a chamada somatização).
Hoje nós sabemos (quem viu “Quem somos nós?”) que o cérebro não reconhece a diferença entre presente e passado. Opera com os dois da mesma forma. E aí fica claro porque existem os traumas, porque os registros ficam sendo constantemente mantidos atualizados.
O cérebro é uma máquina perfeita, mas é uma máquina de repetição. E que vai estruturando rêdes de neurônios que juntamente com a quimica dos neuro transmissores vai dar suporte e atualização constante aos nossos registros passados, mantendo-os sempre atuais, até que sejam conscientizados, aceitos, compreendidos, transformados e integrados.
Mas como o Universo é auto-regulador e trabalha o tempo todo pela homeostase, se por um lado uma parte de nós funciona como repetidora das crenças e padrões – com a melhor das boas intenções de não deixar que o que nos aconteceu e nos fez sofrer, aconteça de novo - outra parte de nós trabalha para nos libertar desse ciclo limitante.
E a parte de nós que trabalha no sentido de nos curar, utiliza como um dos principais procedimentos, as recorrências, isto é, a repetição daquilo que não queremos entrar em contato, que não queremos mudar.
E o mais lindo, é que nosso próprio Eu Superior (Self), que é a mesma Inteligência imanente em toda a Criação, atrai para nossa vida exatamente as experiências, testes, provas, obstáculos e exercícios que necessitamos. Nós atraímos tudo o que é necessário para nosso crescimento. Não é preciso que tenha um Deus fora arbitrando castigos e recompensas. Deus está dentro de nós trabalhando pela nossa, como dizia Jung, individuação.
Mas, como também dizia Kardec, isto pode acontecer pela dor ou pelo amor.
Ou entramos na consciência, na aceitação e na ressignificação da nossa sombra e corremos atrás de assumir e melhorar nossa condição de seres humanos em evolução, ou ficamos atraindo recorrências de todo tipo.
Estas recorrências podem ser de situações específicas (traições, perdas, p.exemplo), de acidentes, de doenças, de interferência espiritual (energias intrusas), questões com conteúdos que vem de vidas passadas, questões profissionais, questões com padrões de relacionamentos que se repetem, ou seja, uma séries de procedimentos que o Eu Superior utiliza para piorar a sua vida, já que você não se toca e não muda.
Porque quando dói a gente presta atenção.
Muito conhecimento foi gerado ao longo de toda a história da Humanidade, no sentido de auxiliar o homem na limpeza e no reequilibrio da personalidade, e o consequente reconhecimento de sua natureza original.
Técnicas, métodos, terapias, centenas, milhares, foram desenvolvidas ao longo dos milênios, no sentido de se desenvolver um acesso consciente às outras dimensões (dimensões do inconsciente, dos sonhos, do mundo dos mortos e de outros seres) para que o homem possa otimizar o processo de ressignificação dos conteúdos, crenças e padrões oriundos do passado, que produzem sofrimento e limitação, e que se localizam em uma dimensão de nós que não acessamos no plano consciente.
Dentro do universo terapeutico, o Xamanismo aparece com - entre muitas outras coisas - uma importante contribuição para possibilitar a aceleração do processo de limpeza e reequilibrio dessa parte de nós de onde emergem tudo aquilo que somos na vida humana – o nosso inconsciente.
E o sexto sentido (também chamado de sensitividade, mediunidade, percepção extra sensorial, paranormalidade), através da técnica da canalização – uma outra forma de mediunização - é uma ferramenta altamente eficiente que possibilita o acesso à dimensão do insconsciente para reformatar na personalidade os registros que produzem padrões e crenças dolorosos e auto-limitantes.
Se consideramos que somos o Self e que este Self é o Uno Perfeito, emoções como medo, raiva, ansiedade, tristeza, não pertencem ao Self, pertencem à entidade virtual personalidade. O Self é, a personalidade está. Self é absoluto, personalidade é relativa.
Então, tudo aquilo que se “enraizou” em nosso inconsciente como registros, por exemplo, de medo, raiva, tristeza, baixa auto estima,em função de experiências passadas, podem perfeitamente ser transmutados na outra polaridade destas mesmas emoções (afinal o Universo não é bi-polar, Yin/Yang ?). E aí, coragem, poder de realização , alegria e alta estima – a outra polaridade daquelas emoções desequilibradas descritas acima - com certeza fazem parte da natureza essencial do Self.
O Alinhamento Energético (Fogo Sagrado) é uma terapia que foi desenvolvida à partir da vivência de um homem branco entre os indios brasileiros, e é fundamentada na utilização da sensitividade para acessar e trabalhar profundamente as questões inconscientes que produzem sofrimentos, doenças, bloqueios e limitações.
Quando esta limpeza e transmutação acontecem através da canalização, as velhas teias de neurônios no cérebro, que davam suporte aos padrões psico-emocionais que foram transmutados na terapia, se desconstroem, e novas teias de sinapses são produzidas para dar suporte e atualização aos conteúdos e emoções que foram reequilibrados e reintegrados.
Uma consulta individual acontece com 2 terapeutas, dura duas horas e é feita de 3 em 3 meses, no Espaço Saúde (Laranjeiras).
Além das sessões individuais, o Alinhamento Energético também pode ser feito em grupo, através das Rodas de Cura e da Terapia Transdimensional (integração do AE com Constelações Sistêmicas).
Todas as segundas-feiras às 20:00 acontece, no Espaço Saúde, um Grupo Permanente de Terapias. É um encontro informal e não sequencial, onde estaremos trabalhando profundamente ao longo do ano, com 3 técnicas altamente poderosas : Alinhamento Energético, Renascimento e Constelações Familiares, além de meditações, cantos sagrados e Yoga Nidra.
E ainda dá tempo de participar do Curso de Formação de Terapeutas de Alinhamento Energético - que começou em março - todas as quartas-feiras das 20:00/22:00 no Espaço Saúde (Laranjeiras) e sábados alternados no Espaço Aprender a Conviver (Copacabana) das 9:00/13:00. O curso vai de março à dezembro. Mais informações veja nos sites.
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